A franquia O Massacre da Serra Elétrica, infelizmente, não tem o mesmo prestígio e fama como seus irmãos, “Halloween”, “Sexta-Feira 13”, e a “A Hora do Pesadelo”. O primeiro filme foi lançado em 1974 e chocou o público pela sua violência e sadismo – para a época do lançamento, obviamente -, e hoje é considerado um dos maiores terror/slashers do cinema. As continuações não tiveram o mesmo sucesso, mas era divertido assistir pelas cenas de violência e as bizarrices da trama. Então, em 2003, o produtor Michael Bay decidiu fazer uma refilmagem com Jessica Biel e Eric Balfour, e com mais sangue e violência, que acabou ganhando o coração dos fãs do gênero e teve um sucesso moderado.
A continuação já estava nos planos dos produtores, e foi então que tiveram – ou não – a brilhante ideia de fazer um filme que contasse a origem de Leatherface e sua sádica família de canibais. Então surgiu O Massacre da Serra Elétrica – O Início, que é ainda mais violento, pesado, e visceral do que antes, contando detalhe por detalhe sobre a formação da família Hewitt – a da refilmagem de 2003, claro -. Dirigido por Jonathan Liebesman, a trama acompanha dois irmãos, e suas respectivas namoradas, que estão atravessando o estado do Texas para se realistarem na guerra do Vietnã. No caminho, eles sofrem um grave acidente de carro, e são sequestrados pela sádica família do Leatherface. Jordana Brewster, Matthew Bomer, Taylor Handley, Diona Baird e R. Lee Ermey estão no elenco.
O Massacre da Serra Elétrica: O Início repete a dinâmica dos filmes anteriores – muitos dizem que o filme é uma refilmagem da refilmagem -, seja no desenrolar da trama ou até em relação aos personagens, jovens, bonitos e padrões. Também não tem muitas novidades ou revelações importantes, onde o maior diferencial está na violência pesada e sanguinária que a sádica família comete contra os quatro amigos: a câmera foca quando a “serra elétrica” atravessa os corpos dos personagens, resultando em mais mutilação, mais sangue, ossos quebrados, perfurações com diversos objetos, além do nível de tensão e pavor, que é maior do que o filme de 2003. O contexto histórico da guerra do Vietnã serve como base para o roteiro desenvolver o drama dos personagens, dois irmãos que vão para a guerra, mas um deles desiste de se alistar sem avisar o outro. Além disso, o apelo dramático é um pouco maior: o casal Chrissie (Jordana Brewster) e Eric (Matthew Bomer) tem o sonho de formar uma família e ter três filhos, porém, o fato de ele se alistar para a guerra coloca tudo a perder, isso sem eles saberem do que iria acontecer, e tem também o drama pessoal dos irmãos, que não convence muito.
Jordana Brewster, estrela da franquia Velozes e Furiosos e que nasceu no Brasil, é a “final girl” da vez, não tem o mesmo “pique” de Marilyn Burns (do original) e Jessica Biel (do remake), parecendo mais travada, mas também não decepciona. O destaque continua sendo para o “xerife” Hoyt, interpretado pelo veterano R. Lee Ermey, que reprisa o seu divertido personagem, principal responsável pelas cenas de tortura psicológica que faz contra os jovens. E claro que não podia faltar um dos elementos básicos do gênero: os personagens burros que fazem escolhas burras, que acabam irritando o espectador.
Uma das clássicas cenas da franquia é a sequência do jantar do primeiro filme, de 1974, que esteve ausente na refilmagem, mas que retornou – mais sádico ainda -, para o prelúdio. E o desfecho pode dividir opiniões, mas faz sentido com todo o contexto do filme, e acaba se tornando chocante e imprevisível, realmente. O Massacre da Serra Elétrica – O Início perde pontos por repetir grande parte dos acontecimentos dos filmes anteriores, sem muitas novidades ou surpresas, sendo os pontos mais interessantes a violência extrema (que é maior) e a origem da sádica família Hewitt. Mas ainda é superior a muitos outros filmes da franquia, é mais ágil, chocante e violento, exatamente como uma continuação – ou prelúdio – deve ser.
O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA - O INÍCIO
Ano: 2006
Direção: Jonathan Liebesman
Distribuidora: Playart
Duração: 91 min
Elenco: Jordana Brewster, Matthew Bomer, Taylor Handley, Diona Baird e R. Lee Ermey
NOTA: 8,5
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