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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O EXORCISTA DO PAPA



O Exorcista, de 1973, é um clássico definitivo do terror, e serviu como referência à vários filmes sobre possessão demoníaca surgiram nos cinemas: O Exorcismo de Emily Rose, O Último Exorcismo, Livrai-Nos do Mal, entre vários outros. A maioria dos filmes desse subgênero são inspirados em fatos reais, o que deixa ainda mais interessante, e depois de anos com filmes ruins sobre o tema, eis que surge O Exorcista do Papa, estrelado por Russell Crowe. Baseado nos arquivos do padre Gabriele Amorth, que realizou milhares de exorcismos para a igreja Católica, a produção funciona mais como um “blockbuster” de possessão do que um filme mais cult, trazendo todos os elementos clássicos do gênero, e ainda tem o bônus de ter o carisma inigualável de Russell Crowe. Na trama, o padre Gabriele é convocado pelo Papa para investigar um possível caso de possessão demoníaca em um garotinho de 10 anos na Espanha. Era para ser apenas mais um simples caso de exorcismo, mas ele acaba descobrindo segredos sombrios envolvendo a Igreja Católica.


O Exorcista do Papa acerta em praticamente todos os quesitos em um filme de terror, mas acaba pecando pelos seus excessos na sequência final. Os roteiristas Michael Petroni e Evan Spiliotopoulos, criam uma trama dinâmica e interessante não por ser baseado em fatos reais, mas sim pelos rumos da história, envolvendo segredos da igreja Católica e a mitologia sobre exorcismos, resultando em um roteiro rico em informações. The Pope’s Exorcist, no original, não foge dos clichês típicos do gênero, e nem deveria - personagens jogados para tudo que é lado, blasfêmias, corpos destorcidos, assombrações, luzes se apagando, e muito sangue jorrando para todo o lado -, elementos esses que são necessários para um filme do gênero, e não atrapalham muito; é tudo o que os fãs de terror gostam. Outro acerto é a ambientação onde trama acontece, uma casa antiga no estilo medieval com túneis subterrâneos, aliado a cenários escuros e sombrios que deixam tudo mais assustador, criando momentos genuinamente tensos.



Nem todos os personagens são desenvolvidos na trama – só sabemos o básico sobre a família do garotinho possuído -, mas o destaque maior é Russell Crowe, que interpreta o padre Gabriele. Diferente dos outros padres dos filmes de exorcismos, o personagem é irônico, engraçado, bem-humorado, rebate os seus superiores, “zomba na cara do demônio”, toma seu whyski, e ainda anda de moto, sem contar o carisma que Russell Crowe dá ao personagem, deixando o filme ainda mais divertido de assistir. É notável que o ator está se divertindo muito no seu primeiro papel no gênero do terror. Do elenco coadjuvante vale destacar Peter De Souza-Feighoney, que convence e assusta interpretando o garotinho possuído.


O Exorcista do Papa vinha acertando em tudo. Tem uma intrigante história envolvendo os anos sombrios da igreja Católica, um caso de possessão que realmente impressiona, muito sangue, suspense e horror, os clichês dos filmes de exorcismos, uma ambientação sinistra, e o carisma inquestionável de Russell Crowe como o padre Amorth. Mas a sequência final colocou tudo a perder, ficando estranho, exagerado demais e com muitos efeitos visuais; de uma forma geral, o final ficou muito fantasioso, até para um filme de possessão demoníaca. No mais, O Exorcista do Papa é uma ótima pedida para quem gosta dos filmes do gênero, tem muito humor e piadas, o demônio é poderoso, tem um ritmo ágil, é um pouco assustador, e ainda tem um Russell Crowe carismático em um papel divertido, resultando em uma produção com o intuito de entreter o espectador que adora um terror sobre exorcismos.



O EXORCISTA DO PAPA (THE POPE'S EXORCIST)


Ano: 2023

Direção: Julius Avery

Distribuidora: Sony Pictures

Duração: 103 min

Elenco: Russel Crowe, Daniel Zovatto, Laurel Marsden, Alex Essoe, Peter De Souza-Feighoney.



NOTA: 8,5













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