Wes Craven ficou famoso por dirigir, e produzir, grandes clássicos do terror slasher dos anos 80 e 90, como Quadrilha de Sádicos, de 1977, que teve uma refilmagem, em 2005, Viagem Maldita (que logo falarei sobre), A Hora do Pesadelo, e a franquia Pânico. Mas nem sempre ele dirigiu filmes do gênero, e uma de suas empreitadas fora do terror, é o thriller com ares de terrorismo Voo Noturno, que está disponível no catálogo da Netflix. Com um ritmo ágil, e sem muitas pretensões, a produção tem os seus melhores momentos dentro do avião, e tem no elenco Rachel McAdams, Cilliam Murphy, Brian Cox, e Jayma Mays.
Lisa (Rachel McAdams) é gerente de um hotel em Miami que viajou para um funeral de uma tia. Na volta, ela pega o ultimo voo, e acaba conhecendo o misterioso Jack (Cilliam Murphy), charmoso e sedutor, que acaba se revelando um terrorista. Ameaçando matar o pai de Lisa, Jack exige que ela mude de quarto o secretario de segurança dos EUA, William Keefe, para ele ser assassinado.
Voo Noturno consegue entreter o espectador com um bom suspense, uma trama dinâmica que não enrola, e tem a facilidade de ser bem curto, com apenas 86 minutos de duração. Wes Craven desenvolve bem o seu filme, que pode ser dividido em duas partes distintas. A primeira, no aeroporto, e dentro do avião, onde Lisa e Jack se conhecem, com direito a “coincidências”, ou “destino”, quase que um filme de romance. As cenas dentro do avião são as mais interessantes, travando um ótimo jogo psicológico entre a mocinha e o vilão, com diálogos afiados, e uma tensão que só o diretor sabe como fazer. O “casal” protagonista tem uma boa dinâmica, e ótimos desempenhos, e se destacam também a garotinha Rebecca (Britany Oaks), e uma senhora super simpática, onde ambas têm papel importante na trama.
A segunda parte se passa fora do avião, ganhando um novo ritmo, algo mais no estilo da franquia Pânico, com perseguições, e embates corporais. Nessa segunda parte, o vilão Jack acaba ficando bem atrapalhado, e nada ameaçador, muito diferente do que era no avião, calculista e sem sentimento, o que acaba sendo uma virada na trama, já que Lisa, que antes era ameaçada por ele, agora ela está no comando da situação toda. Destaco também Cynthia (Jayma Mays), a divertida, atrapalhada, e extremamente nervosa, colega de Lisa, que passa por poucas e boas na ausência de sua chefe, principalmente em uma cena bem específica, e um pouco exagerada.
Voo Noturno é um daqueles filmes sem nenhuma pretensão, apenas contar uma história de suspense bem desenvolvida, e entreter o espectador. Com uma trama curtinha, e ágil, essa produção do mestre do terror, Wes Craven, está longe de ser memorável, e nem é a sua intenção, mas diverte com um intenso jogo psicológico, uma trama com ares de terrorismo, e alguns personagens engraçados. É bem previsível, e não tem nada que já não tenhamos vistos em várias produções, mas não é um filme chato, e nem cansativo, e no máximo, você vai acabar rindo de algumas situações.
VOO NOTURNO (RED EYE)
Ano: 2005
Direção: Wes Craven
Elenco: Rachel McAdams, Cilliam Murphy, Brian Cox, e Jayma Mays
NOTA: 8,0
Disponível na NETFLIX.
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