CRÍTICA | SORRIA 2
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 18 de nov. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 18 de dez. de 2024

Lançado em 2022, “Sorria” conquistou o público e a crítica com uma envolvente história sobre uma maldição onde uma psicóloga era perturbada por uma entidade que aparecia em forma de pessoas comuns do dia a dia, e até familiares e amigos, encarando-a com um sorriso assustador no rosto. O final ficou em aberto para uma continuação – a maldição nunca termina, não é? -, e com os mais de U$ 210 milhões arrecadados nas bilheterias, era mais que certo uma continuação estaria nos planos da Paramount.
Temos então Sorria 2, trazendo o retorno de Scott Finn na direção, mas com a trama focada na estrela do pop Skye Riley, brilhantemente interpretada por Naomi Scott. Mais dinâmica, intensa, e divertida, a trama de Smile 2 mostra Skye retornando aos palcos para uma nova turnê após um grave acidente que matou seu namorado, onde ela estava sob o uso de drogas. Uma semana antes de começar a sua turnê, a “popstar” visita um amigo para pegar um remédio forte para suas dores – sequelas do seu acidente -, porém, ele está com a tal maldição, e acaba passando para Riley. Dylan Gelula, Rosemary DeWitt, Miles Gutierrez-Riley e Lucas Gage também estão no elenco.
Entre pessoas sorrindo e vários sustos, o primeiro “Sorria” usava grande parte do seu tempo focando na protagonista tentando buscar uma explicação sobre tudo o que estava acontecendo com ela, e em encontrar uma forma de se livrar da maldição. O roteiro de “Sorria 2” se livra dessa explicação, já que conhecemos toda a mitologia dessa entidade e tudo o que ela faz. Assim, a sequência se torna mais dinâmica, intensa, e mais divertida do que o primeiro filme, aproveitando mais dos elementos de terror e toda a loucura da personagem. A trama segue pelo mesmo caminho do anterior – também explica como funciona a maldição do sorriso -, mas tudo é muito mais aprofundado e melhorado: tem a questão mental da protagonista (ela não consegue distinguir o que é real e o que não é), tanto pela maldição quanto pela sua dependência química, além da solidão e a pressão de ser famosa, tudo muito bem desenvolvido, criando situações inusitadas e diferentes. Os sustos também são mais elaborados, as mortes são mais violentas, criativas, e com muito sangue, muitas vezes usando “horror corporal” para chocar o público.

Há também um cuidado maior com a parte técnica, o que acentua ainda mais o clima de tensão e suspense de Sorria 2. A movimentação da câmera seguindo a protagonista, seja nas apresentações musicais e nos ensaios, ou nas cenas de suspense com as pessoas sorrindo, tornam tudo mais interessante e original. Cenários simples como um apartamento, ou até algo mais grandioso como um palco de um estádio ou as ruas da cidade de NY, criam cenas assustadoras e impressionantes, se misturando com uma paleta de cores que variam de melancólicas para outras mais vibrantes, criando um contraste incrível que torna a imersão ainda melhor.
Se na premiação do Oscar existisse uma categoria de atuação para filmes de terror, acredito que Naomi Scott levaria o prêmio – mas seria uma disputa acirrada com Demi Moore de A Substância -. Scott brilha toda vez que aparece na tela, convencendo o público apenas com seus olhares, gestos e reações impressionantes e intensas, principalmente nos momentos de loucura de Riley devido as alucinações e as situações incomodas que ela acaba passando, convencendo o público com o sofrimento e a dor da personagem. O fato de ela ter sido viciada em álcool e drogas acaba tendo um peso significativo na trama, já que muitos amigos e familiares acabam não confiando na sua mudança, e isso ajuda nas cenas mais dramáticas. A atriz também se sai muito bem ao retratar os problemas e a rotina conturbada da fama, e nas apresentações e nos ensaios, parecendo realmente que ela é uma estrela do pop.

Sorria 2 entra para a seleta lista das continuações que são melhores que o original, com um enredo mais dinâmico que explora o terror e os horrores que a protagonista Skye Riley enfrenta, e que brinca com o que é real e o que não é, tanto do ponto de vista da protagonista quanto do público. Scott Finn cria sequências incríveis com as entidades sorrindo, muitas vezes utilizando o “body horror” para impressionar, com muito sangue, violência e gore, além de uma reviravolta interessante e um desfecho incrível que fica em aberto para infinitas possibilidades, nos deixando curiosos em saber o que o diretor vai aprontar no próximo filme. Naomi Scott está incrível – provavelmente uma das melhores atuações em filmes de terror em anos – convencendo o público e nos fazendo torcer pela sua personagem. Sorria 2 é assustador, intenso, e divertido, tem uma trama envolvente e com uma profundidade emocional incrível, fazendo críticas sobre a fama e o modo de vida das celebridades. Um dos melhores filmes de terror do ano, pega fácil um TOP 3.

SORRIA 2 (SMILE 2)
Ano: 2024
Direção: Scott Finn
Distribuidora: Paramount Pictures
Duração: 130 min
Elenco: Naomi Scott, Dylan Gelula, Rosemary DeWitt, Miles Gutierrez-Riley e Lucas Gage
NOTA: 10
Disponível no (assinatura + aluguel)








Comments