CRÍTICA | PÂNICO 4

O primeiro filme da trilogia, lançado em 1996, revolucionou o terror/slasher, gênero que já estava saturado das intermináveis sequências, e estreias cada vez mais sem energia. A história era bem simples: um assassino fantasiado com uma máscara assustadora, conhecido como Ghostface, matava adolescentes na cidade de Woodsboro, e o grande mistério era saber quem seria o assassino. A trilogia acabou em 2000, colocando os filmes Pânico entre os melhores do gênero.

Quinze anos depois, o diretor Wes Craven retorna, junto com Kevin Williamson, para um dos mais renomados filmes de sua carreira, com o quarto capítulo de Pânico, trazendo todo o elenco principal, Neve Campbell, David Arquette, Courteney Cox, em uma nova década, novos personagens e novas regras. Ainda estão no elenco Emma Roberts, Hayden Panettiere, Rory Culckin, Adam Brody e Eric Knudsen.

Sidney Prescott (Neve Campbel) retorna a sua cidade natal, Woodsboro, para o lançamento de seu livro “Saindo das Trevas”, sobre seus traumas. Mas um novo assassino começa um novo massacre, e o principal alvo é sua prima, Jill (Emma Roberts), e seus amigos.

Pânico 4 da uma boa revitalizada na franquia, trazendo todos os elementos da atualidade. O enredo é super moderno, repleto de ironias e muito humor, lembrando um pouco do filme de 96, mas se reinventando no gênero, mesmo com uma ideia já batida na franquia, e ainda faz piada de si mesmo por ser uma sequência. A produção acerta em trazer a história de volta para a cidade de Woodsboro, diferente e moderna, e também no uso da tecnologia, celulares, chamadas ao vivo, redes sociais e internet, fazendo o filme ter uma dinâmica muito boa, e que dá todo um diferencial na franquia.

Wes Craven renova o seu elenco, mas não deixa de manter os protagonistas da trilogia original: Sidney Prescott, a repórter Gale Weathers e o detetive Dewey, personagens que ficaram na memória dos fãs, e claro, o retorno dos atores que deram vida a eles. Neve Campbell não é mais aquela Sidney frágil de antes, e agora, está mais madura e confiante, lançando um livro sobre o seu passado conturbado. Gale continua insaciável, e está perdida por ter deixado de lado sua vida como repórter, e Courtney Cox ainda brilha com sua personagem, mais divertida e sempre querendo estar no meio dos furos. E David Arquette continua com seu jeito bobão do seu personagem, que cativou toda uma geração, agra chefe da polícia de Woodsboro.

Mesmo sendo nostálgico ver os clássicos personagens de volta a franquia, é o elenco novo que mais se destaca na produção, uma nova geração “vítima” da tecnologia atual. E se for comparar, os personagens são referências aos do primeiro Pânico. Emma Roberts é Jill, prima de Sidney, que, claramente, é a Sidney Prescott de agora, e tem como melhor amiga, Kirb (Hayden Panettiere), a personagem que mais se destaca, divertida e irônica, e que conquistou muitos fãs, clara referência a Tatum. Ainda temos o cinéfilo Charlie (Rory Culckin), que pode ser o queridão Randy, assim como Robbie (Eric Knudsen), também cinéfilo, sempre com sua câmera fazendo transmissões ao vivo, e Trevor (Nico Tortorella) é o atual/ex-namorado de Jill, obviamente, o novo Billy. Claro que os papéis podem não se repetir, ou talvez sim, mas é uma nova década, então, novas regras.

Para quem gosta de sangue, mortes e muita perseguição, elementos clássicos da franquia Pânico, pode ficar tranquilo, que o “banho de sangue” é garantido, incluindo ótimas sequências de perseguição do mascarado. O motivo “do assassino” iniciar um novo massacre é insano, podendo até soar estranho, mas é muito atual e inovador, e claro, nada é o que parece ser, e o(os) assassino(os) pode(em) ser quem a gente menos espera.

Pânico 4 é o filme que todos os fãs estavam esperando, ágil, divertido, irônico, com um monte de referências ao primeiro capitulo, repleto de novidades, que ainda traz de volta os principais personagens, e os atores. Mídia, celulares e redes sociais, Wes Craven e Kevin Williamson dão uma ótima repaginada na franquia, com toda a tecnologia atual, agradando os fãs e apresentando para uma nova geração, ativa na internet e nas mídias. Será que teremos um inicio de uma nova trilogia?

Originalmente publicado em 2011. Editado em 2020.