CRÍTICA | VIÚVA NEGRA

Natasha Romanoff, mais conhecida como Viúva Negra, é uma das integrantes dos vingadores mais queridas da Marvel, mas que nunca foi devidamente explorada. Ao longo dos seus quase quinze anos, o Universo Cinematográfico Marvel introduziu novos heróis, contando suas histórias de origem e como eles se tornaram os heróis, mas o estúdio sempre esquecia da espiã Natasha. Ela apareceu pela primeira vez em Homem de Ferro 2, teve também papel importante nos filmes do Capitão América, e por fim, começou a ter mais destaque nos filmes dos Vingadores, até ter seu destino selado, em Ultimato.

Iniciando a fase 4 do MCU, o estúdio decidiu, finalmente, contar a sua história de origem de uma forma bem diferente: a trama se passa entre os eventos de Capitão América: Guerra Civil, com a separação do grupo dos vingadores, e os eventos que levaram ao Guerra Infinita. Dirigido por Cate Shortland, Viúva Negra tem no elenco Scarlett Johansson, Florence Pugh, Rachel Weisz, David Harbour, O. T. Fagbenle e Ray Winstone.

Ainda que seja uma história de origem, a produção não mostrou, detalhadamente, sobre como Natasha se tornou a heroína que todos conhecem, ou seja: não mostra o seu treinamento no “salão vermelho”, mas o local aparece. A trama começa mostrando Romanoff ainda jovem, interpretada por Ever Anderson (filha de Milla Jovovich com o diretor Paul WS Anderson), vivendo com sua família adotiva, Melina (Rachel Weisz), Alexei (David Harbour) e sua irmã, Yelena (Florence Pugh), e pula para os eventos após Guerra Civil, deixando muita coisa para trás. Sabemos um pouco sobre sua história, quando Natasha, 21 anos depois, revisita seu passado, buscando informações sobre o paradeiro do General Dreykov (Ray Winstone), chefe da Sala Vermelha, e que recruta as Viúvas Negras.

Misturando drama, comédia, e ótimas sequências de ação, Viúva Negra acerta no seu tom ágil e dinâmico, sem parecer apressado, onde tudo se desenvolve e funciona muito bem. Há um bom clima de investigação, como visto em filmes de espiões, referências a Jason Bourne, e não poderia ser diferente, já que Romanoff é uma espiã, e muitas cenas de ação, com direito a lutas e perseguições de carros. Não tem as grandiosas sequências de ação, comum nos filmes da Marvel, somente no seu ato final, e isso é um diferencial da produção. Entre encontros familiares, e doses certas de emoção e humor, a trama funciona como um intermediário, sem alterar tudo o que já foi mostrado sobre a personagem, e tudo o que veio depois, de acordo com a linha do tempo do MCU, incluindo o seu trágico destino.

Scarlett Johansson faz uma Viúva Negra bastante sensível e emotiva, reforçando o jeito de como a personagem sempre foi, além de complementar mais a sua personalidade. A atriz se sai bem, como sempre, e vamos sentir muitas saudades, mas é Florence Pugh que se destaca, e acaba firmando o seu futuro nos filmes da Marvel. Ela interpreta Yelena, irmã de Natasha, conseguindo dosar inocência e espirito de luta com muito carisma, além de se sair muito bem nas sequências de ação. E é incrível a sua sintonia com Johansson. Rostos conhecidos, e queridos pelo público, Rachel Weisz e David Harbour, interpretam os pais das protagonistas, e foram ótimas escolhas para integrar o elenco, onde formam uma simpática família, mas seus personagens não são tão aproveitados, mas são importantes para a trama. O carisma da dupla é sensacional, ainda que Melina seja racional, e Alexei muito chato, mas divertido pai de família, soltando piadas e enchendo o saco que é a versão russa do Capitão América.

A Marvel prometia a anos uma história digna sobre a única heroína integrante no grupo dos Vingadores, até o surgimento da Capitã Marvel, e o estúdio entregou exatamente isso, mas sem a grandiosidade das suas produções. É uma história de origem simples, dramática e cheia de emoção, o grande charme da produção, com uma trama ágil e envolvente, ótimas sequencias de ação, principalmente no final, que se não fosse por isso, não iria parecer um filme do MCU. Resta esperar como o estúdio vai preencher a lacuna deixada com a saída de Scarlet Johanson, e sua Viúva Negra; Será que Florence Pugh, e sua Yelena, pegará o lugar de sua irmã?