CRÍTICA | PÂNICO (2022)

Atualizado: 20 de jan. de 2022

Lançado em 1996, o primeiro Pânico foi o responsável por dar um novo vigor para os filmes de terror/ slasher, que estavam se desgastando, além de servir de inspiração para vários filmes do subgênero que surgiram depois, e até hoje. Tão longínqua quanto os Sexta-Feira 13 e Halloween, mas com menos filmes, Pânico teve uma primeira trilogia nos anos 90, e início de 2000, e um “revival”/ continuação em 2011, dando uma nova repaginada na franquia.

Com a morte do diretor da franquia, Wes Craven, em 2015, as esperanças dos fãs pela continuação haviam terminado, até o anúncio de um quinto filme, sem o roteiro de Kevin Williamson, que não aceitou fazer o filme por causa da morte de Wes, mas trazendo o retorno do trio de protagonistas da franquia, Neve Campbell, David Arquette e Courteney Cox. Intitulado de Pânico, o quinto filme da franquia é um presente para os fãs dos filmes, com muitas referências, além de apresentar o universo de Pânico para uma nova geração, ainda diferente da do lançamento em 2011. Dirigido pela dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillet, Pânico tem no elenco Melissa Barrera, Jenna Ortega, Jack Quaid, Dylan Minnette, Jasmin Savoy, Sonia Ammar, Mikey Madison, Mason Gooding e Marley Shelton.

Tara (Jenna Ortega) é atacada pelo ghostface, forçando a sua irmã, Sam (Melissa Barrera), a voltar para Woodsboro. Alguém quer começar um novo massacre na cidade, e Sam pede ajuda para Dewey (David Arquette), que acaba trazendo Sidney (Neve Campbell) e Gale (Courteney Cox) para ajudá-lo.

Pânico 5 consegue mostrar que a franquia ainda tem muito fôlego, e muita coisa para contar. O novo capítulo está mais sério, brutal, e sanguinário, com mortes bastante violentas e gore, no melhor estilo dos slashers, além de trazer a tão adorada metalinguagem que marcou a franquia. Mostrando que o novo capítulo é uma volta ao passado, o foco é o primeiro “A Punhalada”, fazendo com que a nova geração o conheça (inclusive, as perguntas do ghostface são sobre esse primeiro). Agora, se trata de um reboot e uma sequência juntas, com novas regras, novos clichês, e com isso, temos que voltar para o filme original.

Assim como Pânico 4, o novo capítulo estreou em outros tempos, mais moderno ainda, e com isso, também precisou de reinventar. Os filmes de terror mudaram, os slahers são minoria, e o que mais faz sucesso são filmes “cults”, os chamados terror pós-moderno, como Babadook e Hereditário, produções que são mencionadas na metalinguagem, com muito bom humor. Há também muitas referências aos filmes da franquia original (Pânico), como nome dos personagens, lugares conhecidos da cidade de Woodsboro, cenários, objetos, e menções aos filmes anteriores de A Punhalada, que além de fazer homenagens, que servem como pistas para os personagens, e o espectador, desvendar o mistério de quem é o assassino.

Mais uma vez, Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquette retornam para mais um banho de sangue, e para a alegria dos fãs. Sidney está mais madura, e “badass”, do que nunca, uma "final girl" preparada, como ela mesmo diz: “sou Sidney Prescott, sempre tenho uma arma”. Gale Weathers agora trabalha na TV e, novamente, continua com seu humor ácido, de uma forma mais discreta, mas ainda divertindo o espectador. Ela terminou seu relacionamento com Dewey, que agora mora sozinho em um trailer, e se aposentou da polícia, mas acabou aceitando voltar para desvendar os crimes porque é o que ele mais sabe fazer.

Mas também, temos novos personagens, carismáticos e muito bem desenvolvidos, e que são os possíveis suspeitos de ser o ghostface da vez, ou as suas vítimas. Os destaques são Jenna Ortega, que interpreta Tara, a vítima principal do ghostface que, pela primeira vez na franquia, sobreviveu ao ataque inicial, mas só por um motivo, e sua irmã, Sam (Melissa Barrera), que tem um dos maiores segredos da franquia. Ainda temos Richie (Jack Quaid), o namorado de Sam, que acaba descobrindo os filmes A Punhalada de uma forma divertida, Wes (Dylan Minnette) o crush de Tara, Mindy (Jasmin Savoy) outro grande destaque do elenco do núcleo jovem, que sabe tudo sobre filmes de terror, a franquia A Punhalada, principalmente, Liv (Sonia Ammar), Amber (Mikey Madison) e Chad (Mason Gooding). A policial Judy (Marley Shelton), que agora é delegada de Woodsboro, também retorna, e descobrimos que é a mãe de Wes, e ainda tem uma agradável aparição surpresa de uma personagem, que apareceu uma única vez na franquia, mas que marcou bastante.

O quinto filme da franquia Pânico traz ainda várias reviravoltas e revelações surpreendentes, além de um ato final incrível, um dos melhores de toda a franquia, lembrando muito os primeiros filmes; e se prepare para um momento triste e chocante. Com várias referências que vão deixar os fãs animados, Pânico 5 é um dos melhores filmes da franquia, tão bom quanto o primeiro, traz uma trama interessante, divertida, com mais violência e mortes brutais, provando que a franquia consegue se reinventar a cada nova década, se adaptando a cultura pop atual. Esperamos ansiosamente para o novo capítulo.