CRÍTICA | O GAROTO DA CASA AO LADO

Atualizado: 3 de nov. de 2021

Existe um subgênero que é pouco explorado e raramente surge nos cinemas: o suspense erótico. Muito popular nos anos 90, com Instinto Selvagem, Invasão de Privacidade, De Olhos Bem Fechados, Proposta Indecente, entre outros, deu uma sumida dos cinemas na última década, se tornando mais "underground". Uma vez que outra surge algum filme desse tipo nos cinemas, e o mais recente é O Garoto da Casa Ao Lado (The Boy Next Door, 2015) estrelado por Jennifer Lopez e Ryan Guzman. Dirigido por Rob Cohen (Velozes e Furiosos, Daylight), o filme mostra uma mulher de meia idade que se envolve com um garoto que acaba se tornando um psicopata obsessivo.

Claire (Jennifer Lopez) é uma mãe e professora de uma escola, que está separada do marido por motivos de traição. Ela está carente, sensível com tudo o que aconteceu, até aparecer o sobrinho do seu vizinho, Noah (Ryan Guzman), um rapaz de quase 20 anos que é atencioso com ela e com seu filho, Kevin (Ian Nelson). Claire se sente atraída por Noah, e em uma noite eles acabam se envolvendo, deixando-a com medo se caso descobrirem. Ao ver que está sendo ignorado, Noah começa a se revoltar e atormentar a vida dela, se mostrando cada vez mais obcecado e agressivo.

O filme começa muito bem, prende a sua atenção e parece que vamos ver uma história bem interessante: Claire e Noah tem muitas coisas em comum e parece que não será uma simples obsessão; mas não é assim que acontece. O Garoto da Casa Ao Lado tenta ser um suspense erótico, e promete pelo seu início, mas acaba se tornando apenas mais um filme onde um cara perturbado atormenta a mocinha até os limites. O roteiro é repleto de clichês, que vão desde os personagens típicos, a mulher frágil, o marido que trai sua esposa, o garotão gostoso que aparece sem roupa e arrumando carros, o filho de pais separados, com a história batida de um trauma familiar para explicar o motivo do cara ser perturbado, até o seu final previsível. É uma história sem emoção, sem muito suspense e sem a possibilidade de o expectador criar alguma empatia com os personagens, talvez com a também cantora Jennifer Lopez, mas só porque ela é mais conhecida do público.

O Garoto da Casa Ao Lado consegue ser sensual graças ao casal protagonista dessa louca história. Jennifer Lopez com o seu lindo e invejoso corpo está pegando o garotão de vinte anos Ryan Guzman, de corpo sarado, extremamente carinhoso e atencioso com ela. Eles estão longe de ser um casal com uma perfeita sintonia entre si, lembrando que não é uma história de romance e sim de obsessão, mas convencem por serem sensuais e protagonizarem cenas bem quentes. Sozinhos, nenhum deles estão bem em suas atuações, por causa do limitado roteiro que não mostra nada de novo e acaba se tornando um filme bem arrastado, e olha que são só 1h30 de filme. O que ajuda é o carisma da atriz e a sensualidade de Ryan, que dizem que ele havia se candidatado para o papel de Christian Grey.

No fim de tudo, O Garoto da Casa Ao Lado é um daqueles filmes perfeitos para um sábado à noite, e que poderia ter sido lançado direto para DVD/BluRay. É um filme previsível, repleto de clichês e cenas que você já viu em outros filmes, que tinha uma interessante ideia inicial, mas que se perde por causa de seu batido roteiro. Mas o filme não é completamente ruim, e consegue convencer, na sua proposta, com as suas limitações, se tornando apenas um suspense que não será lembrado depois de um tempo. É uma pena que o filme tenha chegado a esse resultado, mesmo com grandes nomes como Jennifer Lopez e Rob Cohen.