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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O HOMEM INVISÍVEL (2020)



O Homem Invisível é uma obra do escritor inglês H.G. Wells, que também escreveu Guerra dos Mundos e A Ilha do dr. Morneau, ambos que viraram filme. A mesma coisa aconteceu com esse Homem Invisível, lançado em 1933, que acabou imortalizando o “cientista louco” como um dos personagens mais marcantes do cinema. O filme de 1933, seguia muito a linha de Frankstein, que também tinha um cientista louco, e por isso, acabou entrando na lista dos filmes de monstros da Universal. Desde então, vários filmes abordando a invisibilidade foram lançados, e podemos destacar aqui O Homem Sem Sombra, de 2000, dirigido por Paul Verhoven, e estrelado por Kevin Bacon e Elisabeth Shue.


Quase 90 anos depois, a Universal lança uma nova versão sobre o personagem, atualizado para os dias atuais, que foge bastante do rótulo de ser um filme de monstro. Dirigido por Leigh Wannell criador da franquia Jogos Mortais e dos filmes Sobrenatural, a nova versão do homem invisível é um suspense intrigante e bastante atual.


Um dos melhores filmes do ano, O Homem Invisível acerta na sua modernização, e cria um filme tenso e angustiante ao abordar um tema recorrente dos dias atuais: o relacionamento abusivo. Na história, Cece (Elisabeth Moss) foge do seu marido violento, Adrian (Oliver Jackson-Cohen), e se esconde na casa de um amigo policial, James (Aldis Hodge). Adrian comete suicídio, mas Cece acredita que foi tudo planejado, entrando em uma paranoia achando que ele está vivo e invisível, atormentando-a.


Leigh Wannell, que dirigiu e roteirizou esse Homem Invisível, nos apresenta um filme que prende a atenção do público, e nos faz entrar na história e nas loucuras, ou não, da personagem, fazendo a gente torcer para ela provar para todos que está falando a verdade. A forma como o diretor conduz as cenas, mostrando o ambiente inteiro, é incrível, graças a ótima fotografia, nos fazendo olhar para todo o canto e ver se alguma coisa acontece. E em alguns momentos, o roteiro faz a gente mesmo questionar se a personagem está falando a verdade, ou não.



Grande mérito da produção é da atriz Elisabeth Moss, que se entrega de uma forma incrível no papel da personagem, comprovando que ela é uma das atrizes que mais se destacam na atualidade. O público chega a abraçar a loucura da personagem, torcendo para que ela consiga provar sua inocência, deixando o público inquieto quando algo de ruim acontece com ela, ou quando não acreditam. Apesar de aparecer em apenas uma cena, duas se contar a cena de abertura, mas sem destaque, Oliver Jackson-Cohen, que interpreta Adrian, transmite bem o jeito psicopata do personagem, e Aldis Hodge, o amigo policial de Cece, que se acha o dono da razão, deixando o público mais irritado ainda.


O Homem Invisível ganha pontos ao abordar um tema que acontece muito atualmente, uma mulher oprimida por um marido controlador. O filme não mostra exatamente essas cenas, mas deixa a entender o que a personagem de Elisabeth Moss passou, e ela enfrenta tudo na maior garra possível, focando bastante no psicológico de Cece.


Para quem gosta de sangue e cenas gore, O Homem Invisível tem bastante, nada exagerado, mas surpreende em algumas cenas pela sua violência explicita. É um filme repleto de suspense e tensão, sufocante em alguns momentos, e faz uma imersão do espectador na história, provocando uma onda de sentimentos, de ódio a angustia. Prende a sua atenção do início ao fim, tem algumas reviravoltas e ainda consegue gerar uma discussão sobre um problema recorrente. Mais uma vez, Leigh Wannell acerta.






O HOMEM INVISÍVEL (THE INVISIBLE MAN)


Ano: 2020

Direção: Leigh Wannell

Elenco: Elisabeth Moss, Aldis Hodge, Oliver Jackson-Cohen, Storm Reid, Michael Dorman e Harriet Dyer



NOTA: 10
















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