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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | PASSAGEIROS (2016)

Atualizado: 23 de nov. de 2021



Quem não queria conhecer outros planetas, habitar outros planetas, fazer viagens interestelares? Ou pelo menos, quem não tem curiosidade nisso tudo? Os filmes de ficção nos proporcionam essa experiência há tempos no cinema, como o último filme desse gênero lançado, Interestelar. Agora, chegou a vez de outro longa nos contar uma história futurista de viagem interestelar: Passageiros. Mas, o novo filme do diretor indicado ao Oscar por O Jogo da Imitação, Morten Tyldum, não é apenas um filme de ficção, mas também um romance entre os personagens de dois atores do momento: Chris Pratt e Jennifer Lawrence. Misturando romance com ficção, bastante humor, lições morais e incríveis cenários futuristas, Passageiros diverte, empolga e faz uma bela reflexão sobre o futuro e nossas escolhas. No elenco ainda estão Michael Sheen e Laurence Fishburne.

A nave interestelar Avalon, está levando 5.000 pessoas para colonizar um planeta chamado Homestead 2, em uma viagem de 120 anos. Durante a viagem, dois passageiros, Jim Preston (Chris Pratt) e Aurora (Jennifer Lawrence) acordam mais cedo, 90 anos antes do previsto, por causa de uma pane na energia de suas capsulas de hibernação. Jim e Aurora acabam engatando um romance, e o que o parecia ser uma viagem dos sonhos, acaba se tornando uma luta contra a vida, já que a nave corre o risco de explodir, acabando com a vida deles e das outras 4.998 pessoas a bordo da nave.

Passageiros é dividido em duas partes, que se juntam sem percebemos. A primeira, mostra o romance dos protagonistas, os únicos na nave que acordaram. O romance entre Jim e Aurora cai em alguns clichês básicos do gênero, mas tem um visual futurista, e acerta ao introduzir humor e situações engraçadas. A segunda parte é onde a ação entra em cena, e mostra os personagens tentando salvar a nave Avalon do seu trágico destino. Por se tratar de um romance, a primeira parte é mais devagar, com bastante conversas para apresentar os personagens, criando um vínculo com o espectador. Mas o visual compensa, e o filme consegue nos fazer entrar na história, com os belos cenários da nave, as tecnologias que todo mundo queria ter, e as imagens do espaço, que são maravilhosas e incríveis. Com certeza um ótimo trabalho de direção de arte.


A ação, na segunda parte, não deixa a desejar, e cria um clima de tensão crescente ao mostrar o desespero dos personagens em salvar a nave; e claro, com um deles correndo risco de vida, o amor fala mais alto, e os dramas e preocupações surgem. O roteiro é muito interessante, faz o espectador querer entender tudo o que está acontecendo, e talvez tenha algumas situações previsíveis e clichês, mas o entretenimento é certo, e você nem repara muito nisso. Imagina: você está indo para outro planeta, é um sonho seu, e daí, você acorda 90 anos antes do previsto, sem poder hibernar novamente, sendo que, provavelmente, você já vai estar morto antes de chegar ao destino e não terá a chance de conhecer esse novo planeta.

O filme tem um histórico que já vem de anos. A história já estava pronta, só faltava alguma produtora comprar o roteiro, e escolher os atores e o diretor. Keanu Reaves, Reese Witherspon e Rachel McAdams, receberam propostas para interpretar o casal principal do filme, mas todos desistiram, e o filme acabou ficando anos parado. Logo, a Sony Pictures comprou os direitos do filme, e escalou dois dos grandes atores da atualidade, Chris Pratt (Guardiões da Galáxia, Jurassic World) e Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes, O Lado Bom da Vida) para viverem um romance espacial. A química entre os dois é excelente e cativa o espectador, já que ambos são engraçados, e isso ajuda bastante a sustentar o roteiro, que conta com bastante humor, até porque, praticamente o filme todo é somente eles que estão em cena. Jennifer Lawrence encanta em tela e mostra que tem talento suficiente para qualquer filme, com o seu humor natural nas cenas mais leves, e o drama nas cenas mais pesadas; Chris Pratt é divertido e engraçado na medida certa que o longa pede. Vale destacar a atuação de Michael Sheen, o robô Arthur, que é o "barman" da nave Avalon, que acaba se tornando o confidente do casal desafortunado.

Passageiros ainda tem uma grande lição de moral, sobre as atitudes dos personagens ao lidar com os problemas, as suas consequências, e faz também uma reflexão sobre a vida, o medo da solidão, e sobre o futuro que a gente planejou, mas que não deu certo. Ainda, Passageiros faz referência a outros filmes, como O Iluminado, Wall-E, Titanic ("se você morrer, eu morro"), e até ao clássico da Disney, A Bela Adormecida, e não é só por causa do nome da personagem de Lawrence. Passageiros é uma mistura de comédia romântica e ficção, que mesmo com os clichês básicos do gênero, o longa diverte, tem bastante humor, com um visual arrebatador e muito bonito, mas não emociona tanto quanto deveria. O final poderia ter sido um pouco diferente, um pouco mais dramático talvez, e foi um final bem interessante, mas previsível, e muito bom para se refletir. Passageiros tem tudo para ser um ótimo filme se você entrar na história e entender todo o drama que o casal passa. E só pelo visual da nave, as tecnologias e as cenas no espaço (em especial quando eles passam bem perto de uma estrela), o filme já vale o ingresso.




PASSAGEIROS (PASSENGERS)


Ano: 2016

Direção: Morten Tyldum

Elenco: Chris Pratt, Jennifer Lawrence, Michael Sheen e Laurence Fishburne



NOTA: 8,5



Disponível na NETFLIX.












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