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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O BECO DO PESADELO

Atualizado: 15 de mar. de 2022




04 Indicações ao Oscar: Melhor FILME, Melhor FOTOGRAFIA, Melhor DIREÇÃO DE ARTE, e Melhor FIGURINO.



Guilhermo DelToro é um diretor bastante popular em Hollywood, sempre associado com filmes fantásticos, seja em produções sobrenaturais, ou de monstros: Mutação, O Labirinto do Fauno, A Forma da Água (que ganhou os Oscar de Melhor Filme e Diretor para Del Toro, em 2018), são alguns filmes que dirigiu, além de ter produzido e roteirizado outros, como Mama e O Orfanato. Seu mais novo filme, é o suspense noir O Beco do Pesadelo, baseado no livro O Beco das Ilusões Perdidas, de William Lindsay Gresham, mostrando até onde o ser humano é capaz de ir para conseguir o que quer. A produção conta com um elenco de peso: Bradley Cooper, Cate Blanchet, Rooney Mara, Toni Collette, William Dafoe, Ron Perlman, David Strathairn e Richard Jekins.


A trama se passa em dois lugares distintos: a primeira, em um circo, mostrando a chegada de Stan (Bradley Cooper), onde aprende alguns truques de mágica, e acaba conhecendo Molly (Rooney Mara), por que se apaixona. A segunda, se passa em uma cidade, quando Stan e Molly se mudam, fazendo uma apresentação de mágica. Ele conhece Lilith (Cate Blanchet), uma ambiciosa psicóloga que acaba fazendo uma parceria com Stan para aplicar golpes.


O Beco do Pesadelo é um filme de altos e baixos, e suas mais de duas horas e meia de duração poderão ser um pouco cansativas. Situado durante a segunda Guerra Mundial, a primeira parte mostra bem as consequências desse conflito, com uma atmosfera melancólica, e assustadora, que combina perfeitamente com a ambientação do “circo de horrores”. Apresentações exageradas, enganosas, e personagens bizarros, aqui vemos um pouco desse universo fantástico que o diretor mais sabe fazer, e é onde Stan começa a descobrir a sua verdadeira personalidade. A segunda parte, é onde o suspense noir entra em questão, ambientado na cidade grande, com apresentações mais distintas, mas ainda enganosas, para um público mais rico, a elite americana. E é aí que o personagem de Bradley Cooper conhece Lilith, interpretada pela sempre maravilhosa Cate Blanchet, e essa cumplicidade acaba se tornando um jogo de gato e rato previsível, mas interessante.



Cooper faz um personagem desprezível, mentiroso e ambicioso, mas consegue criar alguma empatia com o público, mesmo que seja para torcer contra Stan, e assistir a sua decadência. Apesar da grande quantidade de personagens, o roteiro é totalmente focado nele, moldando o personagem nas suas ambições, e formando a sua verdadeira personalidade. Cate Blanchet demora para aparecer, mas é outro grande destaque da produção, fazendo uma personagem enigmática, e marcante, uma “Femme Fatale” típica dos filmes noir, ameaçadora. A sua sintonia com Bradley Cooper é incrível, mas as vezes, a atriz parece estar perdida na trama, sem uma função realmente importante, e sem participar diretamente nos golpes. Rooney Mara também está ótima na sua personagem, mostrando a inocência e a sensibilidade de Molly, mesmo participando das falcatruas com o seu amado. William Dafoe e Ron Perlman fazem personagens mais fantásticos, loucos e insanos, em certo momento, e que trabalham no circo, enquanto Toni Collette interpreta uma vidente sedutora, mas sem muita relevância para a trama.


Destaque para a direção de arte, mostrando cenários mais sombrios, e imersivos, principalmente nas cenas do circo, dando um tom mais fantástico, e surreal, para a produção, e um tom mais vintage, clássico, inspirado nos anos 40 e 50, nas cenas da cidade. No fim, O Beco do Pesadelo não está na lista dos melhores filmes do diretor, mas é eficiente na sua proposta: mostrar até onde o ser humano é capaz de ir para conseguir ter êxito nas suas ambições, e como a ganância pode destruir a pessoa; afinal, nós somos os monstros. Não tem uma grande reviravolta como era de se esperar, e a trama se arrasta demais em certos momentos, mas o terceiro ato tem todos os elementos de um suspense psicológico noir, com muita tensão e violência, no melhor estilo do diretor. E achei bem inusitada a indicação ao Oscar de Melhor Filme.




O BECO DO PESADELO (NIGHTMARE ALLEY)


Ano: 2021

Direção: Guilhermo Del Toro

Elenco: Bradley Cooper, Cate Blanchet, Rooney Mara, Toni Collette, William Dafoe, Ron Perlman, David Strathairn e Richard Jekins



NOTA: 7,0
















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