ESPECIAL | PREMONIÇÃO 4
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 21 de mar.
- 7 min de leitura

Toda franquia tem o seu “patinho feio”, aquele filme que realmente é ruim, genérico, e sem alma. E era de se esperar que isso iria acontecer com a franquia Premonição, agora com o quarto filme. Mas antes, vamos deixar algo bem claro: todos os filmes da franquia tem a mesma história base – o personagem principal tem a premonição de um acidente que ia matá-lo junto com seus amigos, então eles escapam, mas acabam morrendo dias depois porque deveriam ter morrido no tal acidente -. Todos os filmes tem o mesmo enredo, mas esse não é o problema de Premonição 4.
David R. Ellis, que dirigiu ótimo segundo filme, retorna para a direção e literalmente faz o que os produtores falaram em uma entrevista: o público já conhece a história, “as pessoas que forem assistir ao filme só estarão interessadas em mortes e sangue.” Mas calma, também não é bem assim. Depois da explosão do voo 180, do engavetamento na rodovia, e do acidente na montanha russa, agora o desastre acontece em uma pista de corrida. Os amigos Nick (Bobby Campo), Lori (Shantel VanSanten), Hunt (Nick Zano) e Janet (Haley Webb) vão assistir a uma corrida de carros quando Nick tem uma visão de um terrível acidente no lugar, matando todo mundo. Além deles, outras pessoas acabam escapando da morte, Samantha (Krista Allen) e os seus filhos, Carter (Justin Welborn) e o casal Andy (Andrew Fiscella) e Nadia (Stephanie Honore), mas não demora muito para a “morte” terminar o seu plano de vez.

Premonição 4 é chato, tudo parece artificial demais, não tem alma, não tem suspense – nem o clássico tema da franquia aparece -, o acidente no autódromo é de longe o pior e mais fraco de todos, nem as mortes são empolgantes e poucas se destacam (a melhor é a sequência do cinema e da escada rolante, e a da lavagem de carro). O terceiro filme já tinha um ritmo mais rápido e com um foco maior nas cenas de mortes, engatando uma atrás da outra, mas tinha um tom mais sombrio, o tema clássico da franquia, e o mistério que antecedia as mortes. Premonição 4 segue pelo mesmo caminho, mas é muito fraco, sem emoção nenhuma, faltando todos esses elementos que deixavam os filmes interessantes. Ora, todo mundo sabe que a dinâmica da trama é a mesma de todos os filmes da saga, e isso não é nenhum problema já que as mortes eram mais elaboradas e diferentes a cada capítulo, mas esse quarto filme já mostra sinais de cansaço, parece que o diretor David R. Ellis estava bastante preguiçoso em fazer o seu filme. Nem parece que ele dirigiu o ótimo Premonição 2.
Outro ponto fraco é o uso excessivo dos efeitos em CGI. Os filmes anteriores tinham uma montagem e maquiagem mais elaboradas, sem muitos efeitos onde tudo parecia mais real. Premonição 4 abusa dos efeitos em CGI, deixando tudo artificial, principalmente com o uso do 3D, novidade na franquia, que é eficiente em algumas cenas, mas se limitam a objetos atravessando o corpo das pessoas. Na época do lançamento, eu tinha assistido em 3D, mas assistindo novamente agora, acho que podia perfeitamente ter visto em 2D sem perder a diversão. Os personagens também são outro ponto fraco desse quarto capítulo. Eles não tem carisma e muito menos personalidade, não criam nenhuma afinidade com o público, não nos importamos com eles, e são extremamente estereotipados, resultado de um péssimo desenvolvimento no roteiro. Tem o playboy que se acha o “gostosão”, o caipira, o metaleiro rancoroso e racista que dirige um caminhão de reboque horroroso, as crianças chatas, aqueles que não acreditam no que está acontecendo, todos sem nenhuma profundidade e com atuações caricatas; parece que tudo foi feito de propósito.

Premonição 4 diverte para quem procura apenas um filme igual aos outros da franquia, sem novidades e nenhuma surpresa ou revelação importante, e que quer se entreter com mortes genéricas e muito sangue e gore, um dos poucos pontos positivos desse quarto filme. Com um roteiro sem graça e previsível, personagens desinteressantes, e um 3D que até funciona em alguns momentos, The Final Destination acaba se tornando o pior filme da franquia faltam cenas memoráveis nesse quarto filme, falta a alma da franquia, aquele clima sombrio e mórbido, e aquele suspense clássico que sempre esteve presente em todos os filmes lançados. É diversão momentânea e esquecível, infelizmente.

PREMONIÇÃO 4
Ano: 2009
Direção: David R. Ellis
Duração: 91 min
Distribuidora: PlayArte/ New Line Cinema
Elenco: Bobby Campo, Shantel VanSanten, Nick Zano e Haley Webb
NOTA: 4,0
Disponível na
DISSECANDO PREMONIÇÃO 4: AS REFERÊNCIAS
CRÉDITOS DE ABERTURA:
Como de costume nos outros filmes da franquia, os créditos iniciais dão dicas de como alguns personagens vão morrer. Porém, em Premonição 4, os créditos iniciais mostram as mortes dos personagens dos filmes anteriores em forma de raio-x.
Morte de Evan Lewis | Premonição 2
Morte de Kat Jennings | Premonição 2
Morte de Rory | Premonição 2
Morte de Todd | Premonição 1
Morte da professora Valerie Newton | Premonição 1
Morte de Frankie Cheeks | Premonição 3
Morte no elevador de Nora Carpenter | Premonição 2
Morte de Erin | Premonição 3
Morte de Ian McKinley | Premonição 3
Morte de Ashlyn e Ashley| Premonição 3
Morte de Perry no festival de Fogos | Premonição 3
A sequência final do trem, com a morte de Wendy | Premonição 2
Morte de Billy Hitchcock | Premonição 1
Morte de Clear e Eugene | Premonição 2
A sequência do acidente na montanha russa | Premonição 3
Terry atropelada pelo onibus | Premonição 1
OUTRAS REFERÊNCIAS:
O carro que causou o acidente na pista de corrida é o de número 6 - esse número sempre esteve presente em alguns momentos da franquia -. Em uma cena onde o carro está no "pit-stop", o ângulo da câmera enfatiza junto outros dois "números 6" que estão em duas placas, formando o número 666, conhecido como o número do diabo.

A pista de corrida do autódromo se chama McKinley, o mesmo nome do colégio McKinley de Premonição 3.
Nick (Bobby Campo), Lori (Shantel VanSanten), Hunt (Nick Zano) e Janet (Haley Webb) estão sentando na sessão 180 das arquibancadas. 180 é uma referência ao voo 180 do primeiro filme, e que também esteve sempre presente ao longo da franquia.
O nome de um dos patrocinadores de um carro de corrida é "Bill Wall Leather". Andy (Andrew Fiscella) está usando uma camisa com o nome desse patrocinador na sequência de abertura, e em Premonição 2, Evan também está usando uma camiseta do mesmo patrocinador.
O mesmo logo que aparece em um anúncio de uma bebida na cafeteria, onde Nick, Lori, e Janet estão conversando, aparece na cafeteria onde Alex e Clear conversam sobre o que descobriram, no primeiro Premonição.
O logotipo da cerveja "Hice Pale Ale", que ficou famoso na franquia a partir de Premonição 2, aparece na cafeteria. Lembrando que o caminhão dessa marca de cerveja também apareceu em Premonição 3.
Carter (Justin Welborn) tem um colar com um pingente em forma de um gancho. É uma referência a sua morte: ele é puxado por um gancho e arrastado pela rua.
Na cena da morte de Carter, ele está em um caminhão de reboque bebendo uma cerveja - a Hice Pale Ale, lógico -, que é uma referência ao segundo filme, quando o homem está bebendo e dirigindo na estrada, antes do acidente inicial.
A frase "It's Here"- "está aqui" -, aparece discretamente em todas as visões de Nick (Bobby Campo):
Antes da morte de Hunt (Nick Zano) na piscina, Nick fica do lado de um anúncio da "Clear Rivers Water". O nome se refere a personagem de Premonição 1 e 2, Clear Rivers, interpretada por Ari Larter.
Os filhos de Samantha (Krista Allen) estão usando camisetas de futebol com os números 20 e 9. Se multiplicar os números, o resultado é 180, o número do fatídico voo 180 do primeiro filme.

Na mesma cena, os filhos de Samantha estão com um copo de smothie, o mesmo que Ashlyn e Ashley estavam tomando em Premonição 3, a sequencia da câmara de bronzeamento.
O título da reportagem do anúncio sobre a morte de Samantha diz "LakeView woman dies...". LakeView é o nome do hospital de Premonição 2. Já nas noticias relacionadas, uma delas é "Bus crash on HWY 180, kills 32". "Bus crash" é uma referência a morte de Terry no primeiro filme, e HWY 180 se refere ao voo 180. Também, a abreviação HWY 180 pode ser "highway 180" - que traduzido é rodovia - uma referência ao acidente inicial de Premonição 2, e que possivelmente é na rodovia 180.

Em um outro artigo sobre a morte de Samantha, aparece o nome da médica que salvou Kimberly (A.J. Cook), dra. Kalarjian, em Premonição 2.
A morte de Hunt (Nick Zano) acontece em uma piscina, onde ele é sugado por um cano e fica grudado no fundo da piscina. É uma referência ao segundo filme, quando Tim Carpenter (James Kirk) vai ao dentista. No consultório tem um aquário, e ao observar os peixes, um deles acaba ficando preso no tubo após ser sugado.
Na sequência do shopping, quando Nick está tentando apagar o fogo nos fundo da sala do cinema, o extintor falha, igual quando Evan tenta apagar o fogo no incêndio em seu apartamento, em premonição 2. Na mesma cena, aparece uma maquina de pregos que acaba machucando Nick, muito parecida com a que mata Erin, em Premonição 3.
Na sequência final, Nick (Bobby Campo), Lori (Shantel VanSanten), e Janet (Haley Webb), estão em uma cafeteria conversando, uma referência ao primeiro filme, que Alex (Devon Sawa), Clear (Ari Larter), e Carter (Kerr Smith) estão em um bar, em Paris.
NOMES FAMOSOS:
Como de costume na franquia, os nomes dos personagens se referem a artistas de Hollywood.
Nick O'Bannon é referência ao diretor, roteirista, e produtor americano Dan O'Bannon, que escreveu o roteiro do primeiro filme da franquia Alien, e criou os personagens originais da franquia.
Lori Milligan é referência ao diretor, roteirista, e cineasta americano Andy Milligan.
Janet Cunningham se refere ao diretor, produtor e roteirista Sean Cunningham.
Hunt Wynorski se refere ao diretor, produtor e roteirista de filmes B, Jim Wynorski.









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