CRÍTICA | O REI LEÃO (2019)

Atualizado: 14 de nov.

Se por um lado, Hollywood insiste em fazer refilmagens de grandes clássicos, a Disney começou a fazer versões “live-action” (com atores reais) de suas animações que marcaram uma geração: A Bela e a Fera, Cinderela, Alice, Mogli. Muitos seguiram passo a passo da trama original, como foi o caso de Cinderela, e outros mudaram bastante o enredo, com versões mais “sombrias”, como Alice e Malévola (da Bela Adormecida). Agora, a Disney lança a sua mais famosa animação com “personagens reais”, O Rei Leão. Dirigido por John Favreau, o live-action é um espetáculo visual incrível, e conta com vozes de Donald Glover, Beyoncé, James Earl Jones, Seth Rogen, Billy Eichner e Chiwetel Ejiofor.

A trama é basicamente a mesma da animação de 1995, onde Simba é o novo herdeiro do reino de Mufasa, que acaba sendo morto por Scar, que obriga o jovem leãozinho a fugir do reino, e o vilão acaba se tornando o novo Rei. Anos depois, Simba retorna, com a companhia de Timão e Pumba, para tomar o seu lugar de Rei como tem direito. Apesar da história ser a mesma, esse live-action tem em torno de uns trinta minutos a mais do que a animação original, que são, basicamente, cenas estendidas e conversas mais longas e elaboradas; além de algumas poucas mudanças em questões morais, dando uma repaginada na animação, nada que atrapalhe a magia do original, pelo contrário.

O Rei Leão de John Favreu é um deleite visual espetacular, graças a ótima direção de arte, fotografia e incríveis efeitos especiais, que leva o espectador pra dentro da África. O realismo dos animais é de se impressionar, os detalhes nos pelos, nas feições, reações, movimentos, que ainda me pergunto se os animais não são mesmo de verdade; sim, eu sei que não são, mas parecem muito reais. A forma como eles conversam entre si, o andar deles, tudo perfeito, sem falar dos cenários belíssimos, onde a maioria não são computadorizados, com planos sequências que fazem você imergir dentro do filme. Esse realismo todo pode trazer um certo estranhamento para o público, no bom sentido, que estão acostumados com o desenho de 1995.

Para dar vozes aos queridos personagens de O Rei Leão, um grande time de atores foi escalado, e que muitos praticamente definiram sua voz para os personagens, diferente da versão brasileira. Donald Gloover da voz ao simba adulto, Beyoncé é Nala, par romântico do leãozinho, e quando cantam juntos a canção “Can You Feel The Love Tonight”, a sintonia é perfeita, e, novamente, caímos nas lagrimas. Seth Rogen e Billy Eichner dão vozes aos adoráveis Timão e Pumba, em uma versão mais engraçada ainda. Um destaque aqui é para Chiwetel Ejiofor, que dá voz a Scar, dando um tom mais ameaçador ao vilão. Única ressalva negativa, é na versão brasileira, do Simba adulto principalmente, que deram uma voz fina e horrível demais, que não combina nada com o personagem.

As cenas de ação desse novo O Rei Leão, são bem mais elaboradas e realísticas, dando um tom mais sombrio, principalmente na luta final entre Simba e Scar. E ainda, o filme de John Favreau parece mais adulto, por ser bastante realista em relação a efeitos em CGI dos personagens, mas não perde em nada a magia e o encanto do original. No mais, O Rei Leão continua com o mesmo tom romântico do original, seguindo passo a passo da trama original, com poucas mudanças, além de manter as canções que todos amamos, agora, com cenas mais realísticas, e conta com uma parte técnica perfeita, que encanta os nossos olhos, e nos faz suspirar com as fofuras dos personagens, tudo digno de Oscar.