CRÍTICA | O ESTRANGEIRO

Atualizado: 23 de mar. de 2022

Chan Kong-sang, conhecido como Jackie Chan, nascido em Hong Kong, é um dos principais nomes do cinema mundial em artes marciais, e fez muito sucesso graças ao filme A Hora do Rush, que ganhou duas continuações. Outro fato marcante do ator é o seu carisma, ganhando a simpatia de muita gente, além de um Oscar honorário pelo seu brilhante caminho em Hollywood. Já Martim Campbell é um diretor neozelandês de altos e baixos, tendo filmes como A Mascara do Zorro, Limite Vertical, e dois filmes do agente britânico James Bond, Goldeneye e Cassino Royale, em seu currículo. Na tentativa de se consolidar no em Hollywood, o diretor convoca Jackie Chan para o seu filme, O Estrangeiro, que conta a história de um homem que busca vingança após a morte de sua filha, em um atentado terrorista. Além do ator, Pierce Brosnan, Orla Brady, Ray Fearon e Rory Fleck Byrne estrelam a produção.

Ngoc Minh Quan (Jack Chan) é dono de um restaurante, e pai, que perdeu a sua filha em um ataque terrorista em Londres. Motivado pela vingança, Quan vai atrás do primeiro ministro da Irlanda, Liam Hennessy (Pierce Brosnan), para que ele conte quem são os responsáveis pelo ataque. Ele diz que não sabe quem são os terroristas, mas Quan não acredita, e ele inicia um jogo de gato e rato até que ele diga os nomes dos culpados.

Seguindo a linha de Busca Implacável, com Liam Neeson, O Estrangeiro é um filme bem dinâmico, que mistura ação, drama e politica em um enredo bem desenvolvido, que faz o público torcer para Jackie Chan acabar com todo mundo, e se vingar da morte de sua filha. O filme de Martim Campbell consegue prender a atenção do público com essa história de vingança, e se sai bem ao mostrar uma conspiração politica ligada aos ataques terroristas, com algumas surpresas e reviravoltas. A história apresenta vários personagens, todos bem desenvolvidos, com suas convicções e segredos, o que deixa a trama ainda mais interessante.

É ótimo ver como Jackie Chan ainda está em plena forma nos seus 66 anos de idade, encenando em praticamente todas as cenas de luta do filme. O seu personagem é simples, com um forte conflito dramático (a morte de sua filha), e graças ao seu carisma, o ator consegue cativar o público, que compra a sua vingança e torce para que ele consiga. Pierce Brosnan faz um politico misterioso, com um passado ligado a terrorismo, que agora se dedica a lutar contra eles. Brosnan consegue passar muito bem essa dualidade, onde muitas vezes chegamos a duvidar de qual lado o seu personagem está.

Mas falta algo no filme de Martim Campbell, algum momento para deixar o público intrigado, o que acaba não tendo o mesmo impacto que Busca Implacável teve. No fim, O Estrangeiro é um bom filme ação e vingança, bem básico, mas que faz o público torcer para o personagem de Jackie Chan, encenando lutas bem coreografadas que, na verdade, é o que a gente quer ver: o ator brigando com todo mundo em busca de vingança. É um filme simples, com uma história bem planejada, ótimos conflitos políticos, e que entretém o espectador, a principal função de um filme.