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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

ESPECIAL | O CHAMADO (2002 - 2005)

Atualizado: 12 de ago. de 2022



O CHAMADO (2002)


Os filmes de terror/suspense orientais (japoneses, tailandeses, coreanos, etc.), são bem mais assustadores do que muitos filmes americanos – podemos incluir as produções espanhóis também (REC) -, e as refilmagens que Hollywood fez, na década de 2000, provam isso. Temos o filme em questão, O Chamado (The Ring), e outras produções, como O Grito, Água Negra (do diretor brasileiro Walter Sales), Pulse, Espíritos – A Morte Está Ao Seu Lado, entre outros. Lançado em 2002, e completando 20 anos de lançamento nos cinemas esse ano, O Chamado foi o pioneiro dessa leva de remakes, baseado no filme japonês Ringu (1998), dirigido por Hideo Nakata (curiosamente, ele também dirigiu a continuação americana, O Chamado 2), que trazia uma das personagens mais famosas da história do cinema: a garotinha fantasmagórica Samara Morgan. Com uma trama bem interessante, cheia de mistérios e muito suspense, The Ring mostrava a maldição de uma fita VHS que provocava a morte de quem assistia, sete dias depois. Naomi Watts, David Dorfman, Martin Henderson, e Brian Cox estrelam a produção.


Dirigido por Gore Verbinski, O Chamado consegue intrigar o espectador até o final, e mantém o clima de tensão e mistério todo o tempo. A trama é bem simples – a repórter Rachel (Naomi Watts) investiga o mistério da fita amaldiçoada -, e que vai prendendo a atenção do público. Só que ela assistiu a fita, e precisa resolver esse mistério, e a situação complica quando... The Ring, no original, não é um filme de sustos, pelo menos eu não levei nenhum. O terror é mais imaginativo, o suspense é investigativo, há muitos mistérios e segredos sendo revelados, e Verbinski constrói muito bem toda a narrativa. De certa forma, é um filme bem “parado”, mas não menos interessante, e muito menos chato, pelo contrário, há muitas cenas tensas, e tudo é muito intrigante.


Já a parte técnica de O Chamado é incrível, e é o que deixa tudo ainda mais assustador. A fotografia de Bojan Bazelli é impressionante, que optou por manter o clima sempre nublado, chuvoso, e com neblina, além de cores mais “mortas”, que combinam perfeitamente com alguns lugares assustadores, como a região da casa dos Morgan, na ilha Moesko, a cabana onde Rachel encontra a fita, tudo se encaixa perfeitamente com o clima mais sombrio que o diretor pretendia mostrar. Outro destaque da parte técnica é quando a fita VHS começa a reproduzir, com um som agudo arrepiante, e quando termina, aquele barulho de TV com a imagem em estática ecoa em todo o ambiente; e claro, a trilha sonora de Hans Zimmer, que combina com cada cena.



Naomi Watts ganhou mais notoriedade ao interpretar Rachel, e um filme da franquia sem a atriz realmente não funciona muito – apesar do segundo ser inferior a esse, tivemos o terceiro filme, em 2017, sem Watts, e que foi um fracasso total -. O filho de Rachel, Aidan, é interpretado por David Dorfman, um garotinho estranho e um pouco perturbado, que se recusa chama-la de mãe, fato importante que é utilizado na continuação, e completando a “família”, tem Martin Hendersen, que na época ficou famoso por participar do videoclipe Toxic, da Britney Spears, que ajuda Rachel a investigar sobre a fita misteriosa. Há uma participação de Brian Cox, responsável por um dos momentos mais assustadores do longa, e também destaco Daveigh Chasey, que interpreta a garotinha fantasma Samara Morgan.


Há cenas memoráveis, como a da balsa envolvendo um cavalo, quando Rachel vê a fita pela primeira vez, a cena que comentei anteriormente, com Brian Cox, e claro, o desfecho, que já se tornou icônico e até parodiado em Todo Mundo em Pânico 2. Não acho O Chamado assustador, a produção está mais para um suspense com uma boa investigação do que um terror sobrenatural, atiçando a curiosidade do espectador em descobrir todo o mistério sobre a tal fita amaldiçoada. É como diz a parte de trás da capa do DVD, “O Chamado é um suspense que vai mantê-lo tenso desde o arrepiante começo até o seu impressionante fim”, e é exatamente isso que o filme de Gore Verbinski faz. É uma produção estilosa, cheia de mistérios, intrigante, e que nos mantém preso na trama a todo o instante. Um dos melhores filmes de “terror” da década de 2000, com toda certeza. O Chamado faturou $249 milhões pelo mundo, cinco vezes mais do que o seu orçamento, o que garantiu uma continuação, em 2005. Vamos revisitar O Chamado 2?



CURIOSIDADES:


- A tal fita não tem nenhum significado relevante, e muitos tentaram decifrar as cenas tensas e misteriosas que apareciam, mas nunca encontraram nada. O diretor apenas pegou ideias e elementos de outros filmes de terror, japoneses principalmente.


- A garotinha Samara é inspirada em uma lenda sobrenatural chamada Onryo, que no Japão significa “espirito vingativo", e os seus poderes psíquicos são conhecidos como “Nensha” (fotografia do pensamento), as imagens que Samara via em sua mente e que apareciam nos raio-x da personagem.


- A árvore que aparece no cenário da cabana, com folhas de tonalidade vermelha, é chamada de bordô-japonês, que produz um fruto chamado “Sâmara”, e por isso o nome da garotinha ser Samara (sem o acento).


- Quando o filme foi lançado, o estúdio deixou algumas fitas VHS com a gravação amaldiçoada nas poltronas de alguns cinemas dos EUA.


- Gwyneth Paltrow, Kate Beckinsale, e Jennifer Connelly foram cotadas para interpretar Rachel, papel que acabou ficando com Naomi Watts. O diretor Gore Verbinski queria uma atriz que não era tão conhecida na época – ela tinha recém estrelado o elogiado Cidade dos Sonhos. Curiosamente, Jennifer Connelly estrelaria outra adaptação americana de um filme de terror japonês, Água Negra, do diretor brasileiro Walter Salles.




O CHAMADO (THE RING)


Ano: 2002

Direção: Gore Verbinski

Elenco: Naomi Watts, David Dorfman, Martin Henderson, e Brian Cox



NOTA: 10


Disponível na AMAZON PRIME VIDEO



















 

O CHAMADO 2 (2005)


Após os acontecimentos em Seatle, Rachel (Naomi Watts) e seu filho, Aidan (David Dorfmann), se mudam para a pequena cidade litorânea de Astoria, no estado de Oregon. Tudo parecia estar bem, até que um jovem é encontrado morto. Ao investigar esse incidente, Rachel descobre que tem relação com a fita amaldiçoada, que Samara está de volta, e que pretende entrar no corpo de Aidan.


O primeiro filme foi um enorme sucesso, ganhou fãs, e imortalizou a garotinha Samara, então, obviamente que fariam uma continuação; tanto é que o original também teve uma, Ringu 2, de 1999. Ao invés de Gore Verbinski, a direção ficou por conta de Hideo Nakata, que dirigiu o original japonês, resultando em um filme com bastante características de filmes de terror japoneses. O roteiro segue por um outro caminho, deixando de lado o fato de a fita VHS matar quem assistiu, sete dias depois, e expande mais a lenda da Samara, onde conhecemos sobre o seu passado, sua origem, e a mãe biológica, interpretada por Sissy Spacek (a Carrie). Mas até isso acontecer, O Chamado 2 é um filme de terror sobre possessão – mas sem os exorcismos -, transformando Samara em uma serial killer, com sustos fáceis e uma trama não muito inventiva; mas ainda assim, traz momentos interessantes.



Os personagens coadjuvantes, praticamente, estão ali para morrer, e acabam ficando sem muita utilidade. No primeiro filme, tinha Richard Morgan (Brian Cox), o pai da Samara, e também Noah (Martin Hendersen), o ex-namorado de Rachel, que era importante para a trama, já que ele ajudava sua amada na investigação, e esteve com ela em vários momentos. Em O Chamado 2 é diferente: Simon Baker é Max, colega de Rachel no jornal, parecia ser um “Noah 2.0”, mas acaba não tendo muita relevância na trama, e já podemos prever o seu destino; temos a participação da lendária Sissy Spacek, como a mãe da Samara, e a de Elisabeth Perkins como a assistente social chata, Emma, dois papeis desperdiçados. O garotinho Aidan, interpretado por David Dorfmann, continua tão estranho quanto antes, mas agora, o ator teve um desafio pouco maior ao interpretar um Aidan na versão do mal, no qual o jovem se saiu muito bem, e Naomi Watts continua entregando tudo na sua personagem Rachel, comprovando mais uma vez que ela é o “espírito” da franquia.


O Chamado 1 era um filme mais cult, estiloso, um ótimo suspense investigativo, trazendo uma atmosfera tensa a todo o momento, além de manter o espectador fisgado na interessante história da fita amaldiçoada. Já O Chamado 2 deixa tudo isso de lado, se tornando um filme mais comercial, com um roteiro muito pouco criativo, e sem a direção eficaz de Gore Verbinski, resultando em um filme de terror comum – com a confusa direção de Hideo Nakata, que não consegue manter o clima de suspense. Tem alguns momentos interessantes, como a dos ataques dos veados, e toda a parte final é bem legal também, e uma ótima adição ao roteiro, mas tem alguns furos que não da para passar despercebido (Aidan fugindo do hospital sem ninguérm perceber). Aliás, a frase “eu não sou a droga da sua mãe (i’m not your fuckin’ mommy, no original)” acaba deixando a produção um pouco mais fuleira, certo? No mais, O Chamado 2 não é ruim, tem bons momentos, e os sustos fáceis para quem gosta, mas é bem inferior ao primeiro, se tornando mais um filme de terror comum. Acerta em trazer de volta os protagonistas, Rachel (Naomi Watts), Aidan (David Dorfman), e a Samara, além de expandir a história dela, porém, não consegue achar o seu tom ao deixar de lado a maldição da fita, os sete dias, e as imagens na cabeça. A produção não fez o mesmo sucesso do que o primeiro, e por isso, não teve um terceiro filme, até o lançamento do terrível Chamados, de 2017.



O CHAMADO 2 (THE RING 2)


Ano: 2005

Direção: Hideo Nakata

Elenco: Naomi Watts, David Dorfman, Sissy Spacek, Elisabeth Perkins, e Simon Baker.



NOTA: 7,0



Disponível na AMAZON PRIME VIDEO.

















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