CRÍTICA | O DISCURSO DO REI

Atualizado: 4 de nov. de 2021

12 INDICAÇÕES AO OSCAR: Melhor FILME, Diretor, ATOR (Colin Firth), ATOR Coadjuvante (Geofrey Rush), ATRIZ Coadjuvante (Helena Bonham Carter), Roteiro Original, Trilha Sonora, Mixagem de Som, Direção de Arte, Fotografia, Figurino e Edição.

VENCEDOR DE 04 OSCAR: Melhor FILME, Diretor, ATOR (Colin Firth) e Roteiro Original.

Dirigido por Tom Hooper, O Discurso do Rei é o campeão de indicações ao Oscar desse ano, são doze no total, e é o favorito para ganhar o prêmio principal. O filme conta a história real do antigo rei Britânico George, pai da atual rainha Elizabeth II, em um momento importante de sua trajetória, momentos antes do inicio da Segunda Guerra Mundial. Mas o enredo não é sobre isso, e sim, o fato dele ser gago. Colin Firth dá vida ao rei, e ainda estão no elenco Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter e Guy Pearce.

Arthur George (Colin Firth), é gago desde pequeno e tem pavor de falar em público, e com a sua coroação próxima de acontecer, para se tornar rei da Inglaterra, ele precisa dar um jeito no seu problema para demonstrar autoridade. Sua esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter) procura o especialista Lionel Logue (Geoffrey Rush), que tem métodos nada ortodoxos, e uma forte amizade surge entre os dois.

O Discurso do Rei é um filme simples, mas inspirador e divertido, que se apoia nos ótimos diálogos, principalmente entre o médico e o futuro rei, em uma importante história de superação. A narrativa é bem fácil de se acompanhar, diferente um pouco de A Rede Social, e acerta ao misturar drama e humor na medida certa, com momentos intensos e divertidos. A fotografia e a direção de arte são eficientes ao retratar a época dos anos 30, e pelo fato de usarem cenas reais de Hitler, que aparece em vídeo, e toda a contextualização da segunda Guerra Mundial, da um toque ainda mais interessante.

Mas a produção é sobre atuações, e nesse quesito, Colin Firth é o grande destaque, que já ganhou o Globo de Ouro pelo seu papel. O ator se entrega totalmente ao personagem, agindo da forma mais natural possível, com suavidade, até nos momentos mais tensos. Geoffrey Rush também está excelente, divertido e provocador que, além de ser médico do futuro rei da Inglaterra, acaba se tornando um psicólogo ao ajuda-lo com seus medos e problemas, surgindo uma grande amizade. A sintonia dos dois é incrível, e levam o filme adiante sem nenhum problema.

Helena Bonham Carter também se destaca, pouco menos porque é ofuscada pelos personagens de Firth e Rush, e é legal vê-la em um papel diferente do habitual, como em Harry Potter. Sua participação é menor, mas não menos importante para a trama.

O Discurso do Rei não é um filme tão ágil, é mais parado, mas não menos interessante, pelo contrário, é divertido e emocionante nos momentos certos, tem muito humor e situações impagáveis, e é interessante ver os métodos nada ortodoxos que Lionel Logue utiliza para curar o futuro rei de seu maior desafio. Em um momento conturbado da nossa história, a nação precisava de uma voz para se sentirem seguros, e a última coisa que esse rei tem é confiança, mas com a ajuda certa, será que ele conseguirá fazer o tão esperado discurso? É o tipo de filme preferido da academia, uma história de superação em um momento histórico importante.

Originalmente publicado em 2011. Editado em 2020.