CRÍTICA | À ESPREITA DO MAL

De vez em quando surge algum filme interessante e que vale a pena assistir, cheio de mistério, e com o famoso “plot twist”, uma reviravolta, para movimentar a trama e deixar o espectador impactado. Esse é caso de À Espreita do Mal, suspense da Netflix onde nada é o que parece, e ninguém é que se diz ser. Dirigido por Adam Randall, a produção, tem no elenco Helen Hunt, Jon Tenney, Judah Lewis, Owen Teague, Libe Barer e Gregory Alan Williams.

A trama acompanha duas histórias paralelas: a investigação de uma criança desaparecida em uma pequena cidade dos EUA, e a outra, o drama de uma família, Jackie (Helen Hunt), Greg (Jon Tenney) e Connor (Judah Lewis), que está passando por problemas, e acabam presenciando estranhos eventos em sua casa.

De início, I See You, no original, pode parecer um pouco confuso, com várias pontas soltas, e onde você não vai entender muita coisa, mas ficará interessado em tudo o que está acontecendo. Isso se deve ao ótimo roteiro de Devon Graye, que nos entrega uma trama cheia de mistérios, reviravoltas e muito suspense, envolvendo o espectador. Podemos dividir o filme em duas partes, onde a primeira, não sabemos o que realmente está acontecendo, e qual a relação entre as duas tramas, a da família e a da investigação; só sabemos que Greg é policial e está investigando o crime. A segunda, é a reviravolta, que acontece bem antes do final, que liga todas as pontas soltas deixadas anteriormente, se apoiando em várias revelações, uma mais intrigante do que a outra.

A trilha sonora é um detalhe que acaba se tornando importante, e chama bastante a atenção, nos envolvendo cada vez mais, além de ajudar no tom de mistério e suspense da trama. Outro detalhe da parte técnica é o jogo de câmeras, que mistura filmagem convencional com found footage, que apresenta alguns pontos de vistas dos personagens, em determinadas situações.

Por trás de todo esse mistério que movimenta a produção, está uma história sobre pessoas, aqui, no caso, família, e as relações de cada um, envolta de segredos. Todos os atores se destacam, mas é Helen Hunt que mais ganha os holofotes, que sustenta a carga emocional de sua personagem, além da atriz ser a mais famosa do elenco. Vale destacar também o jovem ator Owen Teague, interpretou o adolescente que praticava bullying, Patrick Hockstetter, em It - A Coisa, que aparece na trama lá pela metade, e que tem um papel importante para o desfecho.

À Espreita do Mal pode parecer várias coisas: um suspense sobrenatural, ou psicológico, mas também uma trama sobre a investigação de um crime, tudo isso antes da reviravolta que muda totalmente os rumos da história, mostrando que as aparências enganam. A produção é um dos filmes mais interessantes e inovadores lançados na Netflix esse ano, cheio de mistérios, segredos, reviravoltas, e um desfecho revelador que causa um bom impacto no espectador, graças ao roteiro bem trabalhado. Pode parecer um pouco confuso no início, e acho que essa é a intenção do diretor, mas todas as pontas soltas são ligadas com o tal “plot twist”, e isso é que deixa À Espreita do Mal mais interessante.