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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | UM TIRA DA PESADA 4: AXEL FOLEY



Nos últimos anos, Hollywood tem produzido um monte de sequencias e reboots de filmes que fizeram sucesso nos anos 80 e 90, seja por “apresentar” para a nova geração, ou pela nostalgia mesmo: Ghostbusters, Bad Boys, e Twisters (que estreia dia 11 de julho) são os exemplos mais recentes. A nova empreitada é Um Tira da Pesada, um grande sucesso dos anos 80 estrelado por Eddie Murphy, juntando ação e comédia – mistura muito popular nessas décadas - e que resultou em duas continuações, com o último lançado já nos anos 90. O primeiro “Beverly Hills Cop” estreou há exatos 40 atrás, em 1984, apresentando o detetive Axel Foley (Murphy), um dos personagens mais lembrados – principalmente na Sessão da Tarde -, com um humor acido sensacional, muito carisma e com bastante habilidade de improviso e de escapar das maiores enrascadas. A continuação, lançada em 1987, conseguiu manter os principais elementos do filme anterior, fez um grande sucesso também, mas acabou não tendo a mesma energia de novidade, e o Um Tira da Pesada 3 enterrou a franquia de vez.


Décadas se passaram e várias tentativas para um quarto filme aconteceram – inclusive do próprio Eddie Murphy -, mas nunca dava certo, até que a Netflix, em parceria com a Paramount, anunciou Um Tira da Pesada 4: Axel Foley, o que gerou grandes expectativas, e também receio de estragarem de vez a franquia. Mas para a sorte de todos, o quarto filme é tão divertido quanto o original, mantendo toda a essência da franquia, além de trazer velhos, e conhecidos, personagens: Billy Rosewood (Judge Reinhold) e John Taggart (John Ashton). Na trama, Axel Foley retorna para Beverly Hills após descobrir que sua filha, Jane (Taylour Page), corre risco de vida por defender um jovem que foi acusado falsamente de matar um policial. Joseph Gordon-Levitt e Kevin Bacon também são as novas adições no elenco, além de ter o retorno de Bronson Pinchot e Paul Reiser.


Um Tira da Pesada 4 se apega muito a nostalgia e as referências aos filmes da trilogia original – seja nas frases, as situações hilárias que se repetem, e até as cenas mais marcantes -, um “fan service” muito mais que bem-vindo, e isso é o que faz funcionar o novo filme da Netflix. Apesar da trama se passar nos dias atuais, a ambientação remete diretamente aos anos 80, época dos outros filmes, com as clássicas perseguições e tiroteios nas ruas de Beverly Hills, trama envolvendo policiais corruptos, as investigações, até o clássico carro “Chevy Nova 1972” dá o ar da graça, além das canções “The Heat is On”, que se tornou o tema da franquia, e “Axel F”, de Harold Faltermeyer, que teve um remix irritante no início dos anos 2000. Por outro lado, “Beverly Hills Cop 4” traz um clichê muito usado nas produções mais atuais – a conturbada relação entre pais e filhos -, que aqui acontece entre Axel e sua filha, a advogada Jane. Além disso, o roteiro escrito por Will Beall, Tom Gormican e Kevin Etten as vezes parece ser bem preguiçoso, não trazendo muitas novidades e repetindo a dinâmica do original em vários momentos, como a sequência da abertura e a clássica investigação no galpão. Mas isso não é ruim, pelo contrário, e funciona mais para a nostalgia mesmo.



Assim como acontece em toda “revisitação”, Um Tira da Pesada 4 traz de volta os clássicos personagens da franquia, e introduz novos nomes no elenco. Eddie Murphy continua incrível no papel de Axel Foley, mantendo toda a energia do clássico personagem, a sua lábia incomparável para conseguir se livrar das situações, o humor politicamente correto e as clássicas piadinhas, além de continuar desobedecendo os seus chefes, destruir carros e causar o maior caos na cidade. Judge Reinhold e John Ashton também retornam para os seus clássicos personagens, Billy Rosenwood e John Taggart, respectivamente, mesmo aparecendo menos tempo em tela, além de Paul Reiser e Bronson Pinchot, que interpreta o divertido Serge.


E no meio de toda essa nostalgia e dos clássicos personagens, Um Tira da Pesada 4 traz novos rostos para a franquia. Joseph Gordon-Lewitt é o detetive Bobby Abbott, uma ótima adição no elenco, fazendo parceria com Axel nas investigações, uma alusão aos filmes de “buddy cop”, muito popular na década de 80 e 90. Taylour Paige interpreta a filha de Axel, Jane, uma advogada que entra numa enrascada ao defender um jovem acusado injustamente, e que tem uma relação conturbada com o seu pai, muito explorada no roteiro, e por fim, Kevin Bacon, que interpreta o vilão da vez, o policial corrupto Grant. O ator faz um vilão bem fraco, totalmente canastrão, mas que funciona dentro da história.



Outro ponto para destacar aqui é o fato de a produção quase não ter usado efeitos em CGI, utilizando efeitos práticos nas cenas de perseguição e explosões, se conectando ainda mais com a trilogia original. Um Tira da Pesada 4: Axel Foley é uma excelente adição a franquia e uma grande surpresa, acertando muito bem no tom da nostalgia ao trazer todos os elementos e personagens do universo da franquia. A trama é bem simples e não tem nada de inovador, e apesar dos clichês do policial corrupto e do drama familiar que envolve a trama, o quarto filme da franquia funciona, é divertido, nostálgico, e só por trazer de volta o trio de policiais mais atrapalhados, Axel Foley, Billy Rosenwood e John Taggart, já vale a pena assistir ao novo filme. E claro, o clássico tema da franquia “The Heat is On”.



UM TIRA DA PESADA 4: AXEL FOLEY (BEVERLY HILLS COP 4: AXEL F)


Ano: 2024

Direção: Mark Molloy

Distribuidora: Paramount/ Netflix

Duração: 118 min

Elenco: Eddie Murphy, Taylour Page, Joseph Gordon-Levitt, Kevin Bacon, Judge Reinhold, John Ashton, Paul Reiser e Bronson Pinchot.


NOTA: 8,0


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