Roland Emmerich é um diretor bastante conhecido mundialmente pelos seus filmes catástrofes (em escala global): Independence Day, e a continuação, O Ressurgimento, e 2012; em fevereiro, ele lançará Moonfall, sobre a Lua que vai se chocar com a Terra. O fim do mundo é um tema que já vem de anos, e já tivemos grandes filmes, como Armageddon, Impacto Profundo, O Fim do Mundo (1951), onde um planeta está em rota de colisão com o nosso, O Núcleo, o recente Destruição Final, e o horrendo Tempestade – Planeta Em Fúria, entre outros.
Mas voltando aos filmes do diretor, o mais sério entre eles é O Dia Depois de Amanhã, lançado em 2004, falando sobre um tema que continua atual, o aquecimento global. Com uma crítica ao governo Bush, na época do lançamento, além de alfinetar sobre a ausência dos EUA no tratado de Kyoto, a produção é recheada de desastres naturais, e tem no elenco Denis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum, Sela Ward, Iam Holm e Arjay Smith.
Sam Hall (Denis Quaid) é um climatologista do governo americano que descobre que o aquecimento global está prestes a causar grandes desastres naturais na Terra. Entre tornados, inundações, granizos e congelamento, ele precisa alertar o governo a tempo de dar inicio a uma nova era glacial.
Os dois maiores problemas dos filmes do diretor alemão Roland Emmerich, são o roteiro, e o desenvolvimento dos personagens; e podemos citar as situações absurdas e clichês, mas que, geralmente, são típicas dos filmes catástrofes. O grande diferencial de O Dia Depois de Amanhã é por ser mais sério, sem o humor e as piadas dos filmes do diretor, como em Independence Day e 2012, por exemplo; talvez porque o tema seja mais sério, e importante. A trama é interessante, tem fatos científicos que até são fáceis de entender, e o suspense que antecede os desastres principais prende a atenção do público, mas há muitos furos no roteiro, situações duvidosas, e absurdas, sem falar dos personagens, que explicarei mais adiante na crítica.
Mas os efeitos especiais são ótimos, e isso, Roland Emmerich sabe fazer como ninguém, e apesar de estar longe do espetáculo visual de desastres do filme 2012, são bem feitos, principalmente para a época do lançamento, mas que ainda impressionam atualmente. Chuva de enormes granizos em Tóquio, tornados devastando Los Angeles, e claro, não podia faltar os desastres na cidade queridinha, ou não, do diretor: Nova York. O palco principal é, novamente, a “cidade que nunca dorme”, onde os nova-iorquinos enfrentam um enorme tsunami, devido ao aumento dos oceanos, e um furacão que congela tudo em segundos. Aliás, os desastres que mais impressionam são de NY, principalmente as cenas na neve, e as pós-congelamento, criando um visual belíssimo.
Outro problema dos filmes do diretor, como já mencionei antes, são os personagens, com seus conflitos rasos e típicos das suas produções. Assim como foi em 2012, e O Ataque, aqui, temos o pai, interpretado por Denis Quaid, separado e que não tem uma boa relação com seu filho, o garoto apaixonado, Jake Gyllenhaal, mas que não diz para a garota, Amy Rossum, o amigo nerd (apesar de todo o núcleo jovem ser nerd), os políticos que não acreditam no problema mas aqui é necessário), e o presidente, mas nada tão absurdo quanto o discurso do mesmo no finalzinho de Independence Day; na verdade, o presidente é quase que deixado de lado, e a bomba fica para o seu vice. Sem falar dos atos heroicos dos personagens, daquelas situações que acontecem somente em filmes, mas que divertem. Todos esses erros, dos personagens e do roteiro, não deixam o filme ruim, mas também, não adicionam muita coisa para a trama, e o que acaba mais empolgando o espectador são os desastres.
Outro destaque é a trilha sonora, em especial, o tema instrumental da produção, embalando os momentos mais importantes da trama. The Day After Tomorrow, no original, é um filme que acaba sendo atemporal, já que o aquecimento global ainda está em pauta nos dias de hoje, ganhando mais importância ainda. Em sessões especiais para os cientistas, antes da estreia, muitos acharam um absurdo, alegando que tudo aconteceu muito rápido, e que os desastres demorariam mais de séculos para acontecer; óbvio que é um filme de ficção, e eles tinham que apressar as coisas, mas tudo isso pode realmente acontecer um dia. Cutucando o governo americano em muitas questões, a produção é bastante ambientalista, dando importância para os cuidados do nosso planeta, e que se não fizermos nada a respeito, sofreremos várias consequências; na verdade, é só observar como anda o clima atualmente, com tantos desastres e ondas de calor e frio. Com ótimos efeitos especiais, e um tema muito importante, O Dia Depois de Amanhã é um filme necessário, ainda que seja exagerado, deixando um aviso importante. É o filme mais sério de Roland Emmerich, e talvez, o mais importante de sua carreira.
O DIA DEPOIS DE AMANHÃ (THE DAY AFTER TOMORROW)
Ano: 2004
Direção: Roland Emmerich
Elenco: Denis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum, Sela Ward, Iam Holm e Arjay Smith
NOTA: 9,0
Disponível na STAR +