CRÍTICA | O EXTERMINADOR DO FUTURO: DESTINO SOMBRIO

O nível histórico que O Exterminador do Futuro, de 1984, causou na cultura pop, é indiscutível, por mais que a pessoa não goste do gênero. James Cameron nos apresentou uma história única e avançada, para a época do lançamento, que foi referência em vários filmes lançados posteriormente, seja por alguma menção, ou usar a temática “linha do tempo”. Na história, um robô veio do futuro para assassinar Sarah Connor, e um outro veio para protege-la. Sete anos depois, veio a continuação, O Julgamento Final, tão icônico quanto o primeiro, revolucionou os efeitos especiais e trouxe uma história ainda mais incrível, sendo que agora, o alvo era o filho de Sarah, John Connor. Linda Hamilton, Arnold Swarzennegger, Michael Biehn, Robert Patrick e Edward Furlong se tornaram rostos ainda mais conhecidos e impulsionaram as suas carreiras.

Anos depois, sem o comando do criador dos filmes, surgiram três produções que não chegaram nem aos pés dos dois primeiros: A Rebelião das Máquinas, em 2003, o duvidoso A Salvação, de 2009, e Gênesis, de 2015, que foi o que mais conseguiu trazer esse universo fantástico criado por James Cameron. Agora, chega aos cinemas mais um capítulo dessa franquia, Destino Sombrio, que é uma continuação direta de O julgamento Final, parecendo muito um reboot, ou seja: esqueça os três filmes que vieram após esse. Linda Hamilton e o ex-governador da California, Schwarzenegger, retornam para a sequência, e os novos rostos são Mackenzie Davis, Nathalia Reyes e Gabriel Luna.

A história segue praticamente a mesma linha dos primeiros filmes, mas com alguns detalhes diferentes: uma garota, Dani (Nathalia Reyes) é alvo de um robô que veio do futuro, o Ver-9 (Gabriel Luna), mas que tem como protetora Grace (Mackenzie Davis), humana, mas com melhorias, digamos assim. Grace e Dani contam com a ajuda de nada menos que Sarah Connor (Linda Hamilton), e o robô T-800 (Arnold Schwarzenegger), que agora, vive recluso e se chama Carl.

Logo na primeira cena, descobrimos que realmente o filme faz uma ligação direta com O Julgamento Final, trazendo aquela nostalgia para os fãs da franquia, que continua ao longo da produção. O roteiro cria uma nova linha temporal, tirando a Skynet, responsável por tudo que aconteceu nos filmes anteriores, e colocam outro motivo para Dani ser alvo do exterminador, e o diretor, Tim Miller, pega vários elementos dos dois primeiros filmes, mas, ao mesmo tempo, cria sua própria personalidade. Em seguida, temos um amontoado de cenas de ação, em tudo que é lugar, bem no estilo James Cameron, com ótimos efeitos especiais, muito humor e piadas onde, novamente, o foco é nas exuberantes cenas de ação, que se limitam a fugir do inimigo.

Dani (Nathalia Reyes) é a nova Sarah Connor dos dias atuais, e se espelha muito na personagem vivida por Linda Hamilton. Grace é a robô, metade humana, que protege Dani, interpretada pela ótima Mackenzie Davis, que se inspira em Michael Beihn no primeiro longa, e em Schwarzenegger no segundo filme, mas traz uma personalidade forte e marcante para sua personagem. Aliás, a atriz está ótima no papel, se tornando uma verdadeira “Badass”. O vilão é o robô Ver-9, interpretado por Gabriel Luna, que mal fala durante o filme todo, mas se demonstra um desafiador e incansável antagonista. Linda Hamilton retorna ao papel da icônica Sarah Connor, mantendo a mesma linha dos filmes anteriores, e tem um papel importante na história. Já Schwarzenegger, que interpretou o robô T-800, que foi o antagonista no primeiro filme, e um herói na sequência, também retorna, mas em um papel menor, mas não menos importante.

Destino Sombrio é tudo o que os fãs queriam: grandiosas cenas de ação, a reunião dos grandes astros da franquia, e a maravilhosa nostalgia. A produção mantém a dinâmica dos dois primeiros filmes, e, ao mesmo tempo, cria sua própria identidade, onde o único problema maior, é o enredo raso e sem muita complexidade. Mas em geral, é uma ótima adição a franquia, e bem superior aos outros lançados.