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CRÍTICA | SORTE DE QUEM?

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • 5 de abr. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de dez. de 2024



“Sorte de Quem?”, nova produção original da Netflix, que estreou em março desse ano, é um filme bastante curioso. Com apenas três personagens durante a produção toda, quatro se contar uma pequena participação, uma trama de suspense com critica social, e algumas reviravoltas não tão surpreendentes, o filme dirigido por Charlie McDowell, parecia ser bastante promissor, mas não entrega tanto o que prometeu. A história se passa em um único lugar, uma casa de campo luxuosa cercada por uma plantação de laranjas, e acompanhamos o desenrolar de um assalto que dá errado, e que acaba tomando grandes proporções. Sem mencionar nomes, um homem (Jason Segel) invade a propriedade do personagem de Jesse Plemons, que acaba indo até a casa com sua esposa (Lily Collins), para passar o fim de semana. Lidando com diferenças sociais, os três terão que conviver entre si, até chegar o dinheiro pedido pelo assaltante.


O roteiro de “Sorte de Quem?” é muito bem construído, falando sobre diferenças de classes sociais, criando situações estranhas, engraçadas, e com muita desconfiança, mas que acaba ficando na mesmice, há um que outro acontecimento interessante, mas não cresce. O filme de Charlie McDowell é bem parado, que se sustenta nos seus diálogos irônicos e cheios de humor, mas não consegue criar muitos momentos de tensão, ou constrangedores, fato que deveria acontecer, devido a situação que o trio se encontra. O diretor, que também assinou o roteiro junto com Justin Lader, e o próprio Jason Segel, cria bons conflitos de classes, gênero, e raça, onde uns são mais privilegiados do que os outros - o homem branco, milionário, que tem tudo, e o ladrão que não acha isso justo -, mas nada disso é bem desenvolvido, e acaba deixando tudo muito superficial e sem um aprofundamento adequado.



“Sorte de Quem?” acaba sendo um filme que foca nos personagens, criando situações de constrangimento e desconfiança, onde o grande destaque é Jesse Plemons. Ele interpreta um milionário mesquinho, e irônico, se colocando como vítima ao dizer uma frase bem polêmica (sabe como é difícil ser um homem branco e rico nos dias de hoje?), fazendo um personagem caricato, interessantíssimo, e sim, divertido. O ator tem se destacado bastante nesses últimos anos. Lily Collins interpreta a esposa dele, uma personagem complexa, misteriosa, que nos faz duvidar de sua credibilidade como sua esposa: será que ela está aborrecida com a situação que está passando, ou seria pelo seu casamento? Ou os dois? E Jason Segel, que apenas queria roubar a casa do milionário em paz, mas acaba ficando entre o casamento dos dois, cuja as suas intenções, e motivos por ter escolhido o personagem de Plemons, é mantido em segredo o tempo todo.


Em um certo momento, um novo problema surge, e o que parecia ser uma boa reviravolta, acaba se tornando uma situação clichê, e o desfecho não é tão previsível assim, mas também, não tem nada de tão inovador no gênero. Falta alguma coisa em “Sorte de Quem?”, talvez seja uma certa ousadia, já que a trama tem essa intenção, ou talvez, falta algum momento mais chocante, ainda que tenha boas surpresas em seu roteiro. No mais, é um bom suspense, com pitadas de humor, muito constrangimento, situações engraçadas, e atuações divertidas do elenco, mas falta algo específico, que vou deixar você descobrir qual é. O título original, Windfall, é uma expressão usada quando alguém recebe algum dinheiro de uma forma inesperada.




SORTE DE QUEM? (WINDFALL)


Ano: 2022

Direção: Charlie McDowell

Distribuidora: Netflix

Duração: 92 min

Elenco: Jesse Plemons, Lily Collins e Jason Segel.



NOTA: 7,0


Disponível na

















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