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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | O AGENTE DAS SOMBRAS



Liam Neeson já está nas casas dos 70 anos de idade, e há mais de 14 anos que o ator faz filmes de ação, e a maioria das sequências de luta e perseguição. Deixando um pouco de lado os filmes mais sérios, e premiados, o ator vencedor do Oscar por A Lista de Schindler, ficou famoso no gênero pelo seu papel na trilogia Busca Implacável, e desde então, engatou quase que um filme de ação por ano. Há um tempo atrás, o Neeson anunciou sua “aposentadoria” dos filmes de ação, e com isso, suas últimas empreitadas tem sido mais leves, como aconteceu em Legado Explosivo, e Missão Resgate. Chegou aos cinemas um de seus últimos filmes no gênero, O Agente das Sombras, com uma trama conspiratória, e ótimas sequencias de ação, porém, menos complexas. Dirigido por Mark Williams, a produção tem no elenco Emmy Raver-Lampman, Aidan Quinn, Taylor John Smith e Claire van der Boom.


Travis Block (Liam Neeson) trabalha para o FBI em missões secretas, ajudando outros agentes, mas acaba se envolvendo em uma conspiração quando um agente ameaça revelar segredos sujos envolvendo o chefão da agência.


O Agente das Sombras tem uma premissa interessante, abordando teorias da conspiração, inserindo um típico drama familiar, e envolvendo a mídia no meio, apesar de serem temas batidos e clichês, e ajuda o fato de Liam Neeson estar envolvido nisso tudo. O problema é o nível da ação, sem grandes sequências, ou aquela pancadaria e perseguição que marcou o ator no gênero; as cenas de ação estão lá, mas é tudo mais contido, e Neeson já demonstra sinais de cansaço. Mark Williams, que escreveu o roteiro, até se esforça em criar uma boa trama conspiratória, mas não tem reviravoltas, tudo é previsível, sem nenhuma novidade ou inspiração, e a conclusão é bem rasa. Mark até consegue chamar a atenção do espectador com suas teorias para expor as falcatruas do FBI, mas faltou um bom desenvolvimento na história.



Na trama, Block quer se aposentar, a mesma intenção de Liam Neeson. Seria uma indireta? O ator irlandês se esforça bastante, dentro das suas limitações, corre atrás dos bandidos, os enfrenta, faz perseguições de carros, e tudo mais, mas é notável que ele não é mais o mesmo de antes. Em uma cena de perseguição, o personagem desiste de ir atrás do suspeito por estar cansado; o incansável Liam Neeson está cansado. Emmy Raver-Lampman é a jornalista Mira Jones, que se vê envolvida na conspiração, e desse núcleo, é interessante ver como funciona a mídia nesses casos, e as poucas vezes que a personagem acaba no meio da perseguição, ela fica perdida. E do núcleo familiar, Claire Van Der Boom interpreta a filha de Block, que faz parte do clichê do pai que não deu a devida atenção a sua família, querendo se redimir, e no final, do nada, tudo fica bem.


O Agente das Sombras não é aquele filme de ação com Liam Neeson que todos estão esperando, e acaba se tornando outro filme genérico do ator, apesar da sua trama de conspiração ser interessante, mas a ação não empolga tanto quanto antes, e vemos o ator cansado, sem muita inspiração, ainda que ele tenha se esforçado bastante. Falta mais emoção, e um bom desenvolvimento no enredo, e não tem o impacto esperado em uma produção desse nível, mas pode entreter aqueles que gostam de ver Liam Neeson saindo na pancadaria com todo mundo. Realmente, está na hora do ator se aposentar dos filmes de ação.



O AGENTE DAS SOMBRAS (BLACKLIGHT)


Ano: 2022

Direção: Mark Williams

Elenco: Liam Neeson, Emmy Raver-Lampman, Aidan Quinn, Taylor John Smith e Claire van der Boom.



NOTA: 6,5

















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