CRÍTICA | SHAZAM!

Os filmes da DC sempre foram considerados mais “sombrios” e sérios, com uma estética puxada mais para o terror, diferente dos filmes da Marvel, coloridos, divertidos, usando o humor como elemento principal de suas produções. Duramente criticada por causa disso, a DC resolveu mudar o tom com o lançamento de Mulher Maravilha, e no ano seguinte, com Aquaman, feito que deu certo e agradou os fãs e, principalmente, os críticos, que quase nunca falavam bem dos filmes do estúdio. Seguindo por esse caminho, temos Shazam!, a nova aposta do estúdio para aumentar a sua credibilidade com o mundo, e apresentar o seu herói para o grande público. O filme é dirigido por David F. Sandberg, e estrelado por Zachary Levi, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Adam Brody e Mark Strong.

Na história, acompanhamos Billy Batson (Zachary Levi/ Asher Angel), um garoto órfão que acaba se tornando o super herói Shazam, se transformando em um homem adulto. Ao mesmo tempo, descobrimos a origem do vilão Dr. Thaddeus Silvana (Mark Strong), que desde pequeno queria os poderes que agora pertencem a Billy, e fará de tudo para consegui-los.

Shazam! é um filme de origem, com tom juvenil, utilizando o humor a seu favor, se tornando uma produção divertida, leve e despretensiosa para toda a família; é um filme bobinho, mas no melhor sentido da palavra. A narrativa é aquela típica do herói recém descoberto que tem que lidar com os seus novos compromissos, e tentar resolver a sua vida, e isso inclui lições de moral como aceitação, diversidade e valores familiares. Mas o que diferencia é o tom de comédia que o filme de Sandberg tem: o fascínio e a diversão de Billy, e seu irmão adotivo, Freddy (Jack Dylan Grazer), pelos novos poderes adquiridos, onde eles fazem hilários testes para descobrir os superpoderes, atitudes imaturas e engraçadas, e até piadinhas e menções a outros heróis da DC. Eles são adolescentes, o que mais se podia esperar?

A produção da DC tem vários personagens, de diferentes personalidades e idades, e o roteiro de Henry Gayden e Darren Lemke consegue desenvolver todos de uma forma básica, mas eficiente. O maior destaque é o trio de protagonistas, que apresentam uma química incrível e convincente. Asher Angel e Jack Dylan Grazer (o Eddie de IT – A Coisa) são mais que melhores amigos, e ambos têm gostos e ideais diferentes, mas que se dão super bem. Asher é o garoto órfão Billy, revoltado, que procura sua mãe biológica, e Jack Dylan é Freddy, também órfão, um jovem nerd aficionado por super heróis, da DC, claro, esbanjando carisma e simpatia. E depois entra em cena Zachari Levy, que interpreta Billy na versão adulta, que quando o garoto grita Shazam!, ele se transforma em adultos. O ator se sai muito bem ao manter a imaturidade de Billy, em uma atuação bastante divertida.

O vilão Dr. Thaddeus Silvana é interpretado pelo ótimo Marc Strong que, ao contrário de Billy, não é adotado, mas rejeitado pelo seu pai e irmão mais velho. Ele faz um vilão caricato, movido pelo ódio por não ter sido escolhido como o herói, e acabou se tornando o antagonista, que conta com a ajuda de sete demônios, com o nome dos sete pecados capitais. Ainda tem o núcleo familiar de Billy: Mary Bromfield (Grace Fulton), o hacker Eugene Choi (Ian Chen), a querida e fofa Darla Dudley (Faithe Herman) e o calado Pedro Peña (Jovan Armand), que foram adotados pelo casal Rosa (Marta Milans) e Victor Vasquez (Cooper Andrews), um maravilhoso e acolhedor grupo familiar.

Divertido, simpático, imaturo e juvenil, Shazam! é o pote de ouro da DC, diferente de todos os filmes do estúdio lançado até hoje, apostando no carisma de seus personagens e na sua despretensiosa história sobre a aceitação de ser um super herói e as consequências de alguns atos (Homem Aranha mandou lembranças). David F. Sandberg e sua dupla de roteiristas acertam com essa comédia de super herói, simples e jovial, divertindo qualquer público. Há duas cenas pós créditos, onde a primeira é importante para a sequência, e a segunda, sem muita importância, mas é bem divertida.