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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O DOSSIÊ PELICANO



Uma boa trama sobre teorias da conspiração, um suspense investigativo, ou um thriller político, são ótimas pedidas para uma sessão, não acha? Na metade de 1993, estreava A Firma, produção estrelada por Tom Cruise que mostrava advogados corruptos que trabalhavam para criminosos. No finalzinho do mesmo ano, era a vez do filme em questão, O Dossiê Pelicano, mostrar a sua história de corrupção, mas agora, envolvendo política e criminosos. Ambos têm em comum o fato de serem baseados nas obras homônimas escritas por John Grisham, listado entre os dez escritores americanos mais lidos nos EUA – os filmes O Cliente, de 1994, e O Júri, de 2003, também são baseados em suas sobras -.


Dirigido por Alan J. Pakula, O Dossiê Pelicano é um intrigante thriller político estrelado por Julia Roberts e Denzel Washington, mas que peca no seu desenvolvimento confuso. Na trama, dois juízes da suprema corte são assassinados, e uma estudante de direito, Derby Shaw (Julia Roberts), acabou desenvolvendo um dossiê investigativo sobre o caso. O problema é que a sua pesquisa indicou um possível envolvimento de um político da Casa Branca, e por azar, o dossiê acaba caindo em mãos erradas, colocando a sua vida, e a de todos que se envolvem com ela, em risco. Stanley Tucci, Sam Shepard, John Heard e Anthony Heald também estão no elenco.


O diretor Alan J. Pakula havia dirigido outro thriller político, Todos os Homens do Presidente, em 1975, e assim como O Dossiê Pelicano, também tinha um jornalismo investigativo na trama. Mas o maior problema do seu novo filme é a quantidade de personagens, suas funções, e o desenvolvimento confuso do roteiro acaba deixando o espectador confuso com tantas histórias paralelas, e muita informação jogada para nós. Na primeira hora, surgem vários possíveis suspeitos do crime - a maioria acaba sendo assassinado -, e é assim que a trama se desenvolve: com muita perseguição, ameaças, explosões, mortes, e uma teoria da conspiração básica para prender a atenção. Mas a produção não é ruim, tem muito mistério e cenas tensas de perseguição, além da trama ser envolvente e dinâmica mesmo ficando um pouco confusa.



Julia Roberts e Denzel Washington seguram as pontas o filme todo, e eles acabam se encontrando quase uma hora depois do início. Em 1989, Denzel Washington ganhou o Oscar de Ator Coadjuvante pelo drama de guerra “Tempos de Glória”, enquanto Julia Roberts despontou com “Uma Linda Mulher”, em 1991, rendendo uma indicação a Melhor Atriz pelo seu papel, porém não levou o prêmio. O ator interpreta o jornalista Gray Grantham, que se envolveu no caso após um contato anônimo que diz ter provas contra o autor do crime, e ele acaba ajudando a personagem de Julia Roberts a desvendar esse mistério, e a protegendo também. Os dois atores têm uma ótima química em cena e fazem uma boa dupla investigativa, e muito se falou na época dos motivos de não ter rolado um caso amoroso entre os personagens, ou simplesmente um beijo apaixonado no final. E foi bom até isso não ter acontecido, porque a trama não deixava espaço para um envolvimento amoroso.


Com ótimas doses de suspense e muita tensão, O Dossiê Pelicano é um envolvente thriller investigativo sobre a corrupção na política, assunto de várias produções em Hollywood, e apesar do roteiro confuso e da grande quantidade de personagens, Alan J. Pakula nos apresenta um dos seus filmes mais interessantes da carreira, mas não memorável. Julia Roberts e Denzel Washington, sempre carismáticos, carregam o filme nas costas, e conseguem levar o espectador junto na sua investigação, e não será nada fácil de resolver esse mistério. E sim, tem um final bonitinho para os dois personagens.



O DOSSIÊ PELICANO (THE PELICAN BRIEF)


Ano: 1993

Direção: Alan J. Pakula

Duração: 141 min

Distribuidora: Warner Bros.

Elenco: Julia Roberts, Denzel Washington, Stanley Tucci, Sam Shepard, John Heard e Anthony Heald



NOTA: 8,0



Disponível na HBO MAX















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