CRÍTICA | VIVA: A VIDA É UMA FESTA
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 4 de jan. de 2018
- 3 min de leitura

Os estúdios da Disney/Pixar trouxeram, ao longo de décadas, grandes animações campeãs de bilheteria, de criticas e de prêmios, como o Globo de Ouro e o Oscar, os maiores do cinema. Como não se emocionar com o vendedor de balões Carl, em Up – Altas Aventuras, ou a despedida emocionante de Andy com seus bonecos, em Toy Story 3, ou quando entramos na mente da garotinha Riley, e conhecemos suas quatro emoções, em Divertida Mente; enfim, levaria um tempão para dizer todos. Eis que o estúdio lança sua mais diferente obra, saindo da sua “zona de conforto”, e abraçando outras culturas, com Viva – A Vida é uma Festa. Abordando a cultura mexicana, e o seu famoso “dia dos mortos”, a animação dirigida por Adrian Molina e Lee Unkrich, é uma das mais emocionantes da Disney.
Miguel é um garotinho que sonha em ser músico, e se inspira em seu grande ídolo, Ernesto Della Cruz, um cantor já falecido. O problema é que sua família não gosta de música, e impede o garoto de seguir seu sonho. Na noite do dia dos mortos, Miguel acaba entrando no mundo dos espíritos, e a única forma de ele voltar, é encontrar seu maior ídolo.
Viva – A Vida é uma Festa é uma grande homenagem a cultura mexicana, falando sobre os laços familiares, sonhos e o mundo espiritual. No filme, acompanhamos a jornada do garoto Miguel, um personagem carismático e apaixonante, que luta para seguir seus sonhos, mesmo contrariando os ideais de seus familiares. O roteiro mistura drama e comédia, no melhor estilo das novelas mexicanas, com segredos, traições e reviravoltas, em uma história cativante e sensível. A parte técnica não deixa nada a desejar, rica em detalhes e cores, que vão desde um caminho de pétalas brilhantes, uma enorme cidade iluminada, até animais coloridos, que são os guias espirituais de cada um, e os figurinos típicos da cultura mexicana; um visual belíssimo e encantador.

A forma como os diretores Adrian Molina e Lee Unkrich abordam alguns temas, é simples, mas o suficiente para emocionar o espectador. A história de gerações, antepassados, o plano espiritual, a importância da família, o perdão, o jeito que a produção trabalha com a morte, não é pesada e nem fantasiosa, e sim, de uma forma que todos conseguem entender, além de emocionar e capaz de fazer muita gente chorar. A música é o que liga os dois mundos, os dos vivos e dos mortos, e está presente a todo momento, e é o principal motivo da busca de Miguel pela aceitação.
Os personagens são encantadores (alguns), com destaque para Miguel, a sua tataravó, e Héctor, um aspirante a musico que acompanha o garoto no plano espiritual, junto com o cachorrinho Dante. A forma como os diretores representaram os personagens do mundo dos mortos, em forma de esqueletos, é rica em detalhes, com figurinos extravagantes e muita maquiagem.
Viva – A Vida é uma Festa é uma animação simples, não tão inovadora quanto Divertida Mente, mas é adorável e contagiante, com personagens bem desenvolvidos, e uma história incrível. A parte final é linda, e dificilmente você não cairá nas lagrimas, se tornando uma das animações mais sensíveis da Disney/Pixar. É uma produção impecável, sincera, sensível e capaz de emocionar todos, sem desrespeitar as outras crenças.

VIVA: A VIDA É UMA FESTA (COCO)
Ano: 2017
Direção: Adrian Molina e Lee Unkrich
Elenco: Anthony Gonzalez, Gael Garcia Bernal, Benjamin Bratt e Alanna Ubach. No Brasil, vozes de Leandro Luna, Nando Phrado, Adriana Quadros e Marilza Batista.
NOTA: 10





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