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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS


Quando foi lançado em 1984, O Exterminador do Futuro levou a ficção para um outro nível; e a continuação, lançada em 1991, inovou nos incríveis efeitos especiais e nas transformações do robô T-1000 interpretado por Robert Patrick. Depois de duas continuações não muito expressivas, a Paramount resolveu fazer uma nova repaginada na franquia, ou uma nova versão, ou uma continuação... vai saber. Não que o filme seja confuso, é bem tranquilo de entender se você viu os dois primeiros filmes, ou sabe pelo menos a história deles: o roteiro de O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator: Genesys, 2015) pega momentos importantes dos dois primeiros filmes, usa no novo e ainda por cima muda alguns acontecimentos, principalmente do original. No elenco estão Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jason Clarke, Jai Courtney, J. K. Simons e Matt Smith.


O filme começa em 2029, mostrando os humanos restantes, liderados por John Connor (Jason Clarke), lutando contra as máquinas para salvar a humanidade. A SkyNet enviou um exterminador para 1984 com a missão de destruir a mãe de John, Sarah Connor (Emilia Clarke), e para impedir isso, ele manda o soldado e seu braço direito, Kyle Reese (Jai Courtney), para mantê-la viva. Mas ao chegar em 84, Kyle descobre que ela já tem um guardião, uma nova versão do Cyborg T-800 (Arnold Schwarzenegger), a mesma réplica enviada para matar Sarah, e após se encontrarem, eles descobrem que devem ir até o ano de 2017 e impedir que a SkyNet lance Gênesis, o programa responsável pela destruição da humanidade.


Gênesis ignora os eventos de A Rebelião das Máquinas e A Salvação, e volta no tempo, relembrando e criando passo a passo alguns acontecimentos dos dois primeiros filmes. É um filme que agradará os fãs, e a nova geração que curte efeitos especiais e ação. O roteiro tem uma proposta ousada, mas criativa, ao modificar a narrativa dos dois primeiros filmes, e a inserção de eventos já vistos na franquia são bem aproveitadas: a cena em que Schwarzenegger e seu Cyborg T-800 chega sem roupa até os três motoqueiros, no primeiro filme, o robô T-1000 do segundo, com suas lâminas e a transformação em metal líquido; as viagens no tempo; além de mudar a data do "Julgamento Final" para 2017. Após isso, o roteiro perde um pouco da genialidade e investe em cenas de ação e ótimos efeitos especiais, mas consegue prender o espectador com informações importantes, revelações e surpresas, ainda que a maior delas já tinha sido revelado nos trailers. Para explicar essas mudanças, a história usa as "linhas temporais", ideia muito usado em filmes de ficção, mas que aqui se encaixa muito bem.



O elenco é um ponto forte da produção, principalmente por causa do astro Arnold Schwarzenegger: o ator esbanja simpatia no personagem, carinhosamente chamado de “Papi” por Sarah Connor, além de manter o humor que tinha os dois primeiros filmes da série e soltar os seus famosos bordões; é interessante ver como a equipe de efeitos conseguiu deixar o ator bem novo. A Sarah Connor de Linda Hamilton foi um ícone dos anos 80 e 90 e está entre as personagens femininas mais importantes do cinema; nesse novo filme há uma tentativa de mostrar todo o poder da nova Sarah, dessa vez interpretada por Emilia Clarke, de Game Of Thrones. A atriz se esforça bastante, mas não conseguimos ver nela toda a emoção e a energia da Sarah Connor original; é clichê, mas é difícil superar algum ator de personagens ícones.


Jay Courtney, da série Divergente, é o novo Kyle Reese, e só está no filme para ser o (futuro??) par romântico de Sarah, já que a função de seu personagem é feita por Schwarzenegger, deixando Kyle apenas como uma presença masculina nas cenas de ação. J.K Simons e seu personagem são esquecidos em um ponto da trama, e sua presença é interessante, mas sem importância; talvez nas continuações (ainda não confirmadas). A mesma coisa acontece com o ator coreano Lee Buyng-Hun, que interpreta o cyborg T-1000 (o mesmo robô que Robert Patrick interpretou no filme de 1991), que só tem importância no início e depois some da trama; mas a sua aparição é uma nostalgia para os fãs. E sobre John Connor? O novo personagem tem uma história bem profunda e Jason Clarke o interpreta no automático, não conseguindo passar nenhuma ligação com o espectador.


Ainda que não seja um filme perfeito, e muitos não o consideram, O Exterminador do Futuro: Gênesis consegue se aproximar bastante aos dois primeiros filmes, sempre mantendo a ação com ótimos efeitos especiais, e a curiosa mudança no roteiro consegue ser original, mantendo os elementos dos dois primeiros longas. O novo filme foca muito na ação e nos efeitos especiais, e esquece de nos apresentar uma história mais profunda, deixando o espectador um pouco confuso com a sua linha de tempo (o novo filme praticamente anula os eventos do original de 84). Mas a diversão é garantida na sessão, tanto para a nova geração, quanto para os fãs, já que eles terão boas lembranças da série. Com isso, O Exterminador do Futuro - Gênesis é um novo começo para uma das maiores franquias do cinema. Inicialmente, a intenção era fazer mais dois filmes, mas com o fracasso de bilheteria, o futuro da franquia é incerto.






O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS (TERMINATOR: GENESYS)


Ano: 2015

Direção: Alan Taylor

Elenco: Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jason Clarke, Jai Courtney, J. K. Simons e Matt Smith



NOTA: 8,0













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