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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O INFERNO DE DANTE



Desde os anos 70 os filmes catástrofes tem lotado os cinemas do mundo todo, e acabou se tornando um subgênero que todos querem assistir, principalmente pelos ótimos efeitos especiais e as espetaculares sequências de ação. Na primeira metade de 1997, estreava O Inferno de Dante, filme-catástrofe sobre um vulcão que entra em erupção na pequena cidade de Dante’s Peak. O interessante é que, no mesmo ano, outro filme de vulcão estreou nos cinemas, Volcano – A Fúria, com Tommy Lee Jones, fazendo uma “dobradinha” com produções vulcânicas; a mesma coisa iria acontecer com Armageddon e Impacto Profundo, um ano depois.


O Inferno de Dante recebeu críticas mistas, mas se tornou um grande sucesso de bilheteria naquele ano, e hoje é o queridinho dos filmes catástrofes. Com uma trama certinha e envolvente, Dante’s Peak, no original, leva o espectador para a pacata cidade fictícia de Dante’s Peak, no estado de Washington, onde o vulcanólogo Harry Dalton (Pierce Brosnan) vai até a cidade para monitorar um vulcão que parece estar acordando, e acaba conhecendo a prefeita da cidade, Rachel Wando (Linda Hamilton). Harry acredita que a cidade corre perigo enquanto seu chefe Paul (Charles Hallahan) acha que ele está se precipitando, mas não demora muito para o vulcão entrar em erupção e causar uma catástrofe em Dante’s Peak. Grant Heslov, Arabella Field, Jamie Reneé Smith, Jeremy Foley e Elizabeth Hoffmann completam o elenco.


A primeira parte de O Inferno de Dante se desenvolve com Harry e sua equipe coletando dados do vulcão para saber se ele realmente vai entrar em erupção, com boas doses de suspense que precedem o desastre que vai acontecer. Já a segunda é quando, de fato, o vulcão entra em erupção, deixando um rastro de destruição na bela cidade de Dante’s Peak. O roteiro de Leslie Bohem é bem desenvolvido e muito didático, explicando sobre vulcões e tudo o que pode acontecer se algum decidir “acordar”, o que deixa o filme ainda mais interessante e fácil de entender. E assim como um bom filme catástrofe, os clichês do gênero estão lá, e são vários: tem crianças, cachorros, senhorinhas teimosas, personagens que tem atitudes erradas, personagens com traumas no passado, o fato de ninguém acreditar no cientista e depois ele estar certo, um romance básico, e até um clássico gritinho quando alguém morre, elemento que apareceu em vários filmes do gênero. Por mais chato que possa parecer, esses clichês funcionam e fazem a diferença no resultado final.



Os efeitos especiais são outros destaques de O Inferno de Dante, principalmente na segunda metade, quando o vulcão entra em erupção. A cidade de Dante’s Peak não existe, assim como o seu vulcão que serve como um lindo cartão postal, e foram utilizados efeitos em CGI para colocá-lo. As sequências que os personagens estão no pico do vulcão foram filmadas em um de verdade, o Monte Santa Helena, que entrou em erupção em maio de 1980 e que é mencionado no filme. E quando o vulcão mostra toda a sua fúria e o caos toma conta de Dante’s Peak, entram os incríveis efeitos em CGI, e até cidades em miniaturas foram utilizadas, assim como alguns cenários para as cenas de ação – seguem explosões, lava, terremotos, e muita destruição -.


A produção quase não tem aqueles personagens irritantes e que tem seu momento de herói – em Volcano: A Fúria tem vários momentos assim, e a maioria são exagerados - e alguns apenas fazem escolhas erradas. Pierce Brosnan e Linda Hamilton formam o casal da vez, e eles conseguem ter uma boa sintonia: Harry perdeu sua esposa na explosão do Monte Santa Helena, e Rachel é mãe solteira de dois filhos que foi abandonada pelo marido. Graham é o típico pré-adolescente revoltado e mimado (provavelmente pela falta de uma presença masculina), Lauren é a criança fofa da vez, e fechando o “núcleo familiar”, tem a teimosa vovó Ruth (Elizabeth Hoffmann) que se recusa a deixar a montanha, mesmo com ela explodindo. O chefe de Harry, Paul Dreyfus (Charles Hallahan) é o típico personagem que não acredita no seu colega e depois pede desculpas, e o alívio cômico é por conta do restante da equipe.



O Inferno de Dante não tem muito drama, personagens exagerados, e situações absurdas, tudo é simples e acaba deixando a trama mais séria, mostrando com muita realidade os efeitos de um vulcão sobre uma cidade. O diretor Roger Donaldson coloca todos os clichês possíveis que um filme catástrofe – até o animalzinho em perigo tem -, mas entrega uma produção que prende a atenção do espectador, seja pela explicação científica, pelas belas paisagens ao redor da cidade, a destruição e as cenas de ação, ou pelo seu desenvolvimento certinho. Um clássico do cinema catástrofe.




O INFERNO DE DANTE (DANTE'S PEAK)


Ano: 1997

Direção: Roger Donaldson

Distribuidora: Universal

Duração: 109 min

Elenco: Pierce Brosnan, Linda Hamilton, Charles Hallahan, Grant Heslov, Arabella Field, Jamie Reneé Smith, Jeremy Foley e Elizabeth Hoffmann



NOTA: 9,0



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