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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | PROMETHEUS

Atualizado: 18 de abr.



Em 1979, o diretor Ridley Scott lançou sua obra prima Alien – O Oitavo Passageiro. O filme levou os monstros a outro nível, de criaturas assustadoras que matam, se tornou um grande sucesso de bilheteria naquele ano, rendeu indicações ao Oscar, e hoje é cultuado e frequentemente visto nas listas dos melhores filmes de todos os tempos. Rendendo três continuações - Aliens: O Resgate, Alien 3, e Alien: A Ressurreição -, com outros diretores, o filme se tornou uma das maiores e mais clássicas franquias do cinema.


Como o próprio Ridley Scott questionou, em uma entrevista: “por que ninguém fez um filme contando a história da nave, a Space Jockey?” No primeiro filme, quando a equipe da nave Nostromo chega no planetoide LV-426, eles encontram uma nave alienígena, onde dentro está o ninho da criatura. A partir desse questionamento, o diretor anunciou sua volta ao gênero que o levou ao sucesso, com o lançamento de Prometheus, que explica sobre a origem da nave que aparece no filme de 1979. Na trama, a nave Prometheus está se dirigindo a um planeta onde um casal de cientistas, Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e Charlie (Logan Marshall-Green), descobriram uma raça de civilização mais avançada que podem ser os nossos criadores. Ao chegarem no novo planeta, a equipe se depara com algo assustador, colocando todos da equipe em perigo.


O erro de Prometheus foi ser vendido como um prelúdio do filme de 1979, o que de fato não deixa de ser, mas elevou muito as expectativas de todos, achando que teria uma conexão. O novo filme de Ridley Scott foca na origem da nave Space Jockey do filme original, quem são os tripulantes e como chegaram ali. Sendo assim, podemos chamar de Spin-off da franquia Alien, já que está no mesmo universo; a história se passa poucos anos antes do filme de 1979. Paralelo a isso, explica também a nossa origem e quem são os nossos criadores. Outro problema é o fato de o roteiro explicar demais, e ter pouca ação. O tema é interessante, e tem bastante coisas para ser contado, mas tem muita informação, muita reflexão, algo novo na franquia.



A história prende a atenção do espectador com o suspense e mistério sobre o lugar, e cada vez que os personagens vão investigando, o perigo vai aparecendo. Misturando religião e ciência, Deus e criador, os personagens se questionam sobre quem realmente nos criou: o Deus da Bíblia ou os engenheiros. Isso é visto muito na personagem de Shaw, que já tem as suas convicções. Há também bastante discussão sobre sexo: os engenheiros que aparecem são figuras masculinas, as motivações das personagens femininas são ambíguas, uma age pela emoção, e a outra é mais racional, bloqueando investidas dos outros homens; o "sexismo" sempre esteve presente em todos os filmes da franquia Alien. Já as sequências de ação ficam basicamente para o seu ato final, que deixará o espectador ávido pela ação. O público sentiu falta de um monstro alienígena, como o xenomorfo, não que em Prometheus não tenha alguma criatura, mas de fato, o vilão é outro.


Os maiores destaques são Elizabeth Shaw, Meredith e o androide David. Shaw, interpretada por Noomi Rapace é a referência de Ripley em Prometheus. Forte e determinada, mas levada pela emoção, e mesmo tendo convicção sobre quem criou os seres humanos, ainda resta uma pequena dúvida. A personagem de Charlize Theron, Meredith, é o oposto: mais racional, sem emoção e sem uma crença definida. Ridley Scott poderia ter colocado a personagem mais em ação. No primeiro filme da franquia Alien, temos um personagem que se revela androide, fato que se repete em todos os filmes da franquia. Em Prometheus, é o personagem vivido por Fassbender, o androide David. Enigmático e irônico, é difícil saber as intenções de David, que age de forma duvidosa em algumas cenas. Seu desenvolvimento é muito bem explorado, e essa dualidade de seu personagem dá um toque ainda mais misterioso na trama.



Idris Elba é o piloto da nave Prometheus, o capitão Janek, personagem pouco explorado e que está mais para fazer piadinhas, mas ainda é uma presença marcante. O alivio cômico fica por conta dos dois biólogos, Milburn e Fifield, personagens extremamente chatos. Ainda tem Logan Marshal-Green, que interpreta o marido de Shaw, que fica ansioso para encontrar os criadores, e Guy Pearce, irreconhecível no papel do dono da empresa Weyland (presente em todos os filmes da franquia Alien), Peter Weyland.


Os efeitos especiais e a fotografia são excelentes, o que torna o filme pura ficção: o design da nave Space Jockey, da Prometheus, do planeta, e principalmente do ato final. Se você achou o filme muito parado, prepare-se para os quase trinta minutos finais do longa, que incluem uma impressionante, mas curta, batalha alienígena, e uma cesariana maluca que mexerá com os nervos dos mais sensíveis. Esteticamente, Prometheus é um filme de ficção perfeito, que ainda não tem ligação com o Alien original, onde o final fica em aberto para uma sequência. Peca um pouco em explicar demais e ter poucas cenas de ação com as criaturas, mas o resultado final é satisfatório, apesar de muita gente não ter gostando do filme.



PROMETHEUS


Ano: 2012

Direção: Ridley Scott

Distribuidora: 20th Century Studios

Duração: 124 min

Elenco: Noomi Rapace, Charlize Theron, Logan Marshall-Green, Michael Fasbender e Idris Elba.



NOTA: 8,0


Disponível no



















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