CRÍTICA | PERDIDO EM MARTE

Ridley Scott é com certeza um dos maiores diretores do cinema, contribuindo muito para a ficção no cinema; seu primeiro filme no gênero foi o mundialmente famoso Alien - O Oitavo Passageiro. Em 2012, o diretor decidiu voltar as suas origens lançando Prometheus, com uma história confusa que decepcionou muita gente; mas ainda assim é um ótimo filme em termos visuais. Parece que agora, Scott pôde se redimir com o lançamento de Perdido em Marte, baseado na obra de Andy Weir. Seguindo a linha de Gravidade e Interestelar, e com mistura de ficção, drama e pitadas de humor, o filme acompanha o resgate de um astronauta americano no planeta vermelho. No elenco estrelar estão Matt Damon, Chiwetel Eijofor, Sean Ben, Kristin Wig, Jeff Daniels, Kate Mara, Jessica Chastain, e Michael Peña.

Em uma missão no planeta Marte, o astronauta Mark Watney (Matt Damon) é dado como morto após uma forte tempestade que forçou a equipe a evacuar o planeta vermelho. Mas Mark ainda está vivo, e ao mesmo tempo que a NASA tenta encontrar uma forma de buscá-lo, ele terá que sobreviver em Marte, sozinho e com recursos limitados.

Assim como Sandra Bullock ficou sozinha no espaço em Gravidade, agora é a vez de Matt Damon passar por uma experiência parecida. A narrativa é dividida em três núcleos: ao mesmo tempo que vemos Mark tentando sobreviver em Marte, acompanhamos a NASA (Chiwetel Eijofor, Sean Ben, Kristin Wig e Jeff Daniels) tentando encontrar uma forma de trazer o personagem de volta, e os astronautas da equipe de Mark (Kate Mara, Jessica Chastain, Michael Peña). O núcleo mais interessante é, obviamente, o de Matt Damon, mas o da NASA também é ótimo, que, além de muito humor, ainda mostra como a mídia reage em uma situação de risco, não deixando de ser uma crítica. Com 2h20 minutos, Perdido Em Marte não é nem um pouco tedioso e chato graças ao seu engenhoso roteiro. E ao contrário do filme de Bullock, o filme de Scott não tem tanto drama, dando preferência ao humor, explorando, principalmente, o fato de Mark estar preso em Marte, onde várias vezes o personagem faz piadinhas com a própria situação, e algumas mostrando a sua insanidade por estar sozinho tanto tempo. Tudo o que ele faz para sobreviver é muito interessante e com alguns termos técnicos, bem mais fáceis do que os de Interestelar, tornando a trama mais envolvente. Destaque para a cena final, realmente espetacular.

O visual do filme é arrasador, principalmente nas longas tomadas no planeta Marte, mostrando belos cenários que foram fielmente representados; um ótimo trabalho de direção de arte e fotografia. E para dar mais veracidade ao filme, Scott e sua equipe tiveram a supervisão da NASA, que aprovou o resultado final: as naves, as estações espaciais, as máquinas que o personagem usa, os termos técnicos, tudo no máximo de realismo possível. Da para perceber que a equipe de Scott se dedicou na produção filme, e o resultado é perfeito.

O personagem que mais se destaca é o de Matt Damon, que cativa o espectador desde o início com o seu humor e a sua situação, prendendo a nossa atenção para os seus próximos passos para sobreviver no planeta vermelho. Detalhe: o filme pode ser relacionado com o de Tom Hanks, Náufrago, já que ambos os personagens ficam presos em um lugar deserto, mas a diferença é que em Náufrago, grande parte do filme nós acompanhamos apenas o personagem de Hanks tentando sobreviver na ilha. O elenco é grandioso e conta com vários atores famosos, e todos estão ótimos, ainda que muitos tenham pequenas participações, mas todas importantes para a história.

Perdido em Marte já pode ser considerado um sucesso, com a grande aprovação da crítica e do público. É um ótimo filme que vai te deixar ligado o tempo todo, seja pela história, pelo lindo cenário, ótimos personagens e seus núcleos, ou pelas peripécias do personagem de Matt Damon ao tentar sobreviver no planeta vermelho. Bom saber que Ridley Scott conseguiu ter o seu sucesso merecido na ficção. Agora, esperamos que ele tenha a mesma sorte com a continuação e Prometheus.