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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O TROLL DA MONTANHA



Nós estamos acostumados com filmes americanos, principalmente os “blockbusters”, que incluem os filmes de super-heróis, e convenhamos: são os mais legais mesmo. Mas com isso, a maioria das pessoas não dá bola para outras produções de outros países – talvez, os filmes de terror orientais ganham mais destaque, a maioria por causa das refilmagens americanas -. Então temos esse O Troll da Montanha, produção norueguesa lançada pela Netflix, que segue os passos de um blockbuster americano, mas completamente norueguês. O filme é dirigido por Roar Uthaug (o mesmo diretor de Tomb Raider, com Alicia Vikander), e tem no elenco Ine Marie Wilmann, Kim Falck, Mads Sjogard Pettersen, e Karoline Viktoria Sletteng Garvang.


Você conhece, ou já ouviu falar de Trolls? Provavelmente não. Os Trolls são criaturas místicas que fazem parte do folclore da Noruega, tendo toda uma questão religiosa, já que esses “monstros” se alimentam de sangue cristão, não suportam o barulho de sino de igrejas, e são frágeis a luz solar. Tem um filme de terror e suspense muito interessante chamado O Caçador de Trolls, de 2010, onde um grupo de estudantes vão à procura dessas criaturas junto com um homem barbudo que se diz caçador de Trolls, tudo filmado no melhor estilo “found footage”. Já a produção da Netflix, segue o caminho de um blockbuster de aventura, e o diretor, que também escreveu o roteiro junto com Espen Aukan, bebe muito da fonte de Godzilla, a versão de Roland Emmerich, de 1998.


A trama de O Troll da Montanha é bem simples: o governo norueguês autoriza a criação de um túnel que atravessa por dentro de uma montanha. Mas nela vivia um Troll, que acaba saindo do seu esconderijo, causando o caos por onde passa. Para tentar controlar a situação antes que piore, as autoridades do governo chamam a paleontologista Nora (Ine Marie Wilmann) para ajudá-los.



O Troll da Montanha é um daqueles filmes que você não dá nada (principalmente por não ser uma produção americana), mas que pega você de surpresa com uma história envolvente e divertida. O roteiro segue a linha de produções do gênero, como já disse, e seguindo pelo caminho de Godzilla, King Kong, e até um pouco de Jurassic Park. Na verdade, o filme parece um blockbuster americano, só que totalmente norueguês, e isso não é ruim. Temos o monstro causando caos, a fórmula “ciência – questões políticas – exército”, a ambição do homem em destruir a natureza e construir algo, o monstro atacando uma capital, e claro, a relação conturbada entre pai e filha. Isso tudo são os famosos clichês do gênero, e não poderia ser diferente, mas isso não influencia muita coisa. Além disso, os efeitos especiais são dignos de produções hollywoodianas, muito bem-feitas, fazendo com que o espectador fique empolgado com o que está vendo. A concepção do Troll é muito real, as tomadas à céu aberto nas montanhas são lindas, o monstro “atacando” a cidade é empolgante, tudo isso criam cenas que impressionam o espectador pela qualidade da produção. A experiência teria sido melhor se tivesse passado nas salas de cinemas.


Outro ponto positivo são os personagens, que apesar de não serem bem desenvolvidos, conseguem ser carismáticos e ter uma boa química juntos. O roteiro não se aprofunda no drama família entre Nora (Ine Marie Wilmann) e seu pai, Sverre (Dennis Storhøi), e o grupo formado por Andreas (Kim Falck) que trabalha para o governo, o militar Kris (Mads Sjøgård Pettersen) e a hacker Sigrid (Karoline Viktoria Sletteng Garvang), junto com Nora, divertem o público com suas piadas e situações cômicas. Ficamos com raiva também dos agentes do governo, que acham que estão sempre certos, e tomam atitudes estúpidas, outro clichê do gênero.



E no meio disso tudo, há espaço para o sentimentalismo, e não estou falando do núcleo humano. Roar Uthaug não faz do Troll um monstro assassino que sai destruindo tudo e todos por onde passa. Assim como foi com o Godzilla de Roland Emmerich, a intenção da criatura nórdica não é matar ninguém, e sim apenas fugir e tentar encontrar um local para ficar, já que o ser humano destruiu o lugar onde ele vivia. Ou seja, se você é bem sensível, assim como o autor dessa crítica, provavelmente irá se emocionar. No mais, O Troll da Montanha é uma ótima surpresa que surgiu no último mês do ano no catálogo da Netflix, uma superprodução que bebe da fonte dos blockbusters hollywoodianos, mas que prioriza a cultura do seu país, a lenda nórdica do Troll, que já apareceu em vários filmes, inclusive nas franquias Harry Potter e Senhor dos Anéis. É divertido, empolgante, tem ótimas sequências de ação, efeitos especiais competentes, não pretende inovar no gênero, e faz a gente torcer pelo Troll junto com os personagens. O Troll da Montanha é o clássico filme de monstro, no melhor estilo.




O TROLL DA MONTANHA (TROLL)


Ano: 2022

Direção: Roar Uthaug

Elenco: Ine Marie Wilmann, Kim Falck, Mads Sjogard Pettersen, e Karoline Viktoria Sletteng Garvang.



NOTA: 9,0



Disponível na NETFLIX.
















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