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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | SOBRENATURAL - A PORTA VERMELHA



Durante a década de 2010, duas franquias do gênero terror ganharam destaque no cinema: “Invocação do Mal (The Conjuring) e “Sobrenatural (Insidious)”. As duas franquias não estão no mesmo universo, o chamado “Invocaverso”, mas tem muitas coisas em comum: uma delas é o diretor, James Wan, que comandou os dois primeiros Invocação do Mal e os dois primeiros Sobrenatural. A outra é o ator Patrick Wilson, que interpreta Ed Warren em “The Conjuring” e Josh Lambert em “Insidious”.


Sobrenatural fez sua estreia em 2011, e foi um sucesso apesar de sua estreia mais discreta, mostrando a família Lambert sendo assombrada por entidades malignas. Quando Dalton (Ty Sympkins) entrou em coma, seu espírito fez uma viagem astral e se perdeu do seu corpo físico, e por isso as entidades apareciam, já que elas queriam "entrar" no corpo dele. No segundo filme, quando Josh (Patrick Wilson) voltou do “além” após resgatar Dalton, ele começou a agir estranho, e foi revelado que o espírito de Josh não voltou, e sim, o de uma mulher vestida de preto que assombrava ele desde pequeno. No fim, Dalton e Josh foram “hipnotizados” para esquecer tudo o que aconteceu – menos Lorraine (Barbara Hershey) e Renai (Rose Byrne). A franquia Sobrenatural ainda teve mais dois filmes focados na médium Elise (Lin Shaye), “Sobrenatural – A Origem”, e “Sobrenatural – A Última Chave”.


Agora, quase dez anos após o segundo filme, a família Lambert retorna com “Sobrenatural – A Porta Vermelha”, filme que encerra a franquia criada por James Wan, e que agora tem Patrick Wilson na direção. Com um desenvolvimento bem diferente do que estamos acostumados (quem assistiu os filmes), e muitos sustos, a trama mostra Dalton indo para a faculdade, e também que o casal Josh e Renai se separaram. Além disso, a relação entre o pai e o filho não é muito boa, e eles acabaram se distanciando ao longo dos anos. Dividido em duas tramas paralelas, A Porta Vermelha fica tenso quando, em uma aula de artes, Dalton desbloqueia uma memória da época que ele estava em coma, onde volta a enxergar as entidades e fazer as viagens astral de antes. Ao mesmo tempo, Josh está sobrecarregado com vários acontecimentos recentes, também acaba vendo coisas estranhas, e agora, os dois precisam relembrar o passado e descobrir uma forma de fechar a tal porta vermelha, presente desde o primeiro filme.



A franquia “Insidious” se destacou pela sua trama envolvente, as entidades que atormentavam Renai, e os cenários do “além”, que também tinham as entidades sinistras, principalmente o demônio do rosto vermelho. Para a alegria de todos, tudo isso volta para o novo filme, não tanto quanto antes, mas ainda funciona. Acontece que A Porta Vermelha foca mais no desenvolvimento dos personagens – na família Lambert principalmente – fato que os dois primeiros filmes não fizeram. Com isso, a direção de Patrick Wilson consegue criar um clima de suspense e mistério para esse novo capítulo, ao mesmo tempo que desenvolve o drama familiar de Josh, Renai e Dalton, e ainda consegue render bons sustos do jeito que todos gostam – a cena da ressonância magnética que aparece no trailer é bem mais complexa -.


Patrick Wilson, que faz a sua estreia na direção, segue pelo mesmo caminho que James Wan fez com os dois primeiros filmes da franquia, ou seja: tem todos os elementos básicos das produções anteriores, mas consegue deixar a sua própria marca, criando uma trama interessante e situações tensas. Faltou um pouco mais de terror em A Porta Vermelha – compensa um pouco no trecho final -, e mais entidades aparecendo. Além disso, o diretor pegou algumas ideias dos filmes anteriores, mas acerta de o roteiro sair um pouco do clima de “mansão assombrada” para o campus de uma faculdade.


Sobrenatural – Capítulo 2 estreou em 2014, e um dos pontos mais interessantes desse quinto filme é o retorno dos mesmos atores, Patrick Wilson, Rose Byrne, Ty Simpkins, e Andrew Astor (o filho mais novo da família). É legal ver como Dalton cresceu, além de que o roteiro focou mais no personagem, e vemos também o lado mais sensível de Josh (Patrick Wilson) graças ao drama familiar que é bem desenvolvido e que sustenta a trama, incluindo a relação conturbada entre os dois. Uma pena que Renai (Rose Byrne) aparece muito pouco – gostava de vê-la sendo atormentada pelas entidades, a reação é genuína -. Também senti falta da médium Elise (Lyn Shaye) ajudando os Lambert – mas há uma participação super especial -, e não gostei do destino que Lorraine (Barbara Hershey) teve. E ainda tem a adição muito divertida de Chris (Sinclair Daniel), a colega de quarto de Dalton, que além de ser o alívio cômico, é simpática, engraçada, e ainda ajuda Dalton na busca de respostas, se envolvendo bastante na trama.



Sobrenatural – A Porta Vermelha encerra a franquia criada por James Wan muito antes de Invocação do Mal, e “fecha a porta” para o arco da família Dalton de vez, sem chances de mais um filme; mas sabemos que em Hollywood tudo é possível. O novo Insidious tem todos os elementos que fizeram a franquia um sucesso – as entidades atormentando, o além, muita fumaça e gelo seco -, além de vários sustos para quem adora, mistério, e o plus de um desenvolvimento adequado para o núcleo principal. Mas será que pintar a porta será o suficiente?



SOBRENATURAL - A PORTA VERMELHA (INSIDIOUS - THE RED DOOR)


Ano: 2023

Direção: Patrick Wilson

Distribuidora: Sony Pictures

Duração: 107 min

Elenco: Patrick Wilson, Rose Byrne, Ty Simpkins, Sinclair Daniel e Andrew Astor



NOTA: 9,0














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