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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O CULPADO



Estreou na Netflix o filme O Culpado, dirigido por Antoine Fuqua, de Dia de Treinamento e Invasão À Casa Branca, rodado em apenas onze dias durante a pandemia, em novembro de 2020. A produção é uma refilmagem de um filme homônimo dinamarquês, onde a trama se passa em apenas um lugar, em uma sala de atendimento de emergências. Intenso e angustiante, The Guilty, no original, é protagonizado por Jake Gyllenhaal, e tem no elenco, através das vozes por telefone, Peter Sarsgaard, Ethan Hawke, Paul Dano e Riley Keough.


Joe Bayler (Gyllenhaal), um policial que é tirado das ruas, e agora trabalha como atendente de ligações de emergência, precisa ajudar Emily, uma mulher que disse ter sido sequestrada por um homem com antecedentes criminais.


Com a trama toda acontecendo em um único lugar, uma central telefônica emergencial da polícia, O Culpado é um filme com altos e baixos, mas que consegue manter a tensão até o fim. Acompanhamos o tempo inteiro Joe conversando com a vítima, policiais, e até o sequestrador, através do telefone, ou seja: fica a cargo do espectador, e do protagonista, claro, imaginar tudo o que está acontecendo. Não há cenas de ação, perseguição, nada, tudo fica na imaginação mesmo. Fuqua consegue criar bons momentos de tensão e adrenalina, mérito maior de Gyllenhaal, e as vozes atrás do telefone também, mesmo que não sabemos quem é. Mas em vários momentos, a intensidade se perde em situações mais calmas, quando conhecemos a história de Joe, e o que aconteceu com ele.


Jake Gyllenhaal é o maior destaque de O Culpado, e não só porque é o único personagem que o público tem um “contato visual”, (as vezes, aparecem os colegas de trabalho dele), mas sim pela sua incrível atuação no papel de Joe Bayler. O personagem carrega um sentimento de culpa, tem traumas psicológicos, e entra em um conflito moral e ético ao se envolver demais no sequestro de Emily, e Gyllenhaal convence o público com o seu drama, através de suas expressões, e da sua performance explosiva. À medida que a trama se desenvolve, vamos descobrindo os motivos que levaram Joe a se afastar das ruas, como policial, ajudando a moldar o personagem, e criando uma ligação com a gente.



Não sabemos quem são as vozes por trás do telefone (será que no final, eles aparecem?), mas esses personagens são igualmente importantes para aumentar o nível de tensão no espectador. Peter Sarsgaard é sequestrador, Riley Keough é a vítima, Eli Goree é o policial, e amigo de Joe, Rick, e Ethan Hawke e Paul Dano são da polícia, que tentam encontrar a vítima.


O Culpado parecia ser um filme simples e básico, já que a trama toda se passa em um único lugar, mas acaba se tornando uma intensa e angustiante jornada para encontrar a vítima sequestrada, em uma surpreendente história, com direito a uma interessante reviravolta que muda toda a visão que tínhamos de tudo, até agora. Jake Gyllenhaal consegue fisgar o público, e abraçar a sua causa, e Antoine Fuqua dirige, brilhantemente, essa ótima produção que estreou na Netflix, que prende a atenção do espectador com sua trama imprevisível, e que é repleta de momentos angustiantes, nos seus 90 minutos de duração. Fica a dica para assistir também a versão original, que está disponível na Amazon Prime Video.




O CULPADO (THE GUILTY)


Ano: 2021

Direção: Antoine Fuqua

Elenco: Jake Gyllenhaal, Peter Sarsgaard, Ethan Hawke, Paul Dano e Riley Keough



NOTA: 8,5



Disponível na NETFLIX.












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