CRÍTICA | OS AGENTES DO DESTINO

Você está indo para o trabalho, ou para a aula, e, de alguma forma, você perde o ônibus. Lá, poderia estar o amor de sua vida, mas você não chegou a tempo para conhece-la(o), e você pode nunca mais ver, ou nem saber quem é. Mas se vocês eram destinados a ficar juntos, será que um dia irão se encontrar nos caminhos da vida? Destino, acaso, escolhas e livre arbítrio, são esses os temas abordados no filme Os Agentes do Destino, baseado no conto de Philip K. Dick, “The Adjustment Team”, e dirigido pelo estreante George Nolfi. Misturando suspense, romance e ficção, estão no elenco Matt Damon, Emily Blunt, Anthony Mackie, John Slattery, Terence Stamp e Michael Kelly.

David Norris (Matt Damon) concorre ao senado da cidade de NY, quando ele conhece a bela Elise (Emily Blunt), por quem acaba se apaixonando. Um cara de terno aparece para David, e diz que os dois nunca deveriam ter se conhecido, pois isso mudaria todo o plano do destino de ambos. Mesmo assim, ele decide ir contra eles, e terá que enfrentar esses agentes do destino que farão de tudo para que tudo continue de acordo com o plano deles.

Sempre nos perguntamos se tudo o que acontece com a gente, tem haver como o nosso destino, ou o acaso aborda esse tema de uma forma muito interessante. Começando pelo fatídico encontro de David e Elise, a trama demora para dar uma engrenada até chegar no momento que ele descobre tudo, e é aí que o roteiro prende a sua atenção ainda mais com as informações sobre o rumo dos protagonistas. Iniciam-se, então, as eletrizantes cenas de perseguição e as tentativas de ir contra o destino, tudo muito bem conduzido pelo diretor, que consegue transmitir a tensão e a paranoia que a trama exige. A fuga de David com Elise no trecho final da trama é um dos momentos mais interessantes e inusitados da produção, com uma repentina mudança de cenários, resultado de um perfeito trabalho de montagem.

O carisma dos protagonistas é essencial para que o público compre o drama deles, de ficarem juntos no final da história, e Emily Blunt e Matt Damon tem de sobra. Ambos se saem muito bem nos seus papeis, e tem uma química muito boa em cena. O ator já tem uma simpatia enorme, e o público já comprou sua briga uma vez com a trilogia Identidade Borne, e Emily Blunt tem um jeito espontâneo divertido que logo de cara a gente torça por ela, por eles, na verdade. Será que eles terão um final feliz, juntos?

Anthony Mackie, John Slattery e Terence Stamp são os antagonistas, os agentes do destino, são eles que “decidem” os nossos caminhos, o que fazemos e o que não devemos fazer, criando acasos e situações para que determinada coisa aconteça, ou não. E fica aquelas perguntas: não somos nós que escolhemos o nosso destino? Não temos o livre arbítrio?

Tem partes que a trama cansa um pouco, nos encontros e desencontros dos protagonistas, com o passar dos anos, e quando parece que vai dar uma guinada, o destino os separa novamente. Os Agentes do Destino é um filme com bastante tensão e mistério, que desenvolve bem os personagens e o intrigante roteiro. A bela cidade de NY é o cenário dessa inusitada história sobre nossas escolhas, destino e acaso, e principalmente, de David e Elise, que precisam enfrentar os agentes se quiserem ficar juntos, fazendo com que o público torça por isso. Apesar de alguns erros na trama, é um filme interessante e emocionante.

Originalmente publicado em 2011. Editado em 2020.