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CRÍTICA | O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • 13 de dez. de 2024
  • 4 min de leitura


Um dos gêneros mais complicados são as comédias românticas, completamente saturadas com enredos e clichês típicos desses filmes, sem nenhuma novidade ou surpresas. Muitas delas utilizam alguma data especial para dar uma inovada na trama – que na maioria das vezes também não funciona -, dia dos namorados (clichê escancarado), Natal e Ano Novo. Figurinha bastante popular em comédias românticas é a diretora Nancy Meyers (Do Que As Mulheres Gostam, Simplesmente Complicado e Alguém Tem Que Ceder), que as vezes consegue dar uma inovada nos enredos com situações inusitadas. O Amor Não Tira Férias é um desses casos, mesmo com elementos típicos do gênero, o filme consegue se destacar e trazer uma história bonitinha, leve e descompromissada sobre como deixar para trás as pessoas que, de certa forma, nos fazem mal a ponto de não conseguirmos enxergar os nossos valores. E tudo isso no clima de Natal.


Na trama, conhecemos duas mulheres, Amanda Woods (Cameron Diaz) que vive em Los Angeles e trabalha na indústria do cinema editando trailers, e Iris Sinpkins (Kate Winslet) uma redatora que trabalha em um jornal popular em Londres. Amanda terminou seu namoro por causa de uma traição, e Iris é apaixonada pelo editor chefe da sua empresa, que não a larga de mão e ainda por cima vai se casar com outra mulher. Desesperadas, elas decidem trocar de casas durante duas semanas – Amanda vai morar na casa de Iris, uma cabana rodeada de neve em uma vila charmosa a 40 minutos de Londres, e Iris se muda para a casa de Amanda em um bairro famoso de Los Angeles -, sem a intenção de se envolver romanticamente. Mas claro que isso não ia acontecer: Amanda conhece Graham (Jude Law), um homem charmoso, um pouco “mulherengo”, e que vem a ser irmão de Iris, e em Los Angeles, Iris acaba conhecendo Miles (Jack Black) que compõe trilhas sonoras para filmes. Rufus Sewell e Eli Wallace completam o elenco.



O Amor Não Tira Férias tem todos os elementos básicos de uma comédia romântica e todos os clichês possíveis que os fãs do gênero amam, e a forma como termina todos já sabem. Mas Nancy Meyers adiciona elementos que dão um charme maior a produção, e não é só pela história se passar na época do Natal. A trama segue por duas histórias paralelas, quase que dois filmes em um – e o interessante é que as personagens de Cameron Diaz e Kate Winslet não se encontram pessoalmente durante o filme todo -, mostrando a calorosa Los Angeles e a charmosa vila de Surrey no auge do inverno Europeu, quase que um “conto de fadas real”. Os cenários, principalmente a vila de Surrey, dão um charme incrível para a produção, e é legal esse contraste entre as duas cidades, além da trilha sonora bonitinha de Hans Zimmer. O arco de Amanda é mais romântico, e é o envolvimento com Graham vai deixar os apaixonados pelo gênero com um calorzinho no coração, mas o de Iris também é incrível – menos romântico, apesar de se envolver com Miles (Jack Black) – mas é o envolvimento com o cinema que dá um plus maior para o filme. O personagem de Eli Wallace é um aposentado roteirista de cinema e que vive sozinho, e Iris acaba criando uma bela amizade, além claro, do fato de o personagem de Black também trabalhar com cinema.


O charme e o carisma do elenco são outros pontos que tornam O Amor Não Tira Férias ainda mais agradável de assistir. Amanda e Iris estão cansadas das suas rotinas, e querem mudar de ares para se sentirem bem – sem homens no caso, pelo menos para Amanda -, mas há um empecilho (muito bem-vindo por sinal): Graham e Miles. Cameron Diaz e Jude Law tem uma química inegável em tela, e isso transparece para os seus personagens quando estão se conhecendo – Jude Law está apaixonante no papel de Graham, e provavelmente fará os amantes do gênero suspirarem -. Já Kate Winslet e Jack Black não tem a mesma química, e talvez por isso que o arco deles não seja tão romântico assim, mas o personagem de Black é muito querido, exatamente o tipo de homem que Iris (Kate Winslet) sempre quis, e Graham é o tipo de homem perfeito para Amanda – apaixonado, sensível e amoroso -. Mas como eles vão lida com a situação, já que moram em continentes diferentes? Outro destaque é o personagem do veterano Eli Wallach, que interpreta Arthur Abbott, um roteirista de cinema aposentado. O seu arco é muito interessante porque a diretora Nancy Meyers adiciona elementos de cinema, e é daqui que saem a maioria das referências e menções a outros filmes do cinema que enriquecem ainda mais a trama, sem falar do carisma do ator que é indiscutível, fazendo um personagem adorável e que casa bem com a personagem de Kate Winslet. O fato de Nancy Meyers envolver cinema na trama, deixa a produção ainda mais especial, e acredito que seja o maior diferencial do filme.



O Amor Não Tira Férias não inova o gênero, segue pelo caminho comum das comédias românticas, é repleto de clichês, e sim, o desfecho é bastante previsível, mas são os detalhes que tornam a produção prazerosa de assistir: a atuação de todos os atores, os personagens cativantes, os belos cenários, e o fato de usar a metalinguagem ao envolver elementos de cinema na trama. The Holiday, no original, nos ensina a se desapegar – tanto de pessoas quanto da nossa rotina -, e só percebemos isso quando fugimos do nosso dia a dia, e claro, que o amor pode surgir a qualquer momento e quando menos esperamos, inclusive nas nossas férias. E tudo isso no melhor clima de Natal possível. O que você vai fazer no ano-novo?



O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS


Ano: 2006

Diretora: Nancy Meyers

Distribuidora: Universal Pictures 

Duração: 131 min

Elenco: Cameron Diaz, Kate Winslet, Jude Law, Jack Black, Eli Wallach e Rufus Sewell



NOTA: 10


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