CRÍTICA | PREDADORES ASSASSINOS

O subgênero do terror, filmes de monstros, ganhou destaque ainda lá nos anos 50, e teve seu pico máximo nos anos 90, e depois, acabou sumindo. Múmias, aranhas, tubarões, polvo gigante, até filmes com criaturas geneticamente modificadas, A Relíquia, Mutação, e por fim, grandes clássicos, como Alien, A Mosca; a lista é enorme. Na minha opinião, animais como tubarões e crocodilos, não acho que sejam “monstros”, mas se enquadram nessa categoria por causa dos elementos básicos do gênero: luta pela sobrevivência e carnificina. Eis que então, chega o novo filme do diretor Alexander Aja, o simples, básico e direto, Predadores Assassinos, estrelado por Kaya Escodelario e Barry Pepper.

Um grande furacão está prestes a atingir o estado da Florida, e Haley (Kaya Escodelario), a pedido de sua irmã, vai até a casa de infância, onde mora o seu pai Dave (Barry Pepper), que está desaparecido. Ao chegar lá, ela vê que Dave está preso, e machucado, em baixo da casa, e ao tentar salva-lo, descobre que crocodilos famintos estão escondidos, que não vão deixá-los sair facilmente.

O diretor Alexander Aja, responsável por Viagem Maldita e Piranha, nos apresenta um filme repleto de tensão, usando dois personagens principais, uma história eficiente, criando uma atmosfera angustiante, vários sustos e carnificina, tudo isso em menos de uma e meia de duração. Os protagonistas terão que enfrentar dois tipos de perigos: um forte furacão, e alguns crocodilos famintos, em uma constante luta pela sobrevivência; e não vão sair ilesos. À medida que a produção vai se desenrolando, novos obstáculos vão surgindo, e vale destacar o trabalho da direção de arte, que utiliza praticamente todos os objetos e móveis da casa a favor dos personagens; nada ali está por acaso.

Como todo filme do gênero, algum drama familiar tem que ter para sustentar a trama. Aqui, é a relação entre pai e filha, envolvendo traumas do passado e a solidão; e ainda, tem um fato relevante da vida de Halley, muito importante para a sua sobrevivência. A atriz, com descendência brasileira, Kaya Scodelario, se entrega totalmente na personagem, surpreendendo na forma como ela enfrenta os perigos que aparecem. Barry Pepper também se destaca, mas é ofuscado pela presença da atriz, e tem papel importante para dar forças a sua filha. Outros personagens também aparecem, mas servem apenas para morrerem e dar um tom maior na violência.

O único ponto ruim é a edição, que intercala momentos em que os personagens lutam pela sobrevivência, com momentos mais parados, sem ação, que são um pouco longos; mas pelo menos, rende bons sustos imprevisíveis, e muito suspense. E vale destacar também os efeitos em CGI para criar os crocodilos, que mesmo em alguns momentos parecendo muito artificial, é eficiente e cria situações tensas. Alexander Aja acerta com seu Predadores Assassinos, entregando um ótimo filme do gênero, com sangue, violência e carnificina (nada tão explicito), tensão e momentos angustiantes, que divertem e assustam o espectador. Uma das grandes surpresas do ano.