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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | VERMELHO, BRANCO E SANGUE AZUL



O terreno das comédias românticas é bastante instável, e não é à toa que poucos filmes do gênero têm sido lançados – apesar de nos streamings esses lançamentos têm sido mais recorrentes -. E não é por causa dos clichês repetitivos, muitos até são importantes para o desenvolvimento da trama, mas a história em si é chata e não consegue cativar o público. Já as comédias LGBTQIAPN+ acabam sendo mais interessantes porque existem outros conflitos a serem explorados, como as dificuldades de se assumir para sua família, amigos, etc. Temos então a nova comédia romântica lançada pela Amazon Prime, Vermelho Branco e Sangue Azul, produção baseada no livro homônimo de Casey McQuiston que foi um sucesso de vendas, de crítica, e que conquistou o coração dos leitores. Dirigido por Matthew Lopez, Red White and Royal Blue, no original, se sobressai entre as outras produções do gênero, e apesar dos clichês típicos, mantém toda a essência da obra e consegue envolver o público na sua história inusitada e cheia de surpresas.


Na trama, o filho da presidenta dos EUA, Alex Claremont-Diaz (Taylor Zakhar Perez), e o príncipe da Inglaterra, Henry Fox Mountchristen-Windsor (Nicholas Galitzine), precisam passar um tempo juntos para que ambos os países mantenham uma boa relação internacional. O problema é que eles se odeiam, mas à medida que eles vão se conhecendo, um sentimento maior começa a surgir, e eles acabam se apaixonando um pelo outro. Uma Thurman, Sarah Shahi, Rachel Hilson e Juan Castano também estão no elenco.


Vermelho Branco e Sangue Azul começa usando a fórmula mais usada no gênero, “enemies to lovers”, quando os dois protagonistas se odeiam, mas depois acabam gostando um do outro. Porém, o filme não estende essa rivalidade por muito tempo, e o romance entre Alex e Henry começa logo; um ponto positivo. Além disso, a trama tem muitos clichês típicos do gênero, mas tudo é tão envolvente e interessante que a gente nem se importa com isso. É um filme leve, com humor, momentos divertidos, cenas – não tão - picantes, situações inusitadas e grandes surpresas, além de ter sido bastante fiel ao livro. O fato é que o filme nunca será melhor do que a obra literária, mas o diretor Matthew Lopez consegue manter toda a essência e os trouxe os principais momentos para construir a história, apesar de ter mudado algumas coisas; quem leu o livro não ficará decepcionado.



Mas é a atuação de Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine o principal fator para o sucesso e o carisma da produção. Ambos têm atuações sinceras e cativantes, desde os momentos mais românticos até os mais divertidos e “quentes”, a química entre eles é incrível e tão intensa que é impossível não se apaixonar ou torcer pelo casal, e tudo acontece naturalmente e nada parece ser forçado. Taylor Zakhar Perez faz um Alex divertido, descolado e com muito vigor, mas é Nicholas Galitzine e seu príncipe Henry que mais se destaca, graças a carga dramática que o personagem carrega consigo: se assumir é uma tarefa mais difícil para ele do que para Alex, e o ator consegue transmitir toda a angústia de Henry em não poder “sair do armário” e ser feliz do jeito que ele realmente é.


Outro ponto que ajuda Vermelho Branco e Sangue Azul a se destacar, são os conflitos que o roteiro aborda. A trama principal é o romance entre o filho da presidenta dos Estados Unidos com o príncipe da Inglaterra, mas não é só isso. Tem a questão da bifobia – os bissexuais também existem e a letra B da sigla LGBTQIAPN+ não é de enfeite -, o papel da mulher no poder representado pela reeleição da presidenta Ellen Claremont (Uma Thurman), e os conflitos de Henry e Alex por serem figuras públicas e assumirem as suas sexualidades, que é mais difícil do que para uma pessoa anônima, principalmente para Henry que faz parte da conservadora família real britânica.



Leve, divertido e cheio de surpresas, Vermelho Branco e Sangue Azul se desenvolve bem e consegue cativar o público – tanto os que leram a obra quanto os que não conheciam -, sendo o principal ponto positivo as atuações de Taylor Zakhar Perez (Alex) e Nicholas Galitzine (Henry), extremamente fofos e com uma sintonia incrível juntos. É um filme envolvente e dinâmico que te faz rir, se emocionar, torcer para que o casal consiga ficar junto, é repleto de clichês dos filmes de romance, além de trazer uma grande representatividade para a comunidade LGBTQIAPN+ (a cena final no palácio de Buckingham tem uma enorme importância). Um filme maravilhoso e delicioso de se assistir, e está disponível na Amazon Prime.



VERMELHO, BRANCO E SANGUE AZUL (RED, ROYAL & ROYAL BLUE)


Ano: 2023

Direção: Casey McQuiston

Distribuidora: Amazon Prime Video

Duração: 118 min

Elenco: Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine, Uma Thurman, Sarah Shahi, Rachel Hilson e Juan Castano.



NOTA: 10


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