top of page
Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

ESPECIAL | SOBRENATURAL - 1 e 2



Postado originalmente em 2014. Editado em 2023.


James Wan ficou mais conhecido pelo grande público quando lançou Invocação do Mal, em 2013, e a continuação em 2016, mas poucos sabem que ele foi o criador - e diretor - do primeiro filme da franquia Jogos Mortais, em 2004. O diretor se destacou no gênero do terror, e entre os vários filmes que produziu, teve um que fez uma estreia bem discreta no cinemas, mas que aos poucos foi ganhando mais visibilidade no gênero: Sobrenatural (Insidious), lançado em 2010. Dirigido por James Wan e escrito por Leigh Whannel (repetindo a parceria de Jogos Mortais), Sobrenatural arrecadou U$ 100 milhões de dólares mundialmente, valor baixo se comparado aos grandes lançamentos, mas o filme custou U$ 1,5 milhão, o suficiente para a dupla lançar a continuação, Sobrenatural - Capitulo 2, em 2013.


Em 2010, o terror sobrenatural estava em alta, principalmente com o lançamento do primeiro filme da franquia Atividade Paranormal, mas Sobrenatural se destacou por causa de sua trama interessante e inovadora, além das assustadoras aparições dos espíritos - o ponto alto do filme -. O capítulo 2 encerraria a franquia, porém, a sequência teve uma terceiro e quarto filmes que se passavam antes dos dois primeiros, sem a família Lambert, mas com a simpática médium Elise (Lin Shaye) como protagonista. Agora, em 2023, um quinto filme será lançado nos cinemas, trazendo o retorno da família Lambert dez anos depois de Sobrenatural - Capítulo 2. Vamos relembrar os dois primeiros filmes da franquia




SOBRENATURAL (INSIDIOUS)


Ano: 2010

Direção: James Wan

Distribuidora: PlayArte Pictures

Duração: 103 min

Elenco: Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey, Leigh Whannel, Lin Shaye e Ty Simpkins.



NOTA: 10


Disponível na:




Josh (Patrick Wilson) e Renai (Rose Byrne) se mudam para uma nova casa quando o filho mais velho, Dalton (Ty Simpkins), sofre um acidente que o deixa em estado de coma. Sem poder fazer nada, o garoto tem que ficar em casa até acordar, e é ai que coisas estranhas começam a acontecer. Aos poucos, barulhos sinistros e aparições assustadoras vão surgindo, e com a ajuda da mãe de Josh, Lorraine (Barbara Hershey), eles recorrem à médium Elise (Lin Shaye) que revela algo assustador à família Lambert.


Aparições estranhas, portas se abrindo sozinho, alarmes disparando sem motivo nenhum, barulhos pela casa. Parece que estamos assistindo um filme sobre alguma casa mal assombrada, mas Sobrenatural segue uma linha bem diferente dessas produções, e é aí que o filme se torna interessante e inovador. O roteiro, com muito suspense e mistério, prende atenção do público com sua proposta interessante sobre viagem astral e espíritos, além de criar uma conexão forte com os personagens, mostrando uma família comum que está passando por uma situação assustadora. O terceiro ato, injustamente criticado - porque o roteiro muda totalmente os acontecimentos -, deixa o filme ainda mais intrigante. É visível as semelhanças de Sobrenatural com o filme Poltergeist (de Steven Spielberg), já que temos a casa mal assombrada, a criança e seu envolvimento com espíritos, e até a personagem Elise tem praticamente a mesma função da Tangina, no filme de Spielberg.


O visual de Sobrenatural é ótimo e chama mais a atenção quando mostra cenas do mundo espiritual, principalmente no terceiro ato, com um cenário sombrio, assustador, e cheio de entidades. O filme não mostra uma casa mal assombrada típica de filmes do gênero, e sim uma casa comum como qualquer outra, e mesmo assim consegue manter a ambientação de uma, e a dinâmica das câmeras ajuda bastante no suspense, mostrando várias partes da casa e indicando que a qualquer momento algum espírito pode aparecer. Já as cenas em que as entidades surgem são muito bem conduzidas - a maioria são atores maquiados -, e James Wan cria situações tensas e apavorantes que realmente assustam (a criança dançando na sala, a entidade sinistra na cortina do quarto do bebê, o homem caminhando na varanda) com direito a muitos sustos. Ainda tem a trilha sonora com tons graves e altos que deixa tudo ainda mais intrigante ("Tip Toe Thru'the Tulipps With Me" fica assustadora no filme), além do título, totalmente inspirado em filmes de terror dos anos 80, dando um charme extra na produção.



Os atores estão muito bem inspirados em seus personagens, e toda a introdução deles ajuda a criar uma empatia com o público, apesar de serem bem característicos de filmes de assombrações. Patrick Wilson é o pai de família cético que, até um certo ponto, não acredita na situação; Rose Byrne é a mãe assustada e que vê no sobrenatural o motivo para tudo o que está acontecendo; Lin Shaye é a especialista em eventos paranormais que, como dito anteriormente, pode ser uma referência a Tangina de Poltergeist, que conta com a ajuda de dois especialistas, um deles é Leigh Whanel, que roteirizou o filme e que esteve também no primeiro Jogos Mortais. Barabra Hershey é a mãe de Josh, que aparece poucas vezes mas que tem um segredo envolvendo seu filho; e por fim, o garotinho Ty Simpkins, de Homem de Ferro 3, que aparece muito pouco, mas demonstra uma ótima maturidade.


O final fica em aberto para uma continuação, mesmo antes de saberem se o filme ia fazer sucesso ou não, com uma revelação chocante que mudará os rumos da trama. Parece que estamos assistindo a um filme de casa mal-assombrada típico dos anos 80, mas Sobrenatural tem sua própria identidade e acaba se sobressaindo dos outros lançamentos recentes. Insidious é assustador e intrigante, com situações tensas que envolvem o espectador na trama, tem uma fotografia sombria e uma ótima trilha sonora que contribui bastante para o clima proposto. Não é a casa que é mal-assombrada, como diz Elise em determinada cena, e Sobrenatural é muito mais do que parece ser. É um dos melhores e mais diferentes filmes do gênero.




INSIDIOUS: REAL OU FICÇÃO?


Muita gente não deve saber, mas várias situações no filme são de verdade e podem realmente acontecer, assim como algumas não. Confira abaixo o que é real e o que é falso em Sobrenatural. Vale ressaltar que o filme é ficção, sendo apenas para entretenimento do público, por isso tem situações impossíveis de acontecer e que servem apenas para impressionar e dar sustos.


ATENÇÃO PARA OS SPOILERS.


Mas antes de tudo, precisamos contextualizar o filme. Na sinopse, vimos que Dalton acaba ficando em coma sem motivo aparente, e Renai começa a presenciar entidades e acontecimentos estranhos. Achando que a casa nova é mal-assombrada, a família decide se mudar novamente, mas não adianta, já que as assombrações continuam acontecendo. Para entender o que está acontecendo, a mãe de Josh (Patrick Wilson) pede ajuda à médium Elise (Lin Shaye), que dá um diagnóstico nada animador: o espírito de Dalton não está no corpo dele, e sim, perdido em algum lugar do plano espiritual. Assim, o corpo dele está "vazio" e entidades malignas querem possuir Dalton, e por isso as aparições que Renai vê. É revelado que o garotinho tem uma mediunidade alta, e que ele é capaz de "passear pelo plano astral", mas acabou indo longe demais, parando em um lugar sombrio. Também é revelado que seu pai, Josh, tem a mesma habilidade, e que ele era atormentado por uma mulher vestida de preto na infância.


Agora, vamos descobrir o que é real e o que é ficção em Sobrenatural.




- A projeção astral, quando seu espírito sai do seu corpo para "passear" pelo mundo espiritual, é realmente possível de ser feita, e muitos fazem isso seguido, principalmente os médiuns. No filme, Dalton tem essa habilidade, mas ao fazer isso, seu espírito se perdeu no "além", deixando somente seu corpo, como se fosse uma casca vazia. Isso, porém, não acontece na vida real: o espírito está sempre conectado com o corpo através de um "cordão", e não importa o quão longe você for, imediatamente seu espirito volta para o seu corpo ao acordar. E também, nenhum outro espírito, do mal ou não, pode "entrar" no seu corpo, já que você está sempre conectado.


- No filme, Josh faz uma viagem astral para encontrar Dalton e salvá-lo. Se você tem uma conexão forte com tal pessoa, é possível sim encontrar amigos ou familiares que também conseguem fazer esses "passeios".


- No filme mostraram somente entidades sombrias e do mal, além de mostrar que o plano espiritual é macabro e assustador. Sim, existem espíritos ruins, mas também existem os bons; e o plano espiritual tem vários "níveis", uns mais sombrios e outros não.


- Entidades "se alimentam" das energias do seu corpo, que é influenciado quando você está triste ou alegre. No filme, as entidades que aparecem na casa estão "em volta" do corpo de Dalton, e realmente podem existir espíritos perto da gente.


- No filme, quando Josh entra no plano espiritual, ele "luta" com as entidades, empurrando-os para longe. Isso é possível já que no outro lado o espírito tem energia para isso. Uma das formas para "combater" os espíritos é com pensamentos positivos.



- Quando Josh está no mundo espiritual, ele usa luzes para afastar as entidades que chegam perto. A luz tem esse poder de afasta-los.


- Renai (Rose Byrne) consegue ver os espíritos rodeando a sua casa. Na verdade, somente alguém com uma mediunidade alta consegue ver, e no filme não se sabe se ela tem mediunidade.


- No segundo filme, é revelado que Josh ficou preso no mundo espiritual, e lá ele volta no tempo ainda quando era criança, conseguindo falar com ele mesmo durante uma sessão de hipnotização. É possível alguém ir para o passado (viagem no tempo), e somente os médiuns experientes conseguem fazer isso; até em sonhos é possível.















SOBRENATURAL: CAPÍTULO 2 (INSIDIOUS: CHAPTER 2)


Ano: 2013

Direção: James Wan

Distribuidora: PlayArt Pictures

Duração: 106 min

Elenco: Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey, Lin Shaye, Leigh Wannel, Ty Simpkins e Steve Coulter



NOTA: 9,0


Disponível na:



Após conseguirem trazer Dalton (Ty Simpkins) do plano astral, o casal Josh (Patrick Wilson) e Renei (Rose Byrne) se mudam para a casa de sua mãe, Lorraine (Babara Hershey), enquanto a polícia investiga a morte de Elise (Lin Shaye). Tudo parecia ter terminado bem, se não fossem pelas novas aparições e pelas atitudes estranhas de Josh, que ainda está sendo investigado pela morte de Elise. A família acaba descobrindo que alguma coisa veio junto com Dalton e Josh ao retornarem do plano espiritual, e eles procuram a ajuda de um outro médium, Carl (Steve Coulter) que já trabalhou com Elise, para encontrar uma forma de acabar de vez com as assombrações.


Sobrenatural - Capítulo 2 é uma continuação direta do original, como se fosse um filme só dividido em duas partes, por isso, é bom você ter visto o primeiro antes de assistir esse. O interessante desse segundo capítulo é que algumas cenas completam outras do original, além de voltar no tempo quando Josh era criança e ele tinha a habilidade de fazer uma viagem astral (aqui vemos a médium Elise mais nova), exatamente como foi revelado no primeiro longa. A história nos apresenta três núcleos diferentes: a casa da mãe de Josh para onde eles se mudam, a investigação sobre quem é o novo espírito, e o já conhecido plano espiritual. Com isso, além de cenas que se completam, também conhecemos melhor quem é a mulher de preto que assombrava Josh, e essa história é muito interessante, lembrando bastante Psicose (1960). Aliás, se o primeiro filme tinha como referência Poltergeist, nesse segundo filme as referências são, além de Psicose, Horror em Amytville e O Iluminado.



Um dos grandes destaques do primeiro filme eram as aparições que impressionavam e resultavam em bons sustos. No capítulo 2, já sabemos como são essas cenas e por isso não teria o mesmo impacto de antes, porém, James Wan cria novas situações tão impressionantes quanto as do original. A sinistra trilha sonora também está presente, assim como a direção de arte, que está melhor: a casa de Lorraine realmente lembra as clássicas casas dos filmes de assombração; além da inserção de um novo cenário, um hospital abandonado, expandindo a história. O problema aqui são os clichês - portas batendo, rangidos no chão, piano tocando, móveis se arrastando, brinquedos voando... -, já vimos isso no primeiro filme, mas agora não funciona mais. Também, a mistura de comédia e terror é exagerada, não combinando com as situações.


O roteiro de Sobrenatural - Capitulo 2 vai direto ao que importa - assombrações e sustos -, sem muita introdução, e além da viagem astral tem a "viagem no tempo no mundo espiritual", ou seja: um espírito pode ir para o passado e se ver ainda como criança, por exemplo, fato que acontece no filme e serve para uma explicação importante. Um ponto a favor é que, pelo fato de a história voltar no passado dos personagens, os espíritos acabam se tornando importantes para a trama, eles têm uma história e não são apenas fantasmas atrás de um corpo.



Renei está mais madura com tudo o que aconteceu e a vemos mais disposta a enfrentar o perigo. Patrick Wilson é o foco principal e sua atuação lembra muito o Norman Bates, de Psicose, interpretando duas versões de Josh - a versão possuída e a no plano astral -. A médium Elise morreu no final do primeiro filme, mas ela ainda aparece pelo plano espiritual, e tem a introdução de um outro médium, Carl (Steve Coulter). Leigh Wannel e Angus Sampson retornam aos seus papéis dos médiuns que trabalhavam para Elise, e continuam sendo o "alívio cômico (personagens engraçados para quebrar situações de suspense), mas desta vez, eles estão demais, e já perdeu toda a graça.


Sobrenatural: Capítulo 2 encerra o arco da família Lambert sem deixar espaço para um terceiro filme, mas isso não aconteceu: os dois filmes seguintes são histórias de origem, e só a médium Elise retorna. Se você esperava ver "mais do mesmo" em relação ao antecessor, se enganou, porque Insidious - Chapter 2 consegue ser diferente mesmo utilizando algumas fórmulas usadas anteriormente, além de expandir a história da franquia e conectar diretamente com o original. O roteiro pode ser confuso no início, mas os detalhes vão aparecendo e tudo vai se encaixando quando é revelado o grande segredo. Prepare-se para mais sustos e ótimas cenas com as assombrações, e muito mais terror do que o original.




Contextualizando Sobrenatural - Capitulo 2. ATENÇÃO PARA SPOILERS.


A trama começa no passado, mostrando Josh ainda criança em uma sessão de hipnose para tentar descobrir o que está assombrando o garoto - vemos também Elise mais nova -. Em um corte repentino, a trama volta para os eventos após o primeiro filme: a família Lambert se mudou para a casa da mãe de Josh até a policia terminar a investigação da trágica morte da médium. Mas as assombrações ainda continuam, e Josh age estranho, mais distante e agressivo, e é revelado que o espírito de Josh ficou preso no plano astral, e uma presença maligna tomou posse do corpo. Descobrimos também que essa presença maligna é uma "mulher" vestida de branco e é a que atormentava Josh desde pequeno. Sobrenatural 2 expande a franquia, e conhecemos a história dessa tal entidade: era um paciente de Lorraine, Parker Crane (ela trabalhava em um hospital psiquiátrico), onde ele era obrigado a se vestir de mulher. Parker começou atormentar Josh após uma visita que o garoto fez a sua mãe no hospital, antes de sua morte.


Em uma outra revelação, descobrimos que o Josh adulto voltou no tempo, mais especificamente quando Elise fazia a sessão de hipnose no Josh quando era criança - a sequência inicial -, para descobrir como destruir a mulher vestida de branco. No final, o médium Carl faz uma outra sessão de hipnose na família Lambert para eles esquecerem de tudo o que aconteceu.












17 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page