CRÍTICA | O ATAQUE

Atualizado: 23 de nov. de 2021

Em 1997, dois filmes sobre vulcões estrearam no cinema: Volcano A Fúria, estrelado por Tommy Lee Jones, e O Inferno de Dante, com Pierce Brosnan. No ano seguinte, foi a vez de Armaggedon, com Bruce Willis e Bem Affleck, e Impacto Profundo, com Tea Leoni e Morgan Freeman, ambos sobre objetos do espaço em rota de colisão com a Terra. Pulando para 2006, temos O Grande Truque e O Ilusionista, sobre mágicos, e em 2011, com Amizade Colorida e Sexo Sem Compromisso, tema que já fica obvio no título.

De vez em quando, Hollywood inventa de lançar filmes com a mesma temática no mesmo ano, e na maioria das vezes, um se sai melhor do que o outro. Agora, é a vez da casa do presidente dos EUA ser atacada duas vezes no mesmo ano. No primeiro semestre, foi Invasão À Casa Branca, filme estrelado por Gerard Buttler e Aaron Eckhart. Meses depois chega a vez de O Ataque, estrelado por Channing Tatum e Jamie Foxx, mostrar a sua versão para destruir a Casa Branca. O fato curioso é que o diretor é o alemão Roland Emmerich, que já destruiu a Casa Branca em Independence Day. Ambos os filmes tem a mesma temática, e mesmo assim, são bem distintos um do outro. No elenco ainda estão Maggie Gylenhall, Joey King, e James Woods.

Roland Emmerich sabe como entreter o público, e seus filmes mais grandiosos são a prova disso. Em O Ataque, não é diferente: temos explosões, ótimos efeitos especiais, ação, patriotismo, a bandeira americana em foco, personagens bobos, situações engraçadas e piadas boas; aqui, ele faz referência do seu maior filme, Independence Day. O curioso é que o diretor alemão está um pouco mais contido, se comparar com a cena inicial do ataque em Invasão À Casa Branca, que estreou no inicio do ano. O filme de Antonie Fuqcua trabalhou muito mais nesse quesito do que o de Roland, que mostrou uma invasão mais simples, mas ainda sim com bastante ação, e algumas destruições. Na verdade, Roland preferiu mostrar sua destruição mais para o final, incluindo uma bem produzida cena de perseguição, com uma limusine, pelo jardim da Casa Branca. O enredo é mais misterioso, cria mais suspense, e tem um motivo plausível até, do porquê invadir a casa do Presidente. O humor também é constante, o que torna o longa mais divertido, bem no estilo Roland Emmerich.

Em Invasão À Casa Branca, o agente que salva o presidente era Gerard Buttler; agora, é a vez do carismático Channing Tatum, de Anjos da Lei. Ele interpreta John Cale, um ex-militar que decidiu que quer entrar para o serviço secreto para proteger o presidente, e acaba ficando no lugar certo na hora errada. Sua relação com a filha, Emily (Joey King), está abalada, e ele decide compensar levando-a para visitar a Casa Branca, já que a garota é fissurada pelo lugar, e pelo presidente. Todo esse seu drama, junto com o carisma do ator, que passa para o personagem, faz o público se identificar, bem mais do que o personagem de Gerard Butler. E claro, ele tem que acabar salvando o presidente, e sua filha, e tem a sua chance de provar que é capaz disso tudo.

Se John Cale é o salvador da pátria, Emily também acaba sendo. Ela é irritante com sua “obsessão” pela Casa Branca, mas o carisma da aspirante a Youtuber convence. Jamie Foxx é James Sawyer, o presidente dos EUA, totalmente inspirado no Barack Obama. Diferente dos outros filmes, aqui, ele entra em ação, usa armas, e até luta contra os vilões; outro elemento interessante no filme de Roland. Ainda tem a personagem de Maggie Gylenhall, de As Torres Gêmeas e O Cavaleiro das Trevas, que interpreta Carol, que trabalha no gabinete do presidente, se tornando a personagem que faz tudo errado. O vilão da vez é o estressado Emil Steinz, cujo núcleo tem uma reviravolta no estilo dos filmes dos anos 90.

Vilões caricatos, personagens carismáticos, o herói que está na hora certa no lugar certo, ou seria na hora errada? Muita destruição, explosões, patriotismo e situações absurdas onde o personagem se sai bem; O Ataque é um típico filme norte americano no melhor estilo Roland Emmerich, onde tédio é uma coisa que o público não sente, já que o diretor alemão sabe muito bem como entreter. Apesar da história e dos personagens serem mais carismáticos, Invasão À Casa Branca se sai melhor, não só por que vimos esse primeiro, mas o desenrolar da história é mais redondo e os acontecimentos são mais chocantes. Os filmes são bem distintos, enquanto o de Emmerich tem mais humor, o de Antonie Fuqcua se torna mais sério. Mas O Ataque é mais divertido de se assistir, e cumpre bem o seu papel, ainda mais se tratando de um filme do diretor que trouxe Independence Day e 2012.