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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | RUA CLOVERFIELD, 10

Atualizado: 23 de mar. de 2022



Em 2008, o roteirista, diretor e produtor J.J. Abrams (um dos criadores da série LOST), lançou o filme Cloverfield - Monstro, que mostrava um monstro alienígena atacando Nova York utilizando o estilo "found footage". O resultado foi um dos melhores e mais interessantes filmes do gênero, cheio de tensão, mistério e cenas impressionantes que te deixavam aflito na poltrona. Ainda, ele fez outro filme com monstro alienígena, o ótimo Super 8, que tinha como inspiração alguns filmes de Steven Spielberg, seu grande ídolo. Agora, J.J. Abrams chega com mais um longa e o mesmo tema, Rua Cloverfield, 10 composto por apenas três personagens em praticamente um único cenário, um contêiner no subsolo. Apesar de ter o nome do filme de 2008 em seu título, Rua Cloverfield 10, não é uma sequência e muito menos um prelúdio, e sim um tipo de spin-off, que se passa no mesmo universo de Cloverfield. No elenco dessa ficção estão John Goodman, Mary Elizabeth Winstead e John Gallager Jr.


Michelle (Mary Elizabeth) brigou com seu namorado e decidiu fugir de carro para bem longe. No caminho, ela sofre um acidente, e acorda em um bunker no subsolo de uma fazenda, com o dono Howard (John Goodman) e um outro sobrevivente, Emmet (John Gallager). Howard avisa que salvou Michelle de um acidente, e que o mundo fora do bunker foi devastado por um ataque químico, nuclear ou alienígena. Aos poucos, tudo começa a ficar tenso entre eles, e Michelle começa a suspeitar das atitudes de Howard, e junto com Emmet, eles planejam fugir do lugar, mesmo sabendo que poderão enfrentar vários perigos do lado de fora.


Rua Cloverfield 10 surpreendeu a todos e foi muito bem recebido pelos críticos do mundo todo, e o filme é muito mais do que parece. Com suspense e mistério desde o início, o filme prende a sua atenção, mesmo com a história se passando em praticamente um único cenário, um bunker subterrâneo (uma bela referência a escotilha da segunda temporada de LOST). O grande mistério é o que aconteceu lá fora, e cabe a Michelle, e o espectador, acreditar ou não nas "loucuras" de Howard, que fala até sobre uma invasão alienígena. Será que ele está dizendo a verdade? A tensão vai tomando conta do filme à medida que Michelle e Emmet planejam sua fuga, e ao contrário do que aconteceu em Cloverfield, o espectador torce e vibra pela protagonista para que tudo dê certo. Não chega a passar aquele clima claustrofóbico, porque mesmo com as duvidosas intenções do dono, o lugar é bem amigável e repleto de passatempos.



O elenco é o maior acerto do filme e todos estão em perfeita sincronia, o que ajuda bastante na construção da história. Mary Elizabeth Winstead (Premonição 3, A Coisa) interpreta Michele, a protagonista de Rua Cloverfield 10. A atriz é muito mal aproveitada em Hollywood e tem um grande potencial para se tornar uma grande estrela, e no filme, sua personagem pode ser comparada com grandes mulheres da ficção, pela sua determinação e força para enfrentar os perigos. John Goodman (o eterno Fred Flintstone) é Howard, o dono do bunker que resgata Michele, que parece ser louco e passa uma insegurança pela sua instabilidade emocional. Seu personagem é fundamental porque ele é a base da proposta do filme: Howard é louco e paranoico, deixando os personagens, e o espectador, em dúvida de suas intenções. Resta saber se ele está falando a verdade ou se tem outros planos para os personagens. É como o pôster diz: "monstros se revelam de várias formas". O ator consegue fazer o espectador ficar com medo, e com pena de seu personagem ao mesmo tempo. E completando o elenco está John Gallager Jr, que interpreta Emmet, o outro sobrevivente no bunker. O ator tem um papel menor na trama, mas não menos importante e cumpre bem o que deve fazer, se juntando com Michele para tentar sobreviver.


Nós sabemos que, por se tratar de um filme de J.J. Abrams e ter o nome Cloverfield no título, alguma coisa realmente está acontecendo, e com isso, o final segue um rumo totalmente diferente, como se fosse um outro filme, se tornando um longa de ficção e ação surpreendente, o que não é uma surpresa, mas que está dentro da proposta. Porém, o final deixará o espectador dividido pelo rumo que a história leva. No fim, quem sai ganhando é o público, que verá um filme inteligente, empolgante, cheio de suspense e mistério, com uma excelente proposta e ótimas atuações. Rua Cloverfield 10 consegue nos deixar com dúvidas sobre os personagens e suas intenções, sem saber quem está certo e quem está errado, e os julgamentos que fazemos sem saber as verdadeiras intenções. É uma surpresa entre os vários lançamentos ruins que tem aparecido ultimamente, e não precisou de muita ação, exagero e objetos voando no rosto do espectador. Vale a pena assistir.






RUA CLOVERFIELD, 10 (10 CLOVERFFIELD LANE)


Ano: 2016

Direção: J.J. Abrahms

Elenco: John Goodman, Mary Elizabeth Winstead e John Gallager Jr.



NOTA: 9,5



Disponível na AMAZON PRIME VIDEO.









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