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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O CHAMADO 3



O Chamado, criado pelo diretor japonês Hideo Nakata, se tornou um fenômeno no inicio dos anos 2000, imortalizando a personagem Samara Morgan no cinema; impulsionado, claro, pela ótima versão americana de Gore Verbinski. Depois de uma continuação bastante criticada, Samara e sua fita amaldiçoada ficaram em banho maria por um bom tempo, até que o diretor espanhol F. Javier Gutiérrez, decidiu trazer a menina do poço, e a sua maldição, para os dias atuais. O Chamado 3, ou Rings no original, dá uma repaginada, e ainda expande o universo da franquia, trazendo à tona novos segredos sobre a história da família de Samara.


Se nos dois filmes anteriores, as pessoas viam a famosa gravação amaldiçoada em uma fita VHS, agora, são os computadores, celulares e tablets, onde as vítimas assistem. Na história, um professor de uma universidade, Gabriel (Johnny Galecki) encontra o tal vídeo amaldiçoado, e cria uma espécie de sociedade anônima com seus alunos, onde eles assistem à gravação, fazem uma cópia, e passam adiante para outra pessoa. É aí que entra o casal Júlia (Matilda Lutz) e Holt (Alex Roe), que acabam assistindo o vídeo, mas é com Júlia que a maldição ganha novos caminhos, onde varias imagens que antes não tinha, aparecem somente para ela, indicando que existe outros segredos sobre Samara Morgan, fazendo com que eles investiguem sobre o passado dela, para que Júlia se livre da maldição.


Trazer Samara para os dias atuais e dar uma repaginada, é uma ideia interessante, já que lá no lançamento de O Chamado 2, em 2005, já diziam que a fita em VHS teria que ser atualizada para o DVD, em forma de piada, claro. Mas o fato de ser em VHS, dava um charme maior para os filmes. Ainda, expandir a história da Samara, procurando mais segredos dela, também é muito bem-vindo, adicionando bons elementos na sua história. Porém, o longa de Gutiérrez provou que não seria necessária uma nova história, e muito menos, um novo filme.



O roteiro segue a linha do primeiro O Chamado, onde a personagem precisa desvendar os segredos de Samara para se livrar da maldição, com sustos fáceis, final previsível, e um núcleo universitário sem muita importância. O desenvolvimento da história, e a investigação sobre o passado dela, conseguem chamar a atenção, graças a fotografia Sharone Meir, lembrando muito a atmosfera do primeiro filme, o tempo chuvoso, neblinas e as florestas úmidas, além da trilha sonora, nada comparado com a que Hans Zimmer trouxe nos anteriores, mas que ajudam no visual marcante dos filmes.


Os personagens também não ajudam muito. Matilda Lutz e Alex Roe, que interpretam Julia e Holt, respectivamente, não tem nenhuma química, deixando o envolvimento deles sem nenhuma explicação, apenas que são namorados. Ainda, o diretor não se esforçou para transformar a atriz Matilda Lutz, em um personagem icônico, como Gore Verbinski, e Hadeo Nakata, transformaram Naomi Wats nos dois filmes da série. Nem as presenças de Johnny Galecki, o eterno Leonard de Big Bang Theory, e do veterano Vincent D'Onofrio, ajudam a melhorar o núcleo dos personagens. Galecki interpreta o professor responsável por “disseminar” a maldição de Samara via internet, e D'Onofrio interpreta Burke, um personagem que tem um segredo na trama, e estrela uma cena que lembra muito O Homem Nas Trevas.


A ideia de atualizar a franquia O Chamado, tanto na história quanto na tecnologia, é interessante, mas as escolhas criativas não deram certas, resultando em um filme sem charme, e sem o tom sombrio e assustador, que compensa só pelo visual, lembrando os dois filmes anteriores, onde até a Samara deve ter se cansado de ir atrás das pessoas que assistiram a sua fita, principalmente nesse terceiro capitulo.






O CHAMADO 3 (RINGS)


Ano: 2017

Direção: F. Javier Gutiérrez

Elenco: Matilda Lutz, Alex Roe, Johnny Galecki e Vincent D'Onofrio



NOTA: 7,5














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