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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | TRIÂNGULO DA TRISTEZA

Atualizado: 6 de mar. de 2023




03 Indicações ao Oscar | Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original.




Triangulo da Tristeza, indicado à 03 Oscar, provavelmente é o filme mais polêmico e inusitado da premiação esse ano. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, a produção é uma crítica e uma sátira da alta sociedade, com situações inesperadas e chocantes capazes de revirar o estomago do público. Em 2017, o diretor Ruben Östlund ganhou o mesmo prêmio por The Square: A Arte da Discordia, onde ele faz uma crítica ao mundo da arte. Agora, ele nos leva para um cruzeiro em um iate cheio de gente ricas – maioria russos -, que passam por situações bizarras e um inusitado naufrágio, criticando os ideais da elite. Charlbi Dean, Harris Dickinson, Woody Harrelson, Dolly De Leon, Zlatko Burić e Vicki Berlin estão no elenco.


O roteiro de Triangle Of Sadness, no original, é dividido em três partes distintas, todas com alguma crítica social onde as duas primeiras são as mais divertidas. Primeiro conhecemos o casal interpretado por Harris Dickinson e Charlbi Dean, a influencer digital Yaya, e o modelo Carl, que passam por alguns problemas na relação (envolvendo dinheiro e quem paga a conta do restaurante). Depois, a trama vai para um minicruzeiro em um iate com um monte de gente rica que passam por situações absurdas e desconfortáveis, expondo toda a hipocrisia deles; essa é a melhor parte do filme. E por fim, o final quando os passageiros passam por um naufrágio e ficam isolados em uma ilha remota. Ruben Östlund é um mestre em fazer críticas de diversas situações, e aqui, o diretor chega ao seu auge, mirando nos bilionários hipócritas e cheio de manias. Ironizando o privilégio da alta sociedade, desigualdade social, capitalismo, comunismo, questões políticas, e sobrando até para os influencers, o diretor cria situações inusitadas com muito humor satírico que diverte e choca o público.



Apesar das cenas chocantes e do humor ácido, Triangulo da Tristeza tem problemas no seu roteiro: o terceiro ato, na “ilha deserta”, faz a produção perder todo o ritmo que vinha mantendo, principalmente se relacionar com a segunda parte, quando a trama ainda está no iate. Outro problema é a sua duração, com 2h30 minutos que facilmente poderiam ter sido cortados uns 20 minutos do resultado final, sem prejudicar a trama. E ainda, o desfecho é deixado em aberto para interpretações, que poderá deixar muita gente decepcionada, além de ter um tipo de reviravolta que faz tantos os personagens, quanto a gente, de bobos (no bom sentido, claro).


Ruben Östlund consegue fazer com que o público pegue ranço da maioria dos personagens, nos fazendo torcer para que tudo dê errado com eles, e grande parte do mérito se dá pela ótima atuação do elenco. Harris Dickinson e Charlbi Dean vivem um casal de influenciadores que passam por situações ridículas na sua vida pessoal, e provavelmente são os menos ricos entre a classe alta; eles ganham mais destaque nas duas primeiras partes. Outro personagem que chama a atenção é o magnata russo Dimitry, interpretado por Zlatko Buric, que trabalha no ramo das “merdas” (estercos), divertido, excêntrico, e que tem uma cena hilária com o capitão do navio, interpretado pelo sempre ótimo Woody Harrelson – que odeia gente rica -. Mas o destaque maior é a faxineira Abigail (Dolly De Leon), que tem uma interessante reviravolta em sua personagem no terceiro ato.



Triangulo da Tristeza é um filme com um ritmo lento que se sustenta nas críticas sociais e nas inusitadas situações que os personagens passam, tudo com muito humor crítico e diálogos ácidos, mostrando a hipocrisia e os privilégios dos mais ricos. Tem situações chocantes como a nojenta e longa cena do jantar onde todos acabam passando mal, em um festival de vômitos e diarreias sem precedentes, e o terceiro ato, com uma divertida inversão de papeis sociais onde os ricos se submetem aos mais pobres. Queridinho nos festivais pelo mundo, Triangulo da Tristeza agradou os críticos em Hollywood pela ousadia de criticar os privilégios e os ideais da elite e dos influenciadores, e claro, provavelmente o segundo ato teve uma grande influência na decisão, principalmente aquela inesquecível cena do jantar. Não é um filme irá agradar muita gente por causa da sua abordagem, mas vale a pena conferir essa louca viagem e as situações inusitadas que o pessoal rico passa.




TRIÂNGULO DA TRISTEZA (TRIANGLE OF SADNESS)


Ano: 2022

Direção: Ruben Östlund

Duração: 2h23min

Elenco: Charlbi Dean, Harris Dickinson, Woody Harrelson, Dolly De Leon, Zlatko Burić e Vicki Berlin



NOTA: 7,5



Disponível na AMAZON PRIME VIDEO.













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