Na maioria das vezes que Venom aparece nas HQ’s, o personagem é mostrado como vilão, inimigo do Homem Aranha. Lá em 2007, Venom teve uma participação especial no terceiro filme da trilogia de Sam Raimi, Homem Aranha 3, quando Tobey Maguire interpretava o aracnídeo. Agora, a Marvel e a Sony decidiram contar uma história de origem, sem nenhum envolvimento com o Universo Cinematográfico da Marvel, ou com o Homem Aranha, transformando Venom em um anti-herói. No elenco estão Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed, Jenny Slate e Reid Scott.
Na história, o jornalista investigativo Eddie Brock (Tom Hardy) tentou mostrar os crimes que a Fundação Vida comete, mas acabou sendo demitido. Meses depois, ele acaba conseguindo provas para incriminar a empresa, mas acaba sendo infectado por Venom, uma criatura gosmenta que veio do espaço e que faz dos humanos seus hospedeiros. Eddie tenta conviver com seu “novo amigo”, ao mesmo tempo que tenta impedir que o dono da Fundação Vida, traga mais dessas criaturas para a Terra.
Massacrado pela crítica, mas que rendeu quase U$ 900 milhões de bilheteria, Venom não é tão ruim quanto estão falando. O roteiro não tem nenhuma ligação com Homem Aranha, e sua história de origem é diferente, que acaba criando uma outra perspectiva do personagem: tornaram Venom bom, um anti-herói da Marvel. O filme não perde tempo, e já mostra o início da trajetória solo da gosma preta, estendida demais por sinal, além de introduzir o seu protagonista, o jornalista Eddie Brock, antes do encontro com a tal criatura. Um dos maiores destaques é a relação divertida entre Eddie e Venom, já que o simbionte se torna um hospedeiro no corpo do jornalista, e os dois conversam entre si; o caminho é longo até o personagem aceitar a presença do seu novo amigo. Muitos reclamaram que tornaram Venom um personagem bom, diferente das HQ’s, mas a ideia era fazer algo diferente, sem muita relação com Homem Aranha, assim, ampliando o universo do personagem.
Tom Hardy foi a escolha certa para viver o personagem, seu jeito mais “malvado” caiu bem, e sua “dupla personalidade” foi bem representada pelo ator, assim como o seu timing cômico e as loucuras. A atriz indicada quatro vezes para o Oscar, Michelle Williams, interpreta Anne, ex-namorada de Eddie, que se sai bem dentro das limitações do roteiro, mas sua química com Hardy não convence e não empolga ninguém, provando que deixá-los como amigos foi a escolha certa. Prova disso se dá nos minutos finais da produção. O vilão da vez é Carlton Drake, interpretado pelo ator anglo-paquistanês Riz Ahmed, personagem que cai no clichê do empresário rico com intenções globais, que mais irrita o espectador do que passa medo. Destaque para o atual namorado de Anne, o dr. Dan Lewis, vivido por Reid Scott, da série Veep, que foge do clichê de não se dar bem com o ex de sua namorada.
Venom tem muitas de ação, com destaque para uma intensa perseguição pelas ruas de São Francisco, além de ter bons efeitos especiais, até chegar na cena final, onde o CGI ficou um pouco exagerado, as vezes se tornando confuso, mas nada que estrague a produção. No fim, o filme de Ruben Fleischer é um longa despretensioso, próximo do que foi Homem Formiga e a Vespa, se tornando uma boa tentativa de expandir o universo do personagem, ainda que não chame tanta a atenção, ou que cativa o espectador como deveria. Quem sabe na continuação que, gostando ou não, vai ter, eles consigam fazer algo maior, mas o resultado foi positivo para um início de uma possível franquia, ou trilogia. Venom tem duas cenas pros créditos, sendo a primeira, uma dica de como poderá ser o próximo filme do simbiótico, e a última, lá no final dos créditos, que não tem nenhuma ligação com esse filme, ou a continuação.
VENOM
Ano: 2018
Direção: Ruben Fleischer
Elenco: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed, Jenny Slate e Reid Scott
NOTA: 8,0
Disponível na NETFLIX.
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