CRÍTICA | PROCURANDO DORY

Lançado em 2003, Procurando Nemo foi um enorme sucesso de bilheteria e crítica, e nos apresentou personagens que encantaram adultos e crianças, sendo a que mais se destacou foi a atrapalhada Dory, que tinha perda de memória recente. Depois de treze anos de espera, a Disney/ Pixar lança Procurando Dory, continuação de Procurando Nemo que, ao invés de mostrar um pai à procura de seu filho, agora, é a pequena Dory procurando os seus pais. Nas vozes originais estão Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Diane Keaton, Eugene Levy, Ed O'Neil, Kaitlin Olson e Ty Burrell. Nas vozes brasileiras estão Maíra Goes, Antonio Tabet, Julio Chaves e a participação especial de Marília Gabriela.

Um ano após Marlin ter encontrado o seu filho Nemo, Dory começa a ter lembranças de seu passado, e descobre que, na época que conheceu eles, ela estava procurando seus pais. Com a ajuda da tartaruga Crush, Nemo e Marlin, Dory decide procurar sua família, e descobre que eles estão em um instituto de Vida Marinha. Durante sua busca, ela conhece novos personagens, incluindo um polvo de sete tentáculos chamado Hank, que a ajudará a procurar seus pais, além de encontrar sua amiga de infância, a baleia Destiny.

Procurando Dory é um dos maiores sucessos do ano, e isso não foi por acaso: a animação esbanja fofura com seus personagens adoráveis e sua história que cativa e diverte o espectador. Uma das grandes mudanças em relação a Procurando Nemo, é que grande parte do filme se passa em um instituto, ou seja, o contato com os humanos será bem maior, além de que, os cenários lindos do fundo do oceano dão lugar a grandes aquários e parques temáticos. O enredo mistura momentos do passado de Dory, mostrando até uma conexão com Procurando Nemo, com a peixinha procurando seus pais, onde ela vai relembrando as suas origens. A história não é nada original, e se assemelha um pouco com Procurando Nemo, mas diverte da mesma forma e nem lembramos disso quando estamos assistindo. À medida que o enredo vai avançando, vários detalhes que apareciam em Procurando Nemo vão se ligando com Procurando Dory, e isso é demais. Um grande destaque são os efeitos e os cenários, que mesmo não tendo os encantamentos do filme do Nemo, são belos, principalmente o enorme aquário do instituto com os mais variados peixes. Ainda, os pequenos detalhes do cenário, como as sombras e os movimentos das algas, por exemplo, são ótimos e bem aproveitados, deixando tudo ainda mais legal.

A animação tem muito mais personagens do que Procurando Nemo, todos esbanjam fofura e tem seus momentos de brilho. Dos principais, temos a Destiny, amiga de infância de Dory, uma inofensiva tubarão-baleia com problema de visão e o seu "baleiês" adorável, a baleia Bailey, que tem problemas de ecolocalização e está se sentindo insegura, e Hank, um polvo de sete patas que se camufla. Ele é o que mais se destaca dos novos personagens, seja por estar sempre ajudando a Dory ou pelo seu carisma e jeito divertido. Mas é Dory a grande estrela do filme, não só porque é o filme dela, mas é porque ela é... a Dory. Desde o primeiro momento que ela diz, "oi eu sou a Dory", ainda quando pequena, é a coisa mais fofa do mundo, e no meio de tantos flashbacks, nós conhecemos muito mais sobre a vida dessa adorável personagem, e sua história de vida emociona.

Assim como toda animação da Disney/ Pixar, existe um grande ensinamento para todos. Em Procurando Dory temos quatro personagens que tem problemas: Dory tem a "perda de memória recente" (Alzheimer), a amiga de infância de Dory tem problemas de visão (é míope), o polvo Hank tem sete tentáculos ao invés de oito, e Bailey, que está triste porque sua habilidade de ecolocalização não funciona mais (depressão). A superação é um dos principais temas abordados pela animação, onde todos eles têm seus problemas trabalhados e adequadamente resolvidos. Ainda, assim como em Procurando Nemo, temas como família e amizade também são abordados, de uma forma muito sensível.

A Disney/Pixar nunca investia em sequências de suas animações, com exceção de Toy Story, até que resolveram lançar Carros 2 e Universidade Monstros, que acabaram não agradando o público. Mas os fãs esperaram mais de dez anos para a tão falada sequência de Procurando Nemo; agora, a espera acabou, e valeu a pena. Procurando Dory toca nos nossos sentimentos, nos diverte com seus adoráveis personagens, e ao mostrar a emocionante história da querida Dory em busca de sua família. É de cortar o coração. Não é uma história original, mas não estraga em nada o carisma do filme, e encanta da mesma forma que Procurando Nemo encantou, lá em 2003, e ainda, acerta em abordar personagens com problemas. Mais um ponto para a Disney/Pixar: Procurando Dory é uma das melhores animações dos últimos anos.