CRÍTICA | SONIC 2 - O FILME

Atualizado: 14 de nov.

Em 2020, o ouriço mais famoso dos games fazia sua estreia nos cinemas, misturando animação com atores de verdade, mostrando Sonic chegando na Terra, mais especificamente na cidade de Green Hills (uma fase do jogo de videogame), onde fez amizade com o policial Tom Watchowski (James Marsden), e tinha que lidar com o vilão dr. Robotinik (Jim Carrey), uma maravilhosa interpretação, porém, o visual era um pouco diferente. A produção passou por uma polêmica quando foi lançado o primeiro trailer: o visual de Sonic ficou horrível, não agradou ninguém, e foi bastante criticado. Vendo essa repercussão negativa, a Paramount decidiu dar uma repaginada no azulão, e tudo ficou melhor no segundo trailer. Sucesso garantido, o estúdio rapidamente deu jeito de começar a trabalhar na continuação, e envolto de muitas expectativas, Sonic 2 – O Filme fez sua estreia, com muito mais ação, aventura, e apresentando dois novos personagens direto dos games: Tails e Knuckles. Jeff Fowler, que dirigiu o primeiro, retorna para a continuação, que mostra mais sobre o passado de Sonic, e o surgimento de uma nova ameaça, trazendo Jim Carrey, James Marsden, Tika Sumpter, e Ben Schwartz (na voz original do Sonic), de volta ao elenco, e as novas adições são Idris Elba (voz original do Knuckles), e Collen O'Shanussy (voz original do Tails).

Sonic está vivendo em paz com sua nova família, Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter), mas o dr. Robotinik (Jim Carrey) retorna, junto com Knuckles, grande rival do herói azul, querendo pegar a esmeralda verde, com um forte poder capaz de destruir civilizações. Mas Sonic não está sozinho, e conta com a ajuda de Tails, uma raposa com dois rabos.

Sonic 2 – O Filme não tem grandes pretensões, e parece não ter a intenção de reinventar o gênero, e sim, apenas divertir as crianças e trazer nostalgia para os adultos que já conhecem os jogos de videogames. O roteiro é bem simples, as vezes previsível, mas nada disso importa, além de ser mais próximo ao universo dos games do que o antecessor, com várias referências. Dinâmico e envolvente, o novo filme do ouriço azul é cheio de cenas de ação – perseguição na neve, labirintos em uma cidade perdida -, e embates cheios de cores e poder, onde os desafios vão aumentando, como o nível das fases de um jogo de videogame. A produção acertou em colocar Sonic, Tails, e Knuckles como protagonistas, esbanjando carisma que cativam tanto adultos, quanto as crianças, e deixar os personagens humanos como coadjuvantes; mas não menos importantes. Além disso, Sonic 2 tem muitas piadas e humor (até demais), onde a muitas delas são referências à cultura pop, como Marvel, DC, filmes em geral, e até uma famosa rixa entre dois atores de uma franquia aí.

Sonic, Tails e Knuckles são a alma da produção, os próprios protagonistas, e praticamente, não precisam muito dos personagens humanos. Não acho que deixá-los de lado (os humanos) tenha sido um erro, até porque, não nos interessamos muito por eles, mas sim, poderiam ter um destaque maior, como no primeiro longa. James Marsden, Tika Sumpter (os “pais” de Sonic), e o núcleo humano, quase não aparecem muito, e toda aquela sequência do casamento só serve para eles passarem vergonha, e nem diverte tanto assim. O que realmente funciona é a dinâmica do trio: Sonic e Tails (um grande fã dele), acabam se tornando melhores amigos, e essa amizade e companheirismo é muito legal de se ver; já a relação entre Sonic e Knuckles é diferente, são adversários, e é aí que a trama pega vários elementos dos jogos, a questão da esmeralda, e ainda tem a relação do passado da dupla. É divertido assistir os embates entre eles, e por mais que Knuckles seja um vilão, tem carisma o suficiente para nos fazer gostar dele, mesmo sendo bem marrento. Jim Carrey retorna como o famoso vilão dr. Robotinik, e continua fazendo um vilão extremamente caricato, engraçado, e sempre soltando suas piadinhas. Mas ainda acho que os criadores deveriam ter deixado “Eggman” com a aparência física dos games, mas tudo bem.

Sonic 2 – O Filme acaba entrando no seleto grupo das produções onde a continuação é melhor que a original, maior, mais divertida, e dinâmica, com mais elementos e referências aos jogos do ouriço azul, que se apoia no carisma de Sonic, Tails e Knuckles. Com muita ação, incluindo um embate final grandioso, o diretor Jeff Fowler conseguiu captar bem a essência dos games, que se sobressaem de alguns erros do roteiro, e tudo fica bem; é um filme feito para todos, mas principalmente, para os fãs de Sonic, sem nenhuma pretensão de ser reflexivo, somente entreter o público, e consegue. E fique atento para uma cena depois dos créditos animados, que indicam a presença de outro personagem. Quem será? Aliás, a Paramount e os realizadores dos dois filmes, já deram o pontapé inicial na produção do terceiro capitulo.