top of page
Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O DUBLÊ



Grande parte do sucesso de um filme, principalmente os de ação e aventura, são os dublês – profissionais que fazem as cenas de ação mais perigosas no lugar dos atores/atrizes, já que podem coloca-los em risco -, e que infelizmente não são tão reconhecidos pelo grande público. Dando um pontapé inicial na temporada dos blockbusters do verão norte-americano, temos O Dublê, estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, filme que mistura ação e comédia, e que tem como protagonista um dublê, Colt Seavers (personagem de Gosling), mostrando a sua rotina e que acaba se metendo em uma “conspiração”.


Dirigido por David Leitch (que Deadpool 2 e Trem-Bala), The Fall Guy utiliza a “metalinguagem” (que no caso aqui é um “filme dentro de um filme”), com a trama se passando durante as filmagens de um filme de ficção estrelado por Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) e dirigido por Jody Moreno (Emily Blunt). O dublê de Tom Ryder, Colt Seavers (Ryan Gosling), sofre um grave acidente e acaba se afastando das filmagens. Um ano depois, ele é chamado para continuar o seu trabalho nas filmagens da produção, porém, além de ele voltar a atuar como dublê, Colt precisa investigar o desaparecimento do astro Tom Ryder, descobrindo segredos que nem ele imaginava.


O Dublê é baseado em uma série de grande sucesso dos anos 80, mas que não segue pelo mesmo caminho, mostrando apenas algumas referências que lembrarão aqueles que assistiram a série – que não é diretamente o público alvo -. Misturando comédia, ação, romance, canções de Taylor Swift e outras da cultura POP, a trama é bem simples, mas desenvolvida, e apesar de ser previsível em vários momentos e com vários clichês, é interessante e repleto de reviravoltas que movimentam a história. Mas a grande atração do filme são as incríveis sequências de ação que elevam a trama. Claro, estamos falando de um filme que homenageia o gênero de ação e o trabalho dos dublês de Hollywood, e devem ser o ponto alto da produção, e David Leitch sabe muito bem o que está fazendo. O diretor trabalhou como dublê por quase vinte anos, e ele comanda muito bem as cenas de ação: tem explosões, perseguições com tudo que é meio de transporte possível, personagens pendurados em helicópteros, embates, cenas em “slow-motion”, tudo embalado com canções, atuações e momentos dramáticos.



Além da ação, o que mais funciona em O Dublê é o romance cheio de química da dupla principal, os personagens de Ryan Gosling e Emily Blunt. É aquele romance típico das comédias românticas – eles se odeiam mas sabem que são perfeitos um para outro -, que rende momentos fofos, divertidos, genuínos e com um ótimo desenvolvimento que embala a trama. Depois do sucesso de seu personagem em Barbie, Gosling prova que as comédias e os filmes de ação caem perfeitamente para ele: o ator está bem à vontade no papel de Colt, criando um personagem carismático e fácil de identificação com o público, além de protagonizar a maioria das sequencias de ação.


Já a personagem de Emily Blunt, a diretora Jody Moreno, não ganha muito desenvolvimento na trama, mas isso não a torna menos importante, e como de costume, a atriz brilha ao dar vida a uma personagem também carismática, sensível, e que cai facilmente no gosto do público, nos fazendo torcer para ela, Colt, e o relacionamento explosivo deles. Vale destacar o personagem de Aaron Taylor-Johnson, o insuportável Tom Ryder, que rouba várias cenas em que aparece, e Winston Duke, que interpreta o coordenador de dubles, Dan Tucker, e o melhor amigo de Colt, sempre o salvando das enrascadas que se enfia.



Sem grandes pretensões, O Dublê é simplesmente um blockbuster feito para entreter e divertir o público, um filme pipoca que faz uma divertida homenagem ao cinema de ação e aos dublês do cinema. David Leitch, e o roteirista Drew Pearce, criam um filme envolvente, cheio de surpresas, e que ainda faz uma autocrítica sobre os blockbusters – de focar mais na ação do que na trama -; lembrando que a produção usa a metalinguagem. Tem ação, comédia, romance, momentos dramáticos, muita explosão e sequencias empolgantes, reviravoltas, e uma incrível química entre Emily Blunt e Ryan Gosling. A diversão é garantida. E não deixa de assistir os créditos finais, que mostra o difícil e extraordinário trabalho dos dublês do filme, e na sequência, uma cena pós-créditos muito boa.




O DUBLÊ (THE FALL GUY)


Ano: 2024

Direção: David Leitch

Distribuidora: Universal Pictures

Duração: 125 min

Elenco: Ryan Gosling, Emily Blunt, Aaron Taylor-Johnson, Winstom Duke e  Hannah Waddingham.



NOTA: 9,0























1 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page