CRÍTICA | O CULPADO
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 7 de nov. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de dez. de 2024

Estreou na Netflix o filme O Culpado, dirigido por Antoine Fuqua, de Dia de Treinamento e Invasão À Casa Branca, rodado em apenas onze dias durante a pandemia, em novembro de 2020. A produção é uma refilmagem de um filme homônimo dinamarquês onde a trama se passa em apenas um lugar: em uma sala de atendimento de emergências. Intenso e angustiante, The Guilty, no original, é protagonizado por Jake Gyllenhaal, que Joe Bayler, um policial que é tirado das ruas e agora trabalha como atendente de ligações de emergência. Em uma noite, ele precisa ajudar Emily, uma mulher que disse ter sido sequestrada por um homem com antecedentes criminais. No elenco, através das vozes por telefone, tem Peter Sarsgaard, Ethan Hawke, Paul Dano e Riley Keough.
Com a trama toda acontecendo em um único lugar, uma central telefônica emergencial da polícia, O Culpado é um filme com altos e baixos, mas que consegue manter a tensão até o fim. Acompanhamos o tempo inteiro Joe conversando com a vítima, policiais, e até o sequestrador, através do telefone, ou seja: fica a cargo do espectador, e do protagonista, claro, imaginar tudo o que está acontecendo. Não há cenas de ação, perseguição, nada, tudo fica na imaginação mesmo. Fuqua consegue criar bons momentos de tensão e adrenalina, mérito maior de Gyllenhaal, e as vozes atrás do telefone também, mesmo que não sabemos quem é. Mas em vários momentos, a intensidade se perde em situações mais calmas, quando conhecemos a história de Joe e o que aconteceu com ele.
Jake Gyllenhaal é o maior destaque de O Culpado, e não só porque é o único personagem que o público tem um “contato visual”, (as vezes, aparecem os colegas de trabalho dele), mas sim pela sua incrível atuação no papel de Joe Bayler. O personagem carrega um sentimento de culpa, tem traumas psicológicos, e entra em um conflito moral e ético ao se envolver demais no sequestro de Emily, conseguindo convencer o público com o seu drama através de suas expressões e da sua performance explosiva. À medida que a trama se desenvolve, vamos descobrindo os motivos que levaram Joe a se afastar das ruas, ajudando a moldar o personagem e criar uma ligação com o espectador.

Não sabemos quem são as vozes por trás do telefone (será que no final, eles aparecem?), mas esses personagens são igualmente importantes para aumentar o nível de tensão no espectador. Peter Sarsgaard é sequestrador, Riley Keough é a vítima, Eli Goree é o policial, e amigo de Joe, Rick, e Ethan Hawke e Paul Dano são da polícia, que tentam encontrar a vítima.
O Culpado parecia ser um filme simples e básico, já que a trama toda se passa em um único lugar, mas acaba se tornando uma intensa e angustiante jornada para encontrar a vítima sequestrada, em uma surpreendente história com direito a uma interessante reviravolta que muda toda a visão que tínhamos de tudo, até agora. Jake Gyllenhaal consegue fisgar o público e abraçar a sua causa, e Antoine Fuqua dirige brilhantemente essa ótima produção que estreou na Netflix, prendendo a atenção do espectador com sua trama imprevisível e repleta de momentos angustiantes nos seus 90 minutos de duração. Fica a dica para assistir também a versão original, que está disponível na Amazon Prime Video.

O CULPADO (THE GUILTY)
Ano: 2021
Direção: Antoine Fuqua
Distribuidora: Netflix
Duração: 90 min
Elenco: Jake Gyllenhaal, Peter Sarsgaard, Ethan Hawke, Paul Dano e Riley Keough
NOTA: 8,5
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