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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | TWISTERS



Twister, lançado em 1996, foi um dos maiores filmes-catástrofes da década de 90, apostando em cenas de ação, incríveis efeitos em CGI, e personagens carismáticos, além de mostrar os desastres que os tornados causavam – e ainda causam - nas cidades atingidas. Dirigido por Jan De Bont (de Velocidade Máxima 1 e 2), a produção era estrelada por Bill Paxton, Helen Hunt e Phillyp Seymour Hoffman, e muito se falou em uma sequência, mas nunca saiu do papel; até o próprio diretor já disse que não teriam motivos para um “Twister 2” e que não apoiaria se fizessem. 28 Anos depois é lançado “Twisters”, estrelado por Daisy Edgar-Jones, Glen Powell e Anthony Ramos, que mantém a dinâmica do filme, mas não se prende ao original, além de não ter a participação, e sequer menção, dos personagens anteriores.


Na trama, Kate Cooper (Daisy) é uma caçadora de tornados de Oklahoma que acaba perdendo seus amigos durante uma atividade em campo. Anos depois, já morando em Nova York e trabalhando como meteorologista, Kate recebe a visita do único amigo, e colega, que sobreviveu, Javi (Anthony Ramos), que a convida para retornar a sua cidade natal e ajudá-lo com um novo sistema de alerta de tornados. Na sua nova missão, Kate acaba conhecendo Tyler Owens (Glen Powell), um famoso “domador” de tornados que tem um canal no Youtube onde mostra as suas aventuras durante a caçada. Maura Tierney, da extinta série E.R., também está no elenco.


Muita coisa mudou desde o primeiro filme, seja com o avanço da tecnologia ou o aumento do aquecimento global, resultando em tempestades cada vez piores, e Twisters usa isso como base para sustentar o roteiro, criando uma “Dorothy atualizada” para estudar os tornados e encontrar uma forma de criar um outro tipo de alerta para a população. Dirigido por Lee Isaac Chung, Twisters funciona como uma “repaginada” do filme de 96, repetindo algumas dinâmicas e pegando algumas referências, mas cria sua própria história e segue um caminho distinto. Temos duas equipes caçadoras de tornados – a liderada por Kate Cooper, e a do Youtuber Tyler Owens – que acabam disputando para ver quem consegue chegar mais perto dos tornados, e é a partir do ponto de vista deles que o público é jogado no meio da força da natureza. O primeiro filme teve ótimos efeitos especiais para a época, e que ainda impressionam bastante, além de ter sido indicado ao Oscar de Efeitos Visuais. E Twisters consegue repetir o feito, criando tornados mais realistas, sequencias de ação empolgantes e perseguições tensas, com direito a muita destruição, adrenalina, e até um "tornado de fogo", exatamente como um filme catástrofe deve ser.  



O espírito de aventura que a equipe de Bill (Bill Paxton) e Jo (Helen Hunt) tinham no primeiro filme se repete em Twisters, além daquele clima de emoção contagiante, principalmente por causa do carisma dos personagens. Mas não é só isso que o roteiro de Mark L. Smith foca. Os EUA sempre viveram em uma realidade onde os tornados assolam algumas regiões do país, principalmente na região de Oklahoma – conhecida como “Tornado Alley” -, onde a trama se passa. Twisters mostra os desastres causados pelos tornados de uma forma realista – mais ainda que o original -, provando que todo o trabalho que os personagens fazem não é à toa, além de mostrar a forma como as grandes empresas lucram em cima da tragédia dos outros.


O carisma dos personagens é um dos pontos altos de Twisters, principalmente o dos protagonistas, Daisy Edgar-Jones (Kate) e Glen Powell (Tyler). A parceria dos dois astros é incrível e com muita sintonia, e o roteiro acaba criando um possível interesse amoroso entre eles, já que seus caminhos são cruzados constantemente na trama. Glen Powell, que despontou em “Top Gun: Maverick” é o grande destaque, graças ao seu charme e carisma, espírito aventureiro, e a empolgação do seu personagem, Tyler Owens, um Youtuber que faz lives das suas caças aos tornados. Tyler fica curioso com sua nova colega de trabalho, a determinada Kate, uma meteorologista de Nova York que antes caçava as tempestades, mas acabou desistindo por causa de um incidente envolvendo seus amigos, e que tem métodos inusitados para “ler” os tornados; algo parecido como o personagem de Bill Paxton fazia. O restante da equipe, dos caçadores de tornados, repete a mesma dinâmica do primeiro filme, com direito até um personagem muito parecido com o antagonista, Dr. Jonas Miller (Cary Elwes).



A fotografia, as paisagens, a ambientação, a dinâmica dos personagens, e até a trilha sonora remetem ao filme de 1996, além de trazer algumas referências muito bem-vindas que até trazem uma certa nostalgia. Mas o foco de Twisters não é esse, e muito menos se entrelaçar com o original. Lee Isaac Chung, e o roteirista Mark L. Smith, seguem caminhos bem distintos, pegando apenas algumas referências para servir como base para o roteiro, criando uma história nova e com tecnologias mais avançadas. Twisters é um blockbuster típico dos anos 90, recheado de cenas de ação que nos coloca frente a frente aos tornados, com muita perseguição e adrenalina, personagens carismáticos e cheios de sintonia, mas que também é consciente ao mostrar a realidade da destruição causada pelas tempestades. Ainda prefiro o Twister de 1996, apesar do "dramalhão" de Jo, Bill, e a nova esposa ser irritante, mas tem personagens mais charmosos, divertidos e com espíritos mais aventureiros; e sem falar que é um clássico dos filmes-catástrofes. Twisters cumpre o que promete sem estragar o legado do filme original, e é uma boa opção para quem estava com saudades do cinema catástrofe.




TWISTERS


Ano: 2024

Direção: Lee Isaac Chung

Distribuidora: Warner Bros. Pictures

Duração: 122 min

Elenco: Daisy Edgar-Jones, Glen Powell, Athony Ramos, Maura Tierney.



NOTA: 8,5






















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