CRÍTICA | SUPER 8

Atualizado: 4 de nov. de 2021

Um dos filmes mais esperados do ano, a aventura Super 8, não é um filme dirigido por Steven Spielberg, ele é o produtor, e sim por J.J. Abrahms, de Cloverfield, que é um dos maiores fãs do famoso diretor. A superprodução é repleta de mistérios, além de ser muito nostálgico, já que a história se passa final dos anos 70, e tem várias referências aos filmes de Spielberg. No elenco estão Elle Fanning, Joel Courtney, Kyle Chandler, Riley Griffiths, Ron Eldard e Noah Emmerich.

Um grupo de amigos estão fazendo um filme com zumbis, quando eles presenciam um grande acidente, onde uma criatura misteriosa escapa. Com a chegada do exército na cidade de Ohio, os amigos começam uma investigação sobre o que está acontecendo, e descobrem segredos que podem colocar suas vidas em risco.

Personagens cativantes, história muito bem elaborada, mistério e emoção, Super 8 é um dos melhores filmes do ano, até agora, onde a nostalgia para quem viveu nos anos 70 e 80 vai ser maravilhosa. Apesar de ter algumas falhas que passarão despercebidas, a trama prende a atenção do público, e à medida que o mistério vai se propagando, tudo fica ainda mais interessante, embaladas com uma bela trilha sonora e ambientação clássica dos anos 70 e 80, quando as crianças andavam de bicicleta nas ruas, sem nenhum perigo e sem nenhum aparelho eletrônico. Há alguns clichês básicos, como o pai ausente, os dramas familiares, descoberta do amor na adolescência, além e situações absurdas que só acontecem em filmes, mas são importantes nesse caso, como se fossem um complemento para a trama.

Para quem conhece a filmografia de Steven Spielberg, ou pelo menos alguns de seus filmes, Super 8 tem muitas referências aos clássicos do diretor. Fã assumido dele, J.J. Abrahms faz várias homenagens aos filmes do seu ídolo, onde os mais vivíveis são O Mundo Perdido: Jurassic Park e, claro, E.T. – O Extraterrestre; mas há outras produções, como Tubarão, Os Goonies e até Contatos Imediatos do Terceiro Grau inclusas. E se analisar melhor, colocar adolescentes como principais na trama, é uma homenagem que o Abrahms faz a ele mesmo: a idade dos personagens é praticamente a mesma de quando o diretor assistia os filmes de Spielberg, apoiados com os cenários e a cultura da época.

O núcleo adolescente é o grande destaque da produção, levam o filme nas costas, são extremamente carismáticos e estão em ótima sintonia, onde cada um tem seu drama, e sua importância para a história. Eles estão fazendo um filme de zumbis, mais uma homenagem, agora ao clássico de George Romero, A Noite dos Mortos-Vivos, de 1968, quando presenciam um acidente de trem que mudará para sempre suas vidas. Joe (Joel Courtney), Alice (Elle Fanning) e Charles (Riley Grifhs) fazem um “triangulo amoroso” com os típicos problemas da puberdade, envolvendo amizades e paixões, além de que Joe e Alice tem seus dramas familiares mais explorados. Completam o núcleo jovem, Carry (Ryan Lee), Martin (Gabriel Basso) e Preston (Zach Mills).

No final de tudo, Super 8 não deixa de ser um filme que homenageia o cinema da melhor forma, com grandes clássicos que marcaram uma geração de jovens obcecados por ficção e mistério, com bastante magia e nostalgia feita por um diretor realmente apaixonado e que entende de cinema como ninguém. A direção de arte é espetacular, retratando perfeitamente a ambientação dos anos 70 e 80, com músicas famosas da época e novidades tecnológicas (um garoto fica feliz ao comprar um aparelho que toca fita cassete); são esses pequenos detalhes que deixam a produção de J.J. Abrahms ainda mais gostosa de assistir. Pegue a pipoca, e se aventure em um espetacular retorno à sua juventude.

Originalmente publicado em 2011. Editado em 2020.