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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | TENET

Atualizado: 14 de nov.



Os filmes de Christopher Nolan são puro entretenimento, repleto de ação e cenas grandiosas dignas de serem vistas no cinema: A Origem, Interestelar, Dunkirk, a trilogia do Batman, entre outros. Mas há um grande diferencial em seus filmes, que se destacam da maioria dos diretores: a sua complexidade em escrever as histórias. A Origem tratava sobre criar um sonho dentro da mente da pessoa, e ficava mais confuso quando tinha um sonho dentro de outro sonho (três vezes); interestelar falava sobre viagem no espaço, teoria da relatividade, e espaço-tempo. Destaco esses dois filmes porque, na minha opinião, são os mais complicados para entender, que exigia do espectador uma maior atenção, ou até necessário rever o filme.


Envolto de muito mistério, ainda no lançamento do primeiro trailer, chega TENET, o mais novo filme de Christopher Nolan, uma aventura de ação com toques de James Bond, envolvendo viagem no tempo e inversão do tempo que, segundo o diretor, levou cinco anos para escrever a história. Para entender melhor, basta analisar o título do filme, que é um palíndromo, que de trás para frente, é a mesma palavra, TENET. No elenco estão John David Washington, Robert Pattinson, Elizabeth Debicki, Kenneth Branagh, Aaron Taylor-Johnson e Himesh Pattel.


Na história, dois agentes interpretados por John David Washington e Robert Pattinson precisam impedir um terrorista de causar um desastre atemporal, que resultará no fim da humanidade: um dispositivo que altera o espaço-tempo que poderá causar uma guerra sem precedentes.


Provavelmente, até aqui você não deve ter entendido muita coisa, pois não se preocupa, não é o único. Nolan, mais uma vez, cria um filme extremamente complexo, e ele sabe disso, tanto é que há situações que são repetidas para que o público possa entender e acompanhar o seu universo. Com tudo isso, é certo que o espectador ficará fascinado com tudo o que está acontecendo, mesmo com as ondas de informações explicando todos os detalhes. No meio dessa complexidade toda, Nolan cria cenas de ação empolgantes e criativas, recheadas de acontecimentos que pode servir também para entreter o espectador que está confuso.



O protagonista de Tenet, interpretado por John David Washington, não tem seu nome revelado, e é creditado como “o protagonista” mesmo, e assim como seu parceiro de investigação, Neil (Robert Pattinson), não tem seu passado, explicado, não sabemos sua origem e nem nada sobre suas vidas. O foco neles é a missão, e mais nada. A falta de um drama, e uma história mais humana, é compensada pela personagem de Elizabeth Debicki, Katherine, esposa do vilão Andrei (Kenneth Branagh), que de alguma forma, influencia no espaço-tempo, e se comunica com o futuro.


Tenet soa, às vezes, um pouco picotado, tem muitas cenas de ação, e pausas entre uma e outra, e o roteiro é um pouco confuso por trazer uma ideia complexa, mesmo que explique o que está acontecendo, fatos que podem atrapalhar o ritmo e o entendimento da trama. O ideal é prestar bem a atenção em tudo o que é mostrado, ou então, rever o filme mais uma vez para entender melhor. Falta também um pouco de emoção no enredo, comparando com A Origem: o filme de 2010 também tinha uma trama complexa, mas o lado emotivo dos personagens era muito maior. No mais, o novo filme de Christopher Nolan é puro entretenimento, ação digna de um blockbuster, com um visual impressionante e bem produzido, que poderá se destacar nas partes técnicas na próxima edição do Oscar. Ainda não é “aquele filme do Nolan”, mas é uma aventura muito acima da média.



Abaixo, vou tentar explicar o que acontece no filme, e toda a sua complexidade.


AVISO DE SPOILERS.



Basicamente, todo o mistério que envolve o filme, serve como plano de fundo, um elemento que influencia na história, nos acontecimentos, uma condição do filme, digamos assim. E tudo está relacionado com o vilão, Andrei (Kenneth Branagh), é ele que consegue se comunicar com o futuro, e que tem posse de um aparelho que altera o espaço-tempo, invertendo-o; e os espiões precisam destruir essa máquina. Então, é mais ou menos assim:


- Ao encontrar essa “máquina do tempo”, que não necessariamente faz viagens no tempo, as pessoas entram de um lado da máquina, e saem do outro, um mundo igual ao nosso, mas onde tudo acontece ao contrário, invertido. As pessoas andam de costas, os carros em marcha ré, o vento sopra ao contrário (por isso eles usam máscara de oxigênio); o tempo também corre ao contrário, do futuro para o passado.


- Há possibilidade de você encontrar o “outro você”, daquele mundo invertido, e isso acaba acontecendo com o personagem de John David Washington.


- Para resolverem o problema, os agentes precisam fazer tudo de forma coordenada, analisar os acontecimentos do futuro, e encontrar o momento correto na linha do tempo para matar Andrei.


- No final, é revelado que o "verdadeiro" protagonista (John David Washington), está no futuro comandando todo o plano, e mandou para o passado deles, no caso do filme é o nosso presente, o personagem de Robert Pattinson, Neil, que são grandes amigos. Claro que o “protagonista” não sabia disso, porque ele é do presente, e Neil, veio do futuro.


Complexo, não? Mas tenta assistir o filme novamente, depois de ter lido a explicação, que será mais fácil de entender.



TENET


Ano: 2020

Direção: Christopher Nolan

Distribuidora: Warner Bros

Duração: 150 min

Elenco: John David Washington, Robert Pattinson, Elizabeth Debicki, Kenneth Branagh, Aaron Taylor-Johnson e Himesh Pattel



NOTA: 8,0


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