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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | OS ESCOLHIDOS


Um dos meus preferidos tipos de filmes, junto com o terror sobrenatural, é o de extraterrestres, que é muito pouco explorado no cinema. Por um lado, isso é bom, tendo em vista os inúmeros longas sobre espíritos lançados, e muitos poucos deram certo. Os Escolhidos, escrito e dirigido por Scott Stewart, e produzido por James Blum, de Sobrenatural e Atividade Paranormal, é a mais nova empreitada extraterrestre, seguindo a linha do ótimo Sinais, de M. Night Shyamalan. Trazendo ainda referências a Poltergeist, o suspense é estrelado por Keri Russel e Josh Hamilton.


Daniel (Hamilton) e Lacy (Russel) são um casal que começam a sofrer estranhos acontecimentos em sua casa. Ao investigarem, descobrem que o que está atormentando-os, especialmente um dos filhos do casal, podem ser de outro planeta.


Os Escolhidos provavelmente não vai ser um filme sobre extraterrestres marcante, ou que fará algum barulho no cinema, mas é uma ótima e muito importante adição para o subgênero. Scott faz um filme com alguns clichês de filmes sobrenaturais, como bagunça na casa, incidentes inexplicáveis, a criança com um amigo imaginário, alarmes disparados, câmeras de vigilância, enfim, nada de novo. Mas o mérito aqui fica pela forma como ele vai desenvolvendo a trama: criando suspense e mistério, com pistas sobre o que está acontecendo, e aumentando gradativamente a intensidade dos acontecimentos, deixando o espectador tenso e curioso pelo que vai acontecer. As poucas cenas em que as criaturas aparecem, são assustadoras e impressionam, não pela cena em si, mas pelo fato de serem et’s. O roteiro é bem enxuto, certinho, não deixa pontas soltas, com exceção do final, não tem nada de extraordinário, sem falar que o filme é curto, de apenas 1h40 minutos, mas é bem explicado e tem muitos mistérios.



Em relação a atuação e elenco, também nada de tão impressionante. Todos estão bem em seus papéis, mas o filme todo em si é muito simples, então não era necessário grandes atuações. As histórias são bem aprofundadas, e os flashbacks se encaixam nas situações. Keri Russel e Josh Hamilton, que não são conhecidos pelo grande público, enfrentam problemas, não só sobre a invasão, e se saem bem nas situações dramáticas. Os dois irmãos, interpretados por Dakota Goyo (o mais velho) e Kadan Rocket (o caçula) estão em boas sintonias e tem seus próprios problemas: Jesse, o mais velho, está na adolescência, enfrentando os questionamentos básicos da idade, enquanto o mais novo, Sam, que tem um amigo imaginário chamado Sandman, é o mais perturbado pelos invasores. O destaque vai para o veterano J. K. Simons, que interpreta o ufólogo Edwin Pollard, que já se acostumou com o fato de ser atormentado pelos et’s, e que dá uma explicação bem didática sobre o assunto, ajudando o casal de protagonistas a entender o que está acontecendo.


Filmes sobre extraterrestres são muito interessantes, e, assim como os sobre espíritos, tem fundamentos e “provas”, digamos assim, o que deixa tudo ainda mais apavorante, já que são coisas desconhecidas e que dão medo. No fim, Os Escolhidos é um bom filme de extraterrestres, bem explicado, onde tudo se encaixa, que aos poucos os acontecimentos vão ficando maiores, levando para o seu interessante e inevitável final. O filme não tem nada de extraordinário, mas não deixa de ser um ótimo exemplar do subgênero: é simples, competente e real.





OS ESCOLHIDOS (DARK SKIES)


Ano: 2013

Direção: Scott Stewart

Elenco: Keri Russel, Josh Hamilton, J.K. Simons, Dakota Goyo e Kadan Rocket.



NOTA: 8,5












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