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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | OS CAVALEIROS DO ZODÍACO - SAINT SEYA - O COMEÇO



Publicado por Masami Kurumada entre dezembro de 1985 e janeiro de 1986, Os Cavaleiros do Zodíaco é um dos mais famosos animes/mangás japoneses existentes, e encantou uma geração de brasileiros inteira quando a animação passava na extinta Rede Manchete, nos anos 90. Atena, Seya, Shiryu , Shun, Ioga, Ikki, os cavaleiros de ouro das 12 casas, o orfanato, os cavaleiros de prata, personagens que estão gravados na memória e no coração de vários fãs. Em uma época que se fala muito em live-actions e adaptações de videogames para os cinemas, muita gente imaginava como seria uma versão dos Cavaleiros do Zodíaco com atores reais. E a Sony, em parceria com o estúdio de animação japonês Toey Animation, decidiu tornar o nosso sonho em realidade, e lançou Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seya - O Começo (em inglês é apenas Kinight of The Zodiac), o primeiro live-action – e provavelmente o último, infelizmente -, dos cavaleiros de Athena para o cinema. Muitas expectativas se criaram em torno dessa adaptação devido ao tenebroso Dragonball – Evolution, e outras adaptações em geral que não funcionaram. Pois então, é ruinzinho sim, mas não a ponto de ser uma catástrofe que todos esperavam que seria. Dirigido pelo ilustrador polonês Tomasz Bagiński, a adaptação dos Cavaleiros do Zodíaco tem no elenco Mackenyu Arata (Seya), Madison Iseman (Athena), Diego Tinoco (Ikki), Famke Janssen (Guraad), Nick Stahl (Cassios) e Sean Bean (Alman Kiddo).


Quando se fala em Cavaleiros do Zodíaco, a temporada que todo mundo se lembra – principalmente quem não é fã assíduo do anime/mangá -, é a batalha das 12 casas com os cavaleiros de ouro, cada um relacionado a um signo do zodíaco. Mas existe um longo trajeto até chegar nessa parte, e talvez seja isso que o live-action queira fazer. Porém ESQUEÇA O ANIME que tanto nos emocionou na nossa adolescência, e se contente com as referências que aparecem: seja nos detalhes dos cenários e na história, algumas cenas, e as lutas.



Na trama, Seya (Mackenyu) está à procura de sua irmã, e sempre lutando em um ringue, até que Alman Kiddo (no Brasil é conhecido como Mitsumasa Kiddo), o chama para ser um dos cavaleiros protetores da reencarnação da deusa Athena, Saori (Madison Iseman). Mas para isso, ele precisa encontrar o seu cosmo, e o jovem cavaleiro começa um treinamento com Marin (Caitlin Hutson), enquanto Guraad (Famke Janssen) arma um plano com os cavaleiros negros para sequestrar Saori e tirar o poder dela.


Falta mais o espírito do anime/mangá nesse Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seya - O Começo. Não tem aquela magia na explicação sobre os cosmos, as constelações, a armadura, a introdução ao Santuário, aquele aprendizado que o anime dava (ok, no treinamento com a Marin tem um pouco). Os personagens são mal trabalhados – Ikki é deixado de lado, e se você assistiu o anime e o live-action vai entender do porquê da decepção -, a relação entre Atena e Seya é superficial, o núcleo de Guraad e dos cavaleiros negros é chato, e ao invés disso, poderiam ter explorado mais o Ikki mesmo. A trama foge muito das histórias do anime, mesmo que a desculpa seja “é uma introdução a esse universo, é um longo caminho para percorrer”, deixa muitas pontas soltas e sem explicação, há momentos entediantes (até que são poucos), tudo é muito apressado e acaba não sendo desenvolvido direito, seja o roteiro ou os personagens. E sem falar nos diálogos que beiram ao ridículo em algumas cenas, sem emoção nenhuma (tudo bem que no anime também não era tão inspirado, mas não nos importávamos com isso). Nem o famoso “meteoro de Pegaso”, ou “ave Fenix”, são ditos pelos personagens. Triste. Madison Iseman não convence muito como Saori/Atena, mas diante dessa confusão toda, é possível relevar, Diego Tinocco nem parece ser o cavaleiro de Fênix, e não consegue captar a essência de Ikki, e por fim, Almam Kiddo nem vou comentar o desastre que é.



Mas nem tudo está perdido nesse live-action. Apesar das armaduras de Pegasus e Fênix não serem totalmente fiéis ao anime, estão incríveis, e a representação de Saori empolga mais no final; até as roupas que Seya usa quando não está com a armadura aparece. O maior acerto são as lutas coreografadas que lembram muito o anime, e os efeitos especiais estão ótimos, lembrando que o filme foi produzido com um orçamento baixo, então não espere um CGI a nível Vingadores, como estamos acostumados. Os Cavaleiros do Zodíaco: O Começo também acerta ao focar a trama toda em Seya – por isso “Saint Seya” no subtítulo brasileiro -, na procura pela sua irmã, no treinamento, ainda que tudo seja muito superficial, até as batalhas no ringue na primeira parte são boas e lembram pouco as do campeonato que aparece no início do anime. Mackenyu Arata, o cavaleiro de Pegasus, acerta o tom e o carisma do personagem, convence como um cavaleiro de Atena, e é o maior acerto em relação aos personagens.


Ainda tem a batalha no final entre o cavaleiro de Pegasus e o cavaleiro de Fênix (ficaria melhor se o roteiro focasse em Ikki como principal vilão), que empolga bastante e tem ótimos efeitos especiais, e claro, o treinamento de Seya com Marin. Essa parte é a que mais se aproxima do anime/mangá, e a mais interessante de toda a trama, além de uma introdução ao Cosmo e um pouco da mitologia dos Cavaleiros do Zodíaco. Sentimos falta de Shyriu, Shun e Ioga? Sim. Mas como disse, focar a trama na história de Seya foi um grande acerto. Quem sabe eles apareçam na continuação, se é que vai ter.



Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seya: O Começo decepciona um pouco aqueles que esperam algo fiel ao anime, e realmente é decepcionante. O roteiro é muito mal desenvolvido, e isso atinge os personagens que são deixados de lado – Ikki de Fênix -, e tem arcos descartáveis – Guraad e os cavaleiros negros -, que acaba tendo mais importância do que a relação entre Seya e Atena, importante para o desenvolvimento da produção. Os roteiristas pegam elementos, e não a essência, do anime, jogam tudo no meio de uma trama cheia de furos e clichês que ninguém aguenta mais, e deixam de lado todo legado e a história dos Cavaleiros do Zodíaco, e esse é o maior erro de todos. O live-action é inconsistente: empolga em certos momentos, mas dá um banho de água fria em outros, e de uma forma geral, é entediante e não conquista os fãs do anime. O final deixa um gancho para uma continuação – “precisamos encontrar os outros cavaleiros” -, mas o futuro é incerto para esse filme, e depende muito da bilheteria e da boa vontade dos executivos da Sony em querer fazer uma continuação.



OS CAVALEIROS DO ZODIACO - SAINT SEYA - O COMEÇO (KMIGHTS OF THE ZODIAC)


Ano: 2023

Direção: Tomasz Bagiński

Duração: 112 min

Elenco: Mackenyu Arata , Madison Iseman, Diego Tinoco, Famke Janssen, Nick Stahl e Sean Bean



NOTA: 6,5

















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